Capítulo 5

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— Isabel? — Gloria chamou ao passo que depositava uma garrafa de vodca na estrutura de madeira com uma nova coleção de bebidas mais apreciada pelos clientes do cassino

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— Isabel? — Gloria chamou ao passo que depositava uma garrafa de vodca na estrutura de madeira com uma nova coleção de bebidas mais apreciada pelos clientes do cassino.

— Sim.

A gerente do Copacabana concedeu toda a sua atenção na minha direção.

— Mais cedo te perguntaria algo, mas com toda a correria do dia acabei por esquecer.

Verifiquei um dos relógios no salão principal dos jogos, já passava das seis da tarde.

— Um casal de amigos estão a procura de alguém para fazer algumas horas na sua loja de velharia. Conheces alguém com disponibilidade imediata?

Quase saltei por cima do balcão em granizo para abraçá-la.

— Eu. — Apontei para meu rosto a sorrir. — Não tenho nenhuma experiência, mas julgo que posso ser útil em algo.

Gloria sorriu perante a minha felicidade súbita.

— Que bom, Isabel. Acredito que eles não exigem experiência. — Retirou os óculos e o deslizou por seu decote. — Então, podes passar pela loja já agora. Eles estão mesmo a precisar de alguém.

Gloria deu-me a indicação necessária para chegar até a Casa de antiguidades.

— Diga ao senhor Torres que foste recomendada por mim. — Expressou com firmeza e uma dedicação que não percebia. Talvez o episódio da noite anterior estivesse a persegui-la de tal maneira que Gloria estava em busca de uma maneira de se redimir dos pecados que não cometeu.

— Obrigada pela confiança, Gloria.

— Não precisas agradecer, querida. Fique com a vaga, por favor.

— Tentarei.

Sorri ao que ela me respondeu com outro largo sorriso.

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    A casa de antiguidades Torres Colecionadores ficava há quase dois quarteirões de distância do Copacabana. Suspirei em alívio ao notar o letreiro que iluminava a fachada principal, a letra S, no entanto, estava apagada.

Um sino alertou a minha presença no lugar em silêncio.

— Olá. Seja muito bem-vinda a Torres Colecionadores. Podemos ajudar em algo? — O senhor que presumia ser Torres me recepcionou com uma felicidade contagiante, a senhora ao seu lado entretinha a sua atenção num portátil azul e um computador que datava alguns anos atrás.

Caminhei lentamente pelo corredor principal a tomar cuidado em não bater em nenhuma das estatuetas que deveria valer muito mais que possuía no momento.

— Boa noite. Estou aqui pela oferta de trabalho. — Falei numa corrente de nervosismo a avolumar o frio na minha barriga. Nunca estivera numa entrevista de trabalho, não possuía um currículo invejável. Naquele momento tudo que poderia contar era com a minha coragem que começou a esvair no segundo que fitei o rosto em confusão do senhor Torres.

Em Córdoba não há flores - Filhos Do Cartel Do Sul 1 Where stories live. Discover now