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— O que aconteceu com seu cabelo? — boquiaberta Ji-Hye se levanta da poltrona, largando seu livro de lado.

— Testei um filtro do instagram e pensei que ficaria bem de cabelos escuros, e então pintei — deu de ombros passando direto para a cozinha.

— Completamente maluca, Lucy! Imagine se tivesse dado errado? — bateu a mão na testa dela.

— Você teria dado um jeito nele pra mim, né? — piscou várias vezes com as mãos em seus ombros.

— Doida — bagunçou seus cabelos molhados — Preciso ir trabalhar, se cuida!

Ji-Hye acena, pegando sua bolsa sobre o sofá.

— Bom trabalho, doutora Ji-Hye!

— Sou apenas uma enfermeira, não possuo título de doutora — sorriu para a amiga na porta.

— Não até se casar com um doutor daquele hospital famoso! — piscou pra jovem que revirou os olhos.

— Não quero pensar em namoro, até quitar a casa, e você deveria pensar o mesmo — adentrou no taxi.

Ji-Hye leu a ficha do rapaz recostado sobre a maca, seus traços era sutis, nariz reto, rosto longo, lábios finos e bem desenhados, sobrancelha marcada, seus cabelos cumpridos com alguns cachos espalhados em lugares aleatórios o tornava estranhamente atrativo.

Respirou fundo caminhando até ele, a camiseta que antes era branca tem manchas de sangue, terra, e grama.

— Rosenberg? — chamou e logo o jovem abre os olhos, ainda em silêncio com seus olhos esverdeados de bordas castanhas que a fitava como se a esperasse.

— Algum problema? — a voz grave dolorida pergunta um tanto impaciente.

— Não! Quer me contar como conseguiu cortar o supercílio e descolar um pedaço da orelha? — coloca as luvas descartáveis, e os itens necessários para uma sutura.

— Foi um acidente — deu uma risada mentirosa.

— Precisa contar o que de fato aconteceu se quiser que eu faça a sutura! — com a ponta da tesoura pega a bola de algodão, molhando com soro fisiológico.

— Inventei falar não pro meu superior! — fechou os olhos pronto para ser tratado.

— Fala sério! — Ji-Hye limpa com cuidado aquela ferida.

— Acredite, eu não menti, Ji-Hye! — seus olhos estavam em seu crachá.

— A cara é sua né, quebra ela da forma que achar melhor — deu uma risada, pensou alto, até demais.

— Exato! — Devolve de forma leve.

Fizera a sutura, e o liberou.

— Não esqueça da pomada! — entregou na mão esguia do rapaz.

O jovem concordou com a pomada, se virou andando até a saída, olhando algumas vezes para trás. Aquela visita não foi a última, retornou mais vezes ao hospital, como acompanhante e paciente.


𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora