Sauvage | Johnny Depp

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Trabalhar com o que você ama é maravilhoso, mas ser estilista às vezes é um pouco inconveniente, estava no meio do meu café da manhã quando uma amiga minha que trabalha para Dior me ligou desesperada falando que a outra estilista tinha passado mal e não poderia estar lá, como o artista não tinha uma agenda livre para remarcar tiveram que me chamar. Apesar de estar tudo em cima da hora eu aceitei, quem não aceitaria trabalhar para a Dior? Me arrumei correndo e fui para o estúdio que por sorte não é tão longe.

Assim que cheguei fui recepcionada pela minha amiga que me deu um resumão do conceito do shooting e só ali descobri que era um vídeo para o elixir da Dior, Sauvage, daqueles vídeos promocionais que tudo tem que ser perfeito. Nós entramos no estúdio e ela me levou para o lugar que tinham quatro araras de roupas para eu "fazer a minha mágica".

— Miga, não é por nada não, mas você ainda não me falou quem eu vou vestir.

— Eu esqueci disso, aqui. — Ela me esticou uma ficha técnica e continuou. — O seu modelo é o Johnny Depp.

Ela jogou a bomba e saiu da sala. Johnny Depp? Eu já vesti muita gente famosa. Já vesti Zendaya, Ben Affleck, Kate Moss, Winona Ryder, mas assim que ouvi o nome do Johnny eu tremi na base, esse cara é o meu ator preferido do mundo inteiro, ele fez o meu filme preferido, eu não esperava estar nesse nível profissional tão cedo.

Respirei fundo, abri a ficha para ver os tamanhos que ele veste e comecei a procurar opções de roupas para o conceito que me foi pedido, um conceito que combina maravilhosamente bem com o Johnny diga-se de passagem. Coloquei as roupas em uma quinta arara e as deixei prontas para a prova. Avisei para a minha amiga que tinha terminado, ela concordou e me pediu para esperar ele terminar a maquiagem.

Esperar o Johnny Depp não faz bem para a minha ansiedade, isso é fato, então enquanto eu estava esperando fui navegar pela internet para tentar me distrair.

— Amiga.

Olhei para cima e vi minha amiga acompanhada de Johnny, guardei meu celular rapidamente e me levantei.

— Oi.

— Johnny, essa é a (s/n), ela que vai estar trabalhando com a gente hoje, qualquer coisa que precisar eu vou estar conversando com os fotógrafos.

Ela sorriu e saiu andando.

— Sua amiga está apresada hoje. — Johnny riu olhando a menina já fora da sala conversando com um monte de gente ao mesmo tempo. — É um prazer conhecê-la, (s/n).

Nunca pensei que meu nome pudesse soar tão lindo saindo da boca de alguém.

— O prazer é todo mundo.

Eu estiquei a mão e ele não exitou em apertá-la para me cumprimentar.

— O que temos pra hoje?

Nós fomos até a arara que preparei e ficamos discutindo para ver o que ele gostava ou não, diminuímos as opções pela metade e então ele começou a experimentar as roupas, todas ficaram maravilhosas como o esperado.

— E se for essa calça com essa blusa?

Falei mostrando a blusa para ele, ele concordou e tirou a blusa, ali mesmo, sem pensar duas vezes. Eu vou precisar ir ao cardiologista depois de hoje. Entreguei a blusa para ele e fiquei o observando. Suas tatuagens são realmente lindas, muito mais que pela televisão, a presença e o estilo de Johnny são únicos e a televisão não demonstra 2% disso tudo.

— Como ficou?

Limpei a garganta e voltei a me focar na roupa.

— Gostei mais dessa, e você?

— Eu também, com o colete preto?

Perguntei e ele concordou colocando o colete. Olhei para ele por uns segundos sentindo falta de alguma coisa, mas logo tive uma ideia, peguei um lenço e amarei na calça dele para dar mais dinâmica para a roupa.

— Isso, sim, parece comigo.

Ele falou rindo e eu concordei.

— É lindo, então combina com você.

Quando terminei minha frase eu congelei, o que acabei de falar? Isso é assédio sexual no trabalho, meu deus, eu vou ser despedida e eu nem fui contratada. Johnny sorriu e me encarou por uns segundos antes de voltar a olhar para o espelho e eu me virei para pegar os acessórios que iriam compor o look.

— Com licença, estou entrando. — Minha amiga falou batendo na porta e a abrindo ao mesmo tempo. — Oi, todo mundo já está pronto, estamos só esperando por você, Johnny.

— Eu estou pronto, quer dizer, estou?

Ele olhou para mim e eu sorri antes de concordar.

— Claro, só falta isso aqui.

Balancei os acessórios, minha amiga me ajudou a colocar os acessórios no Johnny e então ele foi gravar seja lá o que ele tem que gravar.

— Como está sendo trabalhar com Johnny Depp?

— Eu quero um bom pagamento, pro meu tratamento cardíaco, sabe? — Eu sorri e dei um tapa no braço dela. — Porque não me avisou que era ele, sua nojenta?

— Porque você ia surtar e ia atrasar todo o trabalho! Desculpa, eu vou fazer eles te pagarem muito bem e eu te pago um jantar por ser uma boa amiga.

— Muito obrigada. A gente pode assistir?

Falei apontando para fora, onde estavam gravando.

— Claro, só cala a boca e não surta.

Concordei e então nós fomos para o set, nos sentamos em algum lugar para não incomodar ninguém. No meio da gravação minha amiga começou a me cutucar e quando eu olhei para ela, ela apontou para o meu celular e então ela me mandou uma mensagem.

"Eu não sei o que você fez, mas o senhor Depp não para de te olhar."

Eu olhei para ela confusa e olhei para ele que estava conversando com o diretor.

"Deixa de ser louca."

"Eu tô falando sério, pelo amor, você tá cega?"

Revirei os olhos e guardei meu celular. No final da gravação, eu fui guardar as roupas e acessórios em seus devidos lugares antes de ir embora.

— Oi.

Ouvi a voz de Johnny atrás de mim, então eu me virei para encará-lo.

— Oi.

Eu sorri e ele retribuiu.

— Esqueci de devolver isso aqui.

Ele estendeu uma pulseira, eu peguei e a guardei.

— Espero que tenha gostado da roupa.

— Ficou ótima, obrigado.

— Não foi nada.

Eu pendurei a última peça de roupa e peguei minha bolsa.

— Já está indo embora?

— Já, precisa de mais alguma coisa?

Ele concordou colocando as mãos dentro dos bolsos da calça.

— Já é tarde, não quer ir jantar comigo?

Congelei por um segundo, o Johnny Depp acabou de me chamar para jantar?

— Jantar?

— É, sua amiga falou que você não tinha mais nenhum trabalho para hoje, então eu...

Ele começou a se explicar meio sem jeito, então eu o cortei.

— Ok, eu aceito o convite.

Ele sorriu e concordou.

— Vamos?

Eu concordei e sorri de volta. Quem diria que um trabalho de última hora me traria aqui?

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