Capítulo 18 - parte 3 (em revisão)

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O magos de fora da caverna combatiam os invasores com relativa facilidade, mas eles eram muitos. A tática básica que usaram primeiro mostrava-se tão eficiente que não mudaram nada, uma vez que o inimigo não se adaptava para outros contra-ataques diferentes. Era uma chuva de raios e esferas de plasma, além de os dragões lançarem labaredas com rasantes avassaladoras sempre que não havia perigo. Após, recuavam, reagrupavam-se e retomavam o ataque antes que as criaturas avançassem, o grande risco devido à desproporção numérica.

Já tinham morto mais de mil muscolins e o cansaço começava a mostrar a cara quando, sem aviso, todos eles começaram a entrar na caverna. Ezequiel e Eduarda pousaram junto aos amigos e o sábio disse, pensativo:

– Creio que a minha neta e o meu genro estão provocando algum estrago de grande monta para eles recuarem assim, filha. Vamos fechar o cerco na boca da caverna.

– Boa ideia – respondeu Eduarda, feliz. – Pelo menos podemos descansar um pouco. Só espero que não aconteça nada com eles.

– Penso – afirmou Kenneth, aproximando-se –, que devíamos criar algo que dificultasse a situação do invasor caso eles voltassem a sair.

– Uma emboscada! – Eduarda riu. – Sem dúvida que é uma ideia maravilhosa, o que acha, Ez?

– Concordo.

– O que é emboscada? – perguntou Kenneth.

– Emboscada – explicou Ezequiel –, é como uma armadilha preparada para que o inimigo não tenha alternativa a não ser cair nela.

– É isso mesmo que eu pensava. – Kenneth riu.

– Podemos fazer um corredor com pedregulhos em curva e que se estreite a ponto de não passarem mais de dois ou três de cada vez – comentou Eduarda, olhando em volta. – Rochas é o que não falta aqui e, com os nossos poderes, fica relativamente fácil.

– Faz sentido, filha – disse Ezequiel dando uma grande risada. Ele não disse mais nada, mas uma pedra de respeito começou a flutuar em direção à entrada.

Em pouco tempo, todos faziam a sua parte, inclusive os dragões, e fabricaram um verdadeiro corredor polonês com formato em "L" e quatro metros de altura. Do topo, várias pedras poderiam ser deslocadas e esmagariam as criaturas. Além disso, a saída era estreita o suficiente para matar todos os que passassem. De um ponto alto, um dos druidas podia ver a caverna e avisar quando voltassem a sair.

Já estava muito escuro e eles criaram dezenas de tochas que iluminavam tudo, tanto dentro quanto fora do corredor.

Depois, puseram-se a aguardar.

– Estão demorando demais – disse Eduarda, olhando para a passagem pela milésima vez.

– Aquilo deve ser muito grande, filha – respondeu Ezequiel, acalmando-a.

O chifre soprado pelo druida de tocaia ecoou em toda a região e eles prepararam-se para atacar. Um segundo toque, mais curto, fez com que relaxassem porque era sinal que não eram os muscolins.

Sabendo que só podia ser o marido e sem aguentar mais, Eduarda entrou na passagem e começou a correr até à esquina, quando quase esbarrou na Morgana que vinha com duas fadas ao colo. Apesar de tentar esconder, a sacerdotisa apresentava sinais de extrema preocupação que não passaram desapercebidos. A feiticeira apressou-se a ajudar, pegando uma das pequenas e correram para fora.

Uma multidão de magos aplaudiu a chegada dela, mas Eduarda parou e olhou a filha de outra vida, fazendo a pergunta com o olhar enquanto as suas mãos tremiam de preocupação.

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonWhere stories live. Discover now