Você Não Faz o Menor Sentido

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- Não quer ser vista comigo?

- Eu não quero ser vista.

- Você é estranha Ásia. Gosta de ser diferente, mas não gosta de ser notada.

Ela me da um soquinho mais forte no braço, por um segundo pareceu envergonhada.

- Não me obrigue a te matar.

Ignorei suas ameaças costumeiras e passei um braço sobre seus ombros, a arrastando comigo até o pátio de entrada. Todos os olhares se dirigiram a nós dois, inclusive o do porteiro. Eu sorri vivendo aquela cena em câmera lenta na minha mente enquanto Céci se encolhia e andava de cabeça baixa. A levei até onde Jin e os outros estavam.

- Bom dia. E ai? – cumprimentei Kook e Tae com nosso costumeiro toque de mãos e esperei pelas primeiras reações.

Hope foi o primeiro a se manifestar.

- Bom dia garota nova – fez aegyo animado e eu ri apertando Cecília contra mim.

Ela poderia estar em choque, eu não saberia. Só balançou a cabeça e não fez contato visual com ninguém.

- Pessoal essa é a Cecília – apresento – O pessoal você já conhece Céci.

- A gótica das trevas – Tae diz e eu o fuzilo com o olhar ouvindo o suspiro sonoro e impaciente dela ao meu lado.

- Cadê as outras meninas? – mudo de assunto.

- Devem ter se afastado quando viram vocês dois chegando – Yoongi responde sincero.

Aquilo estava sendo vergonhoso para mim. Assim que o sinal bate Cecília foge do meu aperto e anda apressada para a aula sem falar nada.

- Achei que vocês se viam só no castigo – Jin comenta confuso.

- Viramos amigos – respondo óbvio – Não fazia mais sentido ignorá-la aqui na escola.

- Abraçadinhos – Hope me zoa afetado como sempre.

- O que tem? Eu vivo abraçado com um monte de garotas.

- Não desse jeito – Tae me pressiona.

- Rolou um beijo uma vez, mas não foi nada demais. Ignoramos e continuamos conversando normal.

Os seis me olham descrentes e eu apenas rolo os olhos rindo. Aquilo era besteira.

Durante o resto das aulas tentei falar com Céci de novo no corredor, pátio, tentei chamá-la no intervalo, mas fui ignorado todas as vezes. Ela parecia estar brava de verdade desta vez.

(...)

Dirigi um tanto ansioso para levar minha mãe e a senhora Prado para casa depois do curso. Queria falar logo com Cecília. Sendo assim em poucos minutos estava estacionando o carro e ajudando minha mãe a levar uma colcha enorme para dentro. Deixo a colcha para umas das famílias em cima do sofá e procuro por ela com os olhos.

- Senhora Prado, posso subir? – pergunto já que não a avistei por ali.

- Fique a vontade querido.

Subo as escadas rapidamente e paro em frente a porta do quarto dela. Bati três vezes e esperei. Cecília não demorou para abrir a porta e se encostar na mesma. Cerrando os olhos ao me ver, já foi disparando:

- Você é um idiota Park Jimin.

Ela não fazia rodeios e não tentava esconder que estava brava quando claramente estava. Aquilo nos poupou meia hora de conversa fiada que eu geralmente enfrentava com as outras garotas. "O que você tem? – NADA", "Está brava comigo? – NÃO", "O que aconteceu? – NADA". E quando eu desistia era quando a conversa rolava. Era bem mais fácil bater na porta e receber um "elogio".

- Eu posso entrar? – não espero sua resposta, entrando no quarto e me sentando na cama.

- Por que não podia deixar as coisas como estavam?

- Mas nada mudou.

- Pra você que sempre esteve acostumado a chamar a atenção e ser admirado nada mudou. As pessoas não olham pra mim assim nem quando estou sozinha, imagine do lado do fofo e perfeito Park Jimin.

- Então por que faz tanta questão de ser diferente?

- Porque essa sou eu. Não vou mudar pra agradar ninguém. Só quero ficar quieta no meu canto. E não pense você que não vão te julgar por andar comigo. Já estão falando.

- Eu não me importo – dou de ombros a encarando de braços cruzados.

- Mas eu me importo!- reclama impaciente.

- Você não faz o menor sentido.

Dou risada constatando o fato, ela era muito complexa pelo simples fato de que gostava de ser assim. Acho que nem mesmo ela era capaz de se entender, mas eu queria muito tentar.

- Não preciso que me entenda Park Jimin – empurra meu ombro de leve, aumentando sua carranca ao ouvir minha risada.

- Mas eu gosto.

Pego ela de surpresa com a resposta e percebo que ela tenta esconder um sorriso.

- Foi só hoje e pronto, vou continuar te ignorando o resto dos dias.

- Todo mundo já viu a gente junto. Eles sabem que nos conhecemos. Comentam e nos olham e depois de uns dias todo mundo esquece. Qual é Ásia, você deveria ser a primeira a não ligar pro que os outros falam.

- Para de me chamar assim – rosna.

- Meus amigos querem te conhecer.

- NEM MORTA!

- Qual o problema?? Eles são legais.

- Duvido.

- Do mesmo jeito que você não me achava legal até me conhecer? – puxo ela pela mão, fazendo-a se sentar ao meu lado – Para de ser cabeça dura Ceci.

Encosto a cabeça no seu ombro, forçando minha melhor expressão de cão abandonado. Ela me olha de canto algumas vezes.

- Eu não desmancho por fofuras Park Jimin. Isso não funciona comigo.

- Então por que está sorrindo? – pergunto vitorioso.

Sua carranca volta antes de me responder.

- Nada de amigos por enquanto. Vou te falar um Oi quando te ver e pronto.

Rio alto e empurro seu ombro com o meu.

- Por enquanto. Acho que estou ficando bom em te convencer.

- Vai sonhando.

Ela senta no carpete, ligando o vídeo game.

- Não está mais brava comigo então?

- Estamos na minha casa, aqui é legal sermos amigos. – me passa o segundo controle.

- Dramática e estranha – murmuro.

- Hey! Gótica das trevas sim, estranha admito, mas dramática nunca.

Volto a rir sonoramente.

- Você não faz o menor sentido Cecília – me inclino e beijo seu rosto – Mas eu gosto.


***

E o medo de flopar?? kkk  tudo bem, atualização segue firme e forte

pra quem chegou até aqui, muito obrigada *-* te considero pra caramba


<3


Tipo Ideal Perfeito - pjmWhere stories live. Discover now