O Mago e a Sacerdotisa de Avalon

Capítulo 16 - parte 4 (em revisão)

Eduarda conversava com Irla, sentindo-se deliciada com a sua suavidade e pureza. Os homens do povo pequeno reverenciavam tanto as fadas quanto as sacerdotisas, mas mantinham alguma distância dos druidas, ao contrário delas, que eram muito sociáveis.

– Sinto o seu espírito perturbado, Eduarda – disse a rainha-mãe, esvoaçando. – É por causa do seu marido?

– Em parte é – confessou ela. – Igor parece um ímã para a confusão, quando se trata de aventura.

– Ele está fadado a fazer coisas grandiosas, mas você é o elemento-chave para isso. É por você que ele consegue mover mundos e montanhas. Eu vejo dentro da alma dele, da mesma forma que da alma de todos os outros, e ninguém é mais nobre e puro que ele, nem mesmo Valdinho, que também é muito puro. Apesar de todo aquele poder, sem você ele não passa de uma criança perdida e foi só por isso que ele conseguiu vencer aquela criatura do plano zero. Acontece que o mesmo ocorre consigo, minha bela, porque vocês foram feitos um para o outro.

– Sim, ele é grande e nobre e sempre se preocupa com os outros – comentou Eduarda. – Mas às vezes ele sacrifica tudo pelos outros, até pelos estranhos. Sei que é muito bonito, mas, morto, ele não ajudará ninguém, muito menos a mim.

– Disse isso por causa do que aconteceu mais cedo quando soube da amiga dele? – perguntou Irla.

– Como sabe disso? – Eduarda enrugou a testa.

– Eu sei tudo porque está escrito no seu espírito, já lhe disse. É quase como ler o pensamento, mas um pouco mais complexo; na verdade, muito mais. Sabia que esse gesto que você fez agora foi a primeira coisa que o levou a se apaixonar por você? – perguntou Irla, sorrindo e mudando a cor dos cabelos. – Quanto à moça aprisionada, ele também a ama muito e por isso ficou aflito daquele. Não é da mesma forma que ama você, mas ela ama-a demais pelo que ela significou na sua vida desde muito pequenino. Ela é a irmã que ele não teve e foi por isso que se desesperou tanto. Não lute contra esse sentimento. Em vez disso, ajude-o e ele amá-la-á ainda mais por isso, filha.

– Eu sou amiga dela e não sinto ciúmes, se é o que quer aludir...

– Filha, não se engane a si própria. – Irla sorriu e apontou para o céu. – Ei-lo, chegando com seu pai e a vossa filha.

– Você sabe de tudo, pelo jeito. – Eduarda sorriu.

Irla aproximou-se e tocou na sua testa com uma das mãozinhas, que começou a brilhar. Eduarda sentiu alguma coisa profunda dentro da sua mente, parecendo que trechos dela eram destravados ao mesmo tempo que células de memória despertavam com novas informações e, através da rainha-mãe, pôde sentir uma sintonia com Igor. Naquele momento, ela estava em terra, mas também cavalgava no dragão, como se fosse o marido.

Irla soltou a sua testa e Eduarda cambaleou de leve, recuperando-se rápido.

– Lembre-se, bela Eduarda, lembre-se de duas coisas: primeiro, para Igor você está acima do céu e da terra e, enquanto você viver e ele souber disso, fará de tudo para se manter vivo de forma a retornar para si; em segundo lugar, esse pequeno presente que lhe dei pode ser compartilhado com ele. Vocês têm o poder de fundir as vossas mentes e compartilhar os espíritos porque os dois têm dons telepáticos fortes, apesar de você ainda não saber usá-los direito. Tentem, que não há recompensa maior.

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Gwydion pousou, logo seguido por Saci, e eles desmontaram. Quando o viu, Eduarda, ainda sob o efeito do que a fada lhe fez, correu para ele e atirou-se nos seus braços, beijando-o com paixão. Sorrindo Igor disse: