Boa noite Jeon Jungkook

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- Você deveria ter feito esse discurso no nosso casamento – Park Jimin bagunça o cabelo do mais novo ao tirar sarro.

- Droga! Não pensei nisso antes – Jungkook entra na brincadeira – O que vocês dois estavam fazendo?

- Vendo um livro de nomes de bebês que a... – me interrompo antes de falar o nome da Thays – que a minha mãe deu de presente – pego o livro e jogo longe, totalmente desajeitada.

Obvio que ele sabia quem tinha dado o livro de presente, mas minha completa falta de tato e sutileza arrancam risadas dos dois. Park Jimin se apressa em ligar o vídeo game enquanto Jungkook se sentava no carpete da sala. Sala agora consideravelmente maior do que a do antigo apartamento. Aquilo era uma sala mesmo, não sala/cozinha. Nós nem tínhamos tantos móveis assim pra caber ali, o que dava a impressão de um ambiente ainda mais amplo.

- Eu quero ajudar a escolher o nome – ele se anima, pegando o controle que Park Jimin estende pra ele.

Logo em seguida meu marido estende o outro controle pra mim e me ajuda a ficar mais confortável no sofá, ajeitando algumas almofadas nas minhas costas.

- Quais as suas sugestões? – pergunta se sentando ao lado do amigo no chão.

- América Latina se for menina e Estados Unidos pra menino – os dois riem histericamente e trocam um H5 sob meus olhares mortais tediosos.

- Até quando vão me zoar por causa do meu nome? – pergunto emburrada.

- Até você aceitar que se chama Ásia jahgi.

- Não tem graça, a culpa não é minha por ter um nome idiota assim – ajeito as opções do game e coloco em multiplayer.

- A gente gosta do seu nome Ceci, só tira sarro por que você fica brava – Jungkook explica.

Eu fico em silêncio, prestando atenção no jogo assim como o mais novo. Depois de alguns minutos cautelosamente Park Jimin pergunta:

- Como foi a conversa com ela?

- Não foi muito amigável não – suspira recarregando a arma e voltando a atirar – Ela é bem mais esquentada do que a Ceci, então rolou uns gritos e depois uns choros.

- Você chegou pra terminar mesmo? – Jimin abaixa o volume da tv, pra que os tiros não atrapalhassem a conversa.

- Na verdade eu não queria, mas a gente acabou brigando de novo e não deu mais pra tentar. Achei que seria melhor assim do que continuar me estranhando com ela sem motivo nenhum. É desgastante demais.

Aquilo era estranho demais pra mim, tanto que eu acabo até errando o caminho da missão durante o jogo. Acho que já estava muito acostumada a ver os dois juntos, a ter Thays ao lado dele nas reuniões de amigos inesperadas. Mas Jungkook parecia maduro quando falava assim, não lembrava em nada o garoto que eu conheci na escola. Quer dizer, lembrava nas palhaçadas, então vê-lo cabisbaixo era até doloroso já que ele raramente ligava pra alguma coisa a ponto de tirar seu sorriso do rosto. De qualquer maneira, esperava que os dois ficassem bem dali pra frente. Juntos ou separados.

Ah, droga de hormônios! Não queria parecer tão sensível assim. Fungo baixinho, mas Park Jimin percebe e me olha de cenho franzido. Eu não ia chorar, mas estava mal pelos dois.

(...)

Já passava das 3 da manhã quando fui pro quarto pegar cobertas e travesseiros pra levar pra sala e ajeitar tudo pra que Jungkook passasse a noite. Ele parecia mais relaxado e tranqüilo, apesar de manter um semblante cansado. Antes que eu entre na sala novamente, carregando aquele amontoado de coisas nos braços, ouço os dois aos sussurros:

- Foi assim quando você e a Ceci terminaram?

- Eu não sei... eu acho que só não queria ficar sozinho, que nem você. Foi por isso que você veio aqui hoje, não é?

- É... vocês dois me fazem bem. E é sempre você que me ajuda hyung.

- Se você for mais tranqüilo que eu, vai saber dar tempo ao tempo dessa coisa toda. As vezes eu acho que foi isso que fez eu e a Ceci ficarmos ainda mais perto. Sabe? Quanto mais tempo passava longe dela, mais eu tinha certeza que não ia conseguir esquecer o que eu sinto. Se você deixar o tempo passar vai ter uma resposta definitiva: ou vai esquecer tudo de vez e partir pra outra ou vai gostar dela ainda mais.

Abro um sorriso largo. Park Jimin era realmente mil vezes melhor do que eu pra dar conselhos. Ele era um verdadeiro irmão mais velho pra Jungkook e o mais novo sabia que podia confiar plenamente que o teria ali pra ajudá-lo não importa qual a situação. Eu já tinha perdido as contas de quantas vezes conclui comigo mesma que tinha encontrado uma pessoa rara pra dividir minha vida e escolhas. Não tinha duvidas de que ele seria um ótimo pai, e isso só me dava mais medo de falhar como mãe.

Ao perceber que os dois caem no silêncio mais uma vez, entro na sala e deposito as cobertas no sofá.

- Tem certeza que vai ficar bem aqui? – pergunto.

- Tenho, vou ficar jogando mais um pouco. Aproveitar que vocês sempre tem os jogos mais novos que foram lançados – ele sorri feito uma criança e troca o jogo do Xbox one pra Gears of war 4.

Park Jimin passa a arrumar as coisas no sofá pro amigo. Eu me aproximo, beijo seu rosto e falo baixinho pra que somente ele possa me ouvir:

- Fica aqui com ele. Vocês podem conversar melhor.

- Não quer que eu durma com você hoje? – envolve um braço em minha cintura.

- Eu vou ficar bem – rio baixinho e deposito um selar demorado em seus lábios – Você também não quer deixar ele sozinho.

- Qualquer coisa me chama jahgi – beija minha testa e eu reviro os olhos.

- Eu só vou ficar no outro quarto, não vou pra lugar algum – ele da de ombros como quem quer dizer "não faz diferença" Boa noite Jeon Jungkook.

Bagunço os cabelos pretos dele que sorri ao me olhar e me agradece, embora eu não tenha feito absolutamente nada. Antes de dormir, percebo que apesar da situação não ter sido das melhores, aquele foi um bom momento pra me sentir agradecida. Afinal eram nessas horas que os amigos se tornavam uma família e era bom saber que eles me consideram parte dela também.

Dormi relaxa, mais rápido do que de costume, completamente esparramada na cama, mas acordei no dia seguinte com o braço de Park Jimin ao meu redor e sua respiração na minha nuca.

Tipo Ideal Perfeito - pjmWhere stories live. Discover now