Capítulo 7 - parte 1 (em revisão)

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"Tente mover o mundo – o primeiro passo será mover a si mesmo."

Platão.


Por dois dias, Igor e Ezequiel pesquisaram os livros secretos até aos mínimos detalhes e, quando se sentiram em condições de ir para o campo prático, o guardião supremo tomou a sua decisão e mandou chamar a sua amiga de infância em quem depositava uma confiança cega.

Ela entrou na sala de audiências do palácio, curiosa. Quando viu apenas os dois magos, sorriu, aproximou-se e abraçou-o, quebrando todo o protocolo para o qual Igor não ligava nenhuma.

– Oi, Carol – disse ele, sorrindo feliz. – Desejo te pedir uma tarefa especial porque tu és a pessoa em quem mais confio.

– Ora, Igor – respondeu a feiticeira inglesa, rindo. – Sabes que faço qualquer coisa por ti.

– Pega – Igor estendeu o livro –, queria que tu analisasses minuciosamente este material e já lançasses uma cópia no computador para este volume ir para o Castelo da Sabedoria assim que acabares. Lembra-te sempre de uma coisa: este livro é único, não existe cópia e tem milhares de anos.

My Goddess! – disse ela, arregalando os olhos. – Onde tu arranjaste isso?

Igor contou a história e finalizou:

– Nós vamos para a França e depois seguiremos esse caminho. Em algum lugar no fim dele, a minha filha, uma das fundadoras da Cidadela, achou a pista para a ilha de Avalon. Isso sem falar que, pelo grau dela, pode muito bem ainda estar viva.

– Será que a tua filha é a Morgana Le Fay da lenda da távola-redonda?

– Acho que isso é apena uma lenda, meu anjo. – Igor levantou-se, espreguiçando. – Bem, nós vamos agora. Posso confiar em ti?

– Essa pergunta chega a ser ofensiva, Igor – disse, fingindo-se de zangada. – Onde está a Eduarda?

– Desculpa, Carolzinha. – Igor riu e deu-lhe um beijo. – Bem sabes que foi apenas uma retórica. Eduarda está com os pais dela em Porto Alegre. Na volta, pego-a. Até mais, querida.

– Até mais – disse a moça, levando o grande livro no braço, curiosa. – Vou começar a estudar isso agora mesmo.

– Você acha necessário que ela estude o livro? – perguntou Ezequiel, assim que ficaram a sós. – Eu defendo a tese que era melhor manter segredo, pelo menos no início.

– O senhor não a conhece tão bem quanto eu, Ez – respondeu Igor, sorridente. – Caroline é uma cientista muito competente e uma matemática brilhante. Vai dissecar aquelas informações com mais precisão do que um computador de cristal.

– Muito bem, vamos para onde em primeiro lugar? – quis saber o ancião.

– Para a clareira dos druidas. Olhei no mapa da França e o bosque continua lá, intocado – explicou Igor. – Na dúvida, vamos ficar invisíveis de modo a termos a certeza de que não nos vejam, caso haja gente por lá. Afinal, aquilo tudo virou um parque.

– E como faremos isso? – perguntou Ezequiel, olhando para o diário da neta na mesa ao lado do mago. – Eu não tenho essa capacidade.

– Mas eu tenho, esqueceu? – ripostou ele, levantando-se. Pegou o livro e colocou no bolso fazendo-o desaparecer. – O senhor encosta-se em mim e ficamos ambos invisíveis.

– Obrigado, mas dispenso – disse Ezequiel, apontando o bolso do amigo. – Não estou disposto a ser outra vez agredido pelo livro. Aquilo doeu!

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonWhere stories live. Discover now