Capítulo 14 - parte 3 (em revisão)

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Um homem aproximou-se do Igor e disse:

– Salve, Igor, o poderoso, há uma fada e uns dez pequenos na orla da floresta onde treinávamos – apontou o local, não muito longe de onde ele estava. – Eles fazem sinais pedindo alguém para falar.

– Obrigado, amigo. – O mago olhou para o local onde eles estavam e desapareceu da praça para surgir à frente da fada. Gentil sorriu para todos e aguardou os noventa segundos dos homens, já que a fada nada disse.

Curioso, Valdo foi caminhando para lá porque estava louco para conhecer as tais fadas e não se encontrava muito longe.

– "Salve, irmão maior" – disse um deles, dando um passo em diante para se identificar assim que os noventa segundos de espera escoaram. – "Nossa rainha-mãe deseja falar."

– "Salve irmãos do bosque" – respondeu Igor. – "Bem vejo a rainha-mãe aqui presente. Em que posso ajudar?"

– Igor – disse ela, em português. – A voz do mundo está muito agitada. Primeiro as pedras tremeram com a marcha e depois a floresta ficou inquieta porque inúmeros muscolins entraram nela há pouco tempo. São muitos, mas não sei quantos, e nosso povo é incapaz de enfrentar.

– Fujam deles e escondam-se – disse Igor, mantendo-se calmo, mas bastante preocupado. – Vamos enfrentá-los e temos um plano para atacar o mal na origem e destruir parte do mundo deles onde ficam os portais. Assim, as passagens serão fechadas para todo o sempre.

– Mas existe um risco para Avalon – respondeu Irla, preocupada. – Vejo na sua mente.

– Irla, antes do confronto final, abrirei um caminho para um mundo virgem em que o tempo siga seu curso normal para que os celtas voltem a habitar um lugar bom. Vocês sempre tiveram harmonia com eles e o mundo é grande, desabitado e cheio de florestas virgens. Venham conosco.

– Falarei com meu povo porque essa decisão precisa de ser tomada em conjunto.

– Nosso povo também não decidiu nada, mas será em breve porque preciso de resolver tudo muito rápido por causa do deslocamento temporal.

Irla olhou para o lado e Valdo, fascinado, fez uma pequena vênia. Ela sorriu, toda delicada, e disse:

– Salve, Valdinho – esvoaçou ao seu redor. – Vejo agora que Igor terá sucesso com a sua ajuda. Vocês dois salvarão nossos povos. Seus poderes são desconhecidos, mas muito fortes, lembre-se disso. Com o tempo aprenderá a utilizá-los.

– Obrigado, rainha-mãe.

– Quanto àquela outra coisa que o perturba tanto – disse a pequenina e ele arregalou os olhos –, não se deixe intimidar pelos seus sentimentos ou condição. Tudo neste Universo tem um propósito e, se foi bom, guarde o que importa.

– Obrigado mais uma vez – voltou a dizer. Apesar de não ter demonstrado, a sua voz expressava um certo alívio.

– Nós precisamos de ir agora, Igor – disse ela, colocando uma mão na testa de cada um. – Que a Deusa vos acompanhe e proteja nesta tarefa tão difícil.

– Adeus, Irla – respondeu Igor. – Procurá-la-ei quando acabar.

Valdo apenas fez um sinal de despedida e ela afastou-se, acompanhada dos homenzinhos.

Os dois amigos aceleraram o passo e aproximaram-se da linha de frente onde os homens reuniam as pedras sem parar. Os tambores cheios de areia já tinham sido convertidos em pólvora e Igor criara as catapultas por meio de artes mágicas. Com a ajuda da Eduarda, a filha e a neta, eles "fabricaram" duzentas granadas. Morgana e Shayla aprendiam muito rápido e a transformação da areia em pólvora não era tarefa difícil e outros druidas menores também passaram a ajudar.

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora