Mal-entendido | Antonio Dawson

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A Gabi me chamou para um jantar na casa dela e do Casey, eu aceitei óbvio porque eu amo a comida dela e eu amo esse casal, mas é claro que isso não viria de graça. A Gabi "esqueceu" de me avisar que o Antonio iria. Desde que gentilmente falei com a Gabi que o irmão dela é gato, ela tenta juntar a gente. Isso faz mais de seis meses. Não é como se eu não quisesse, tá mais para o Tony não quer, mas a Gabi não desiste. Para ser bem sincera, eu já desisti.

— Eu vou pegar a sobremesa.

A Gabi se levantou e eu me levantei junto.

— Eu ajudo.

Fomos até a cozinha e eu fiquei olhando para ela esperando uma resposta, que claro não veio.

— O que foi?

— "Oi, (s/n), quer ir jantar lá em casa? Não vai ninguém.", Gabriela, custava falar que seu irmão ia vir? Ele deve me achar uma doida, aonde ele vai eu vou junto, isso está ficando ligeiramente estranho.

— Você é minha amiga e ele é o meu irmão, é normal.

— Gabi, eu estou falando sério, essa é a última vez que isso acontece, está me ouvindo? Chega. O clima naquela mesa está mais pesado que duas toneladas de chumbo, para de tentar me juntar com o Antonio, aceita que ele não está afim de mim.

— Ele está, sim, eu tenho certeza.

— Você tem muitas certezas, Dawson.

Eu peguei a travessa com a torta de limão e levei até a mesa.

— O que foi?

O Matt perguntou notando a minha cara emburrada.

— Nada.

A Gabi colocou os pratinhos na mesa e todos foram comer a sobremesa, eu fiquei olhando para mesa pensando em como eu sou trouxa, primeiro de achar que o Tony poderia se interessar por mim, segundo por acreditar que a Gabi ia fazer um jantar sem segundas intenções escondidas. Todos estavam conversando animados e eu estava apenas concordando com as coisas.

— (s/n), acorda!

A Gabi falou estalando os dedos na frente do meu rosto.

— O que foi?

— Eu acabei de falar que estou grávida de um unicórnio e você concordou.

— Ah, tá.

— O que aconteceu naquela cozinha?

O Tony perguntou e eu neguei com a cabeça.

— Nada. Já está tarde, está na minha hora.

Eu disse me levantando.

— (s/n), desculpa, qual é? Você vai embora assim mesmo?

— Não tem problema, eu só quero ir embora, amanhã eu vou acordar cedo. Uma boa noite para vocês.

Eu dessa vez fui embora direto sem pensar muito. Cheguei em casa, tomei um banho quente e fui dormir tudo que tinha para dormir, amanhã é minha folga, então por mais que eu tenha dito que preciso acordar cedo, eu não preciso. No outro dia eu acordei com a minha campainha tocando. Por quê? Não posso nem curtir minha tristeza em paz mais? Eu fui abrir a porta e vi o Tony parado com a carinha de deboche igualzinho a irmã.

— Cometi algum crime?

— Não que eu saiba até agora.

— Então?

— Você esqueceu sua bolsa na casa da Gabi ontem depois de sair correndo fugida.

Ele me estendeu a pequena bolsa preta e eu a peguei.

— Obrigada.

Eu fiz menção para fechar a porta, mas ele a segurou.

— Tá bom, qual foi? Por que saiu correndo ontem? Estava preocupada com o namorado?

— Que namorado? Meu Deus, eu vim embora porque eu queria dormir, já estava tarde.

— Eram oito da noite, não mente pra um policial, isso é ridículo.

— Para que quer saber?

— Porque eu quero.

— Você é uma criança com um distintivo.

— Gabi disse que você me achava um gato, não uma criança com um distintivo.

— Ela falou é?

— Falou.

— Que bom pra ela, posso voltar a dormir agora?

— Só depois de você admitir que é caidinha por mim.

— Antonio, seu ego me sufoca.

— Como se fosse mentira.

— Olha, sério mesmo, não estou com paciência nenhuma para aguentar gente chata, obrigada pela bolsa.

E de novo ele não deixou eu fechar a porta.

— Sabe o pior? Eu não posso ameaçar chamar a polícia, porque você é a polícia.

Eu deixei ele na porta falando sozinho, enquanto fui me sentar no sofá, liguei a televisão e coloquei Grey's anatomy na televisão.

— Você pode me escutar?

Ele perguntou entrando na minha casa sem convite algum.

— Não, mais alguma coisa?

— Ok, chega.

Ele pegou o controle remoto da minha mão e desligou a televisão, eu quase instintivamente levantei para tentar pegar o controle de volta, o que falhou miseravelmente, quando eu estava perto o suficiente, o Tony me puxou e me beijou, foi um momento que eu não sabia se continuava o beijo ou enchia ele de tapas, então eu fiz os dois, beijei ele por um tempo antes de me separar e dar os meus tapas mais fortes em seu braço. Óbvio que minha felicidade não durou muito, o Tony segurou minhas mãos e as imobilizou muito fácil, no final do dia ele ainda é um policial.

— Eu não te entendo (s/n).

— Não me entende? Eu que não te entendo, passa seis meses fingindo que eu não existo em vários lugares e do nada você vem na minha casa e me beija, me explica isso.

— Eu não fingia que você não existia, você é louca?

— Não joga essa carta pra cima de mim, de louca eu não tenho nada.

— Ok, vamos lá, do começo. Primeiro eu sempre te achei linda e sempre quis te beijar, mas aí a Gabi pediu pra eu ir com calma, eu tentei, mas a cada dia você parecia mais distante, depois de três meses eu aceitei a ideia de que você tinha um namorado e não contou pra ninguém, principalmente com a sua frequência de visitas pro Choi no Med.

— O Choi é meu amigo.

— É, mas eu não tinha como ter certeza.

— Era só perguntar.

— (s/n), se fosse um namoro secreto, você não ia contar.

— Faz sentindo.

— Agora que eu sei que você não está namorando, aceita tomar um café comigo depois do meu turno?

Eu concordei com a cabeça, ele sorriu e me beijou de novo.

— Te pego às cinco.

— A noite toda se quiser.

Ele me olhou um tanto quanto surpreso e eu ri.

— Por que perdi esse tempo todo?

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