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Gi-Dae estava encostada sobre seu carro, esperando impaciente por Gang-Tae, vestida como sempre, roupas feitas sob medida, tão diferentes que não restava dúvida que só aquela mulher seria capaz de vesti-las.

Gang-Tae entrega a chave ao manobrista, se dirigindo até a mulher que tinha uma áurea sombria.

— O que está fazendo aqui? — arqueou as sobrancelhas.

— Nada, acho que preciso de alguém pra conversar, só isso — bufou encarando os próprios sapatos.

Ergueu a cabeça orgulhosamente.

— Mas a vontade caiu por terra. Até mais — tira as chave do carro da bolsa mas Gang-Tae pega em seu antebraço.

— Espere. Se veio para conversamos, então isso é o que faremos — olhou para a mulher que tocava a própria barriga carinhosamente.

— Deixa isso pra lá, foi fraqueza momentânea — tentou se retirar mas o homem continua impedindo sua passagem.

Com gentileza puxou seu braço, caminhando em direção ao saguão do Damage Tower.

Se encarando em silêncio enquanto o elevador os ergue devagar até a cobertura.

— Então continua com aquela ideia? — a porta se abre antes de chegarem a ela, perfeito e sincronizado, como Tae gostava.

— Ao que se refere? — fingiu não saber sobre o que o homem diz.

— Adora responder perguntas com mais perguntas — revirou os olhos colocando sobre os braços da jovem mulher seu sobretudo, e mais frente o paletó.

— E você de fazer perguntas que induzem a respostas com mais perguntas. — seguiu o homem até a sala. Os quadros indecentes haviam sumido e sobre a mesinha de centro tinha uma bíblia.

— O gato comeu sua língua? — se virou para olhá-la. — O que foi, nunca viu uma bíblia?

— Claro que sim, meus pais eram da igreja, é que eu só não esperava ver você portando uma! — cruzou os braços.

— Já faz muitos anos que tenho essa bíblia, uma espécie de missionário a deixou comigo quando eu cumpria minha sentença. Nunca parei para ler mas de alguns dias atrás me deu uma vontade de ler o que o livro mais famoso do mundo tinha escrito nas páginas.

— Ainda sim é uma surpresa. Você odeia religiões.

— Não preciso de uma pra tentar me aproximar do divino, preciso apenas me arrepender e mudar de rumo!

— Isso é realmente novo, estou surpresa com o que está se tornando — sorriu para ele. — Mas o que achou do livro?

— Não sei, não terminei de ler! — satirizando envergonhado desvia seu olhar.

— Sabe que não precisa dar um de durão comigo! — tinha um sorriso sarcástico no rosto.

— Por muitos anos eu desacreditei das palavras que minha mãe dizia, afinal, por que eu teria de sofrer por tanto tempo calado e o divino não me ajudaria?

Respirou fundo caminhando até a cozinha.

— E agora, acredita que Deus exista?

— Tenho uma forma diferente de enxergar o mundo e estou lutando contra todo rancor que guardo em meu coração. Quero mudar Gi-Dae, quero uma vida normal. Por isso decidi sair, eu não quero esse dinheiro sujo, conquistado com a dor dos outros.

— Não precisa sair do seu posto para se aproximar do plano espiritual. Está exagerando!

— Não quero ser um hipócrita. Eu pretendo resolver minhas pendências e deixar tudo pra trás, apagar essa parte de minha vida! — deu a ela uma taça.

— Parece até que estou ouvindo um outro Gang-Tae! Não é mais aquele homem que gosta de ver outros sofrendo pra se sentir melhor consigo mesmo? — perguntou na esperança dele estar blefando.

— Aquele homem morreu! Não volte a mencionar meu passado — serviu a ela suco e champanhe em sua taça.

— Eu quero champanhe — recusa.

— Isso vai fazer mal pra ele — negou a mulher o tão desejado álcool..

— Estou feliz que tenha entendido que as feridas fazem parte da existência e que tudo tem um motivo — encarou a taça.
— Trouxe tudo sobre aquele homem.

Pusera o dossiê sobre a mesa, e empurra a pasta preta, fazendo-a se encaixar sobre os dedos dele.

— O dinheiro já foi depositado. Confira sua conta pela manhã — deixou o assunto morrer

Os olhos fundos de Gi-Dae contava o que a mulher escondia.

— Não vai desistir da ideia tola, vai fazê-lo pagar por seus erros? — aponta

— Eu não quero, não planejei ele — bufou impaciente.

— Estava tão feliz e agora parece uma adolescente irresponsável! — bateu a mão na mesa — Foi Do-Yun que pediu pra se livrar do feto?

— Não, mas quando vi que ele não ficou feliz e o quanto Woozie estava furioso percebi que ele não é bem vindo.

— Vai dar ouvido pro desequilibrado do Woozie, ele já não anda bem da cabeça desde o assassinato de Soo-Jin! — estava furioso.

— O que quer que eu faça? — gritou de volta.

— Não interrompa a vida dele, não importa se Do-Yun não ficou feliz como você esperava, ou se Wu Zi Mu não quer que o tenha. Eu não vou te deixar sozinha nessa!

Os olhos de Gi-Dae estavam arregalados, surpresa e emocionada, seus olhos marejaram vagarosamente.

— Eu não quero que pense nisso nunca mais. Se mantenha firme, por favor — apertou sua mão consolando.

— Penso que sou inútil, já que agora sirvo de moeda de troca estando vulnerável.

— Não vou deixar, deve descansar, e não ir mais a linha de frente. Fique com seu trabalho no escritório e evite combates corpo a corpo! — pediu preocupado.

— Que milagre, verbalização de sentimentos! — sorriu apertando sua mão de volta.

— Que sentimentos o que, só não quero que me dê trabalho, depois terei toda uma burocracia de resolver seus problemas! — seu rosto se fecha e cessa o toque.

— Não que seja da minha conta mas, como anda o progresso na busca de suas irmãs?

— Perdi minhas esperanças de achá-las vivas. — encarou a mulher.

— Vamos conseguir achá-las! Eu vou continuar buscando todas informações que estiver ao meu alcance, quem sabe eu acho algo que Hwan não tenha se atentado.
Hyeon buscava mulheres em todo canto do mundo, talvez possa nos ajudar.

— Não! — saiu como um grito — Minhas irmãs foram levadas pelo mesmo tipo de trabalho!

— Gang-Tae, seu pai vendeu elas, elas não foram levadas, sabe disso.. — observa o homem se levantando.

— Por minha culpa — olhava para o nada com o rosto pálido.

Andou devagar até a sala, e disparou até a escada, subindo os degraus com pressa enquanto ouvia os passos de Gi-Dae o seguindo, correu para o primeiro quarto que viu, e fechou a porta atrás de si, a  trancou, e sentou-se de costas a ela.

Andou devagar até a sala, e disparou até a escada, subindo os degraus com pressa enquanto ouvia os passos de Gi-Dae o seguindo, correu para o primeiro quarto que viu, e fechou a porta atrás de si, a  trancou, e sentou-se de costas a ela

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𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Where stories live. Discover now