Capítulo 38

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Milo Giordani

Algumas semanas mais tarde...

Desviei o olhar para o tilintar do gelo contra o copo vazio que antes abrigava rum para o quadro improvisado de investigação do Paco. Eram duas e quarenta da madrugada, esta reunião de última hora já rendera mais que o esperado. Paco relatava com entusiasmo, e visto que ele era alguém que nada lhe causava fascínio, sua empolgação ao falar da agente Choi do FBI de Manhattan era quase um milagre. Sabia que Paco estava atraído por Yuna Choi unicamente por ela está inclusa num limite que ele não poderia cruzar, todavia tinha a ligeira impressão que aquela história não teria um final previsto por ele.

Este era apenas um dos pontos daquela reunião, mais cedo o nosso informante da polícia do Brasil entrou em contato com o Paco e contou que Facundo estava de partida para a França. Mauro Silva, seu mais novo aliado envolvido com o tráfico de crianças, estava ao seu lado quando entraram num avião privado. Por suposto, aquela viagem incluía a venda de um menor para uma família de alto prestígio Europeia.

O sangue ferveu nas minhas veias ao pensar na finalidade daquela viagem. Facundo deixava um rastro de ruína por onde passava. Famílias eram destroçadas pela maldade do nosso progenitor. Não poderíamos permitir que ele continuassem a prosperar sob a desgraça alheia. Precisávamos fazer algo. O Cartel não poderia permitir isto mesmo que estivéssemos para entrar numa guerra muito maior ao acender o barril com pólvora que nos levaria a uma guerra com Bernard Fèvre, Capo da máfia francesa. Por todos estes anos, nunca tivemos qualquer conflito com alguma organização francesa. Isto certamente estava para acontecer.

Meu campo de visão mudou para meu irmão mais novo, Timo segurava um cigarro apagado entre seus dedos desde o começo que chegou em meu escritório, suas unhas pintadas de negros batiam melancolicamente no enrodilhado de nicotina. Ele observava Paco em silêncio, sua quietude era de toda estranha.

Paco continuava a falar sobre as novas descobertas sobre a perícia do FBI contra alguns dos nossos estabelecimentos. Dario havia recebido uma visita detalhada dos agentes em uma das suas rede de hotéis. Os restaurantes de Esteban e café de Esli também foram minuciosamente revistados. De momento o único que não tinha recebido a visita ilustre da Choi e dos seus cães farejadores fora Paco. Contudo, sabia que muito em breve um dos seus estabelecimentos voltados para o público devoto de práticas BDSM seria o novo alvo do FBI.

A porta de madeira soltou um pequeno barulho que reverberou no compartimento. Isabel estava envolta de um roupão felpudo, as pantufas em verde néon realçava na pouca luz do escritório.

- Perdão por atrapalhar. -Ela sussurrou ao caminhar lentamente pelo piso flutuante. Fiquei de pé indo ter consigo a observar o brilho intenso em seus olhos verde. Ela apoiou a cabeça em meu peito no segundo que cheguei próximo dela, inspirou suavemente. Logo, seu olhar procurou o de Esteban. - Creio que estas contrações não sejam as falsas que Gloria teve antes das reais. - Seu olhar voltou ao meu. - Acredito que hoje é o dia de conhecer nossas niñas, Milo.

Ela sorriu a resplandecer as sardas avermelhadas em seu rosto. E Puta que pariu, aquele era o sorriso mais lindo que Isabel já deu em toda a vida.

Sussurros educados surgiram pelo cômodo enquanto mirava a mulher da minha vida em um dos momentos mais felizes das nossas vidas.

- Bueno. A maternidade vinculada ao Cartel já foi avisada sobre a situação de Isabel. - Esteban comunicou. - Avisarei a Gloria. Precisa de algo, Isabel?

- Apenas da minha família por perto. - Ela olhou para Paco, Esli, Dario, Esteban e Timo. - De todos vocês.

Esteban engoliu com dificuldade a emoção que sentia e seguiu rumo a saída afirmando que logo estaria conosco.

Em Córdoba não há flores - Filhos Do Cartel Do Sul 1 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora