Capítulo 10 - parte 1 - (em revisão)

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"Em tempo de paz convém ao homem serenidade e humildade; mas quando estoura a guerra deve agir como um tigre!"

William Shakespeare.

– "Ali há campos lavrados" – disse Gwydion tão logo retornou e pouso no ombro da amiga. – "Por isso acho conveniente seguir pelas terras. Mais para trás de nós, há diversas daquelas criaturas malucas, mas estão longe."

– Bota maluca naquilo – disse Valdo, abanando a cabeça. – Os sujeitos parecem com carros cujos amortecedores quebraram. Lembra das aulas de física II na faculdade? Movimento harmônico "mal" amortecido!

Eduarda não se aguentou e caiu na gargalhada. Após, fez desaparecer copo vazio e olhou para o amigo, que terminava o seu café.

– Dudinha, será que eu consigo sumir com o copo? – perguntou ele, cheio de desejo. – Seria tão legal!

– Ué! – Ela riu. – Tenta.

– Mas como se faz? – perguntou, desconfiado. – Pô, tu não vai sacanear com teu amigo do coração né?

– Não, seu bobo – disse ela, rindo de novo. – Basta desejar. Olha o copo e finge que ele não está mais aqui, como se nunca tivesse estado.

Valdo bem que tentou, mas não teve jeito de conseguir. A amiga viu uma pedra cristalina no chão e pensou que poderia ajudar. Pegou nela e carregou-a com bastante energia, estendendo ao amigo.

– Pega este cristalzinho – ordenou. – E tenta de novo.

Valdo obedeceu e o cristal emitiu um leve brilho, mas ainda assim não conseguiu.

– Porcaria de copo – disse, irritado. – Tô com vontade de o quebrar todinho!

Ele não devia ter dito isso porque o cristal brilhou com mais força e o copo estilhaçou-se. De olhos arregalados, Valdo começou a rir e a berrar, feliz.

– Eu consegui, eu consegui, Dudinha, olha! – disse, batendo palmas.

– Tá, mas faz o favor de não ficar bravo comigo – comentou ela, acompanhando a sua alegria. – Guarda esse cristal sempre contigo e não te afobes. Demora um pouco a aprender.

– Será que, quando voltarmos para Porto Alegre, eu consigo, continuar a fazer isto? – perguntou, esperançoso. – Te garanto que Teodoro ia enlouquecer!

– Não sei, Valdinho – respondeu a amiga, pensativa. – Gwydion também não soube responder, mas descobriremos quando voltarmos. Só não te esqueças que é importante manter segredo porque há muito preconceito contra nós. Nem preciso falar porque disso tu entende bem, né? Agora, vamos?

O par retomou a sua caminhada e, assim que passaram a floresta, alcançaram uma região descampada e longa que tinha apenas vegetação baixa, perfeita para o pasto. A largura da passagem devia ter uns trezentos a metros, talvez mais, contudo variando bastante porque em alguns lugares tinha menos de cinquenta metros, mas a extensão nem faziam ideia. Foram andando durante quase uma hora, talvez três quilômetros porque ali precisavam de andar mais devagar, e viram os campos cultivados, muito bem organizados. Valdo sugeriu irem mais para longe da floresta, ladeando os campos e, após cerca de meia hora de caminhada, viram a cidade.

Era pequena, com casas feitas de diversos tipos de materiais, a maior parte em madeira e ou pedra. Enquanto se aproximavam, notaram que os moradores começaram a surgir na periferia, parecendo armados, e os que estavam nos campos, saíram correndo.

― ☼ ―

Ezequiel sentia-se cada vez mais preocupado. Aquele era o décimo dia que Igor desapareceu e terceiro da Eduarda. Ele, para piorar tudo, precisava de manter as aparências, apesar do nervosismo que só aumentava. Por isso, voltava à pousada e fazia as refeições lá, comportando-se como se estivesse tudo bem.

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu