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Seus olhares se cruzam, observando o veículo longo e luxuoso se posicionar lentamente a sua frente. Os dedos se soltam quando o motorista dá a volta no veículo abrindo a porta sem janelas, indicando a entrar, ainda em silêncio!

Seguiram ao local em completa mudez, não havia como quebrar o iceberg formado entre eles, o que lhe restava era distrair-se com os detalhes sutis e mistura de cheiros, como limão, morango e cigarro.

Movimentou a perna esquerda de forma frenética tentando aliviar a ansiedade que crescia, estava em um estado grave de incômodo com aquela lata ambulante sem nenhuma janela.

— Woozie tá fazendo muito mistério.. — balbucia Hyeon. — Até parece um ritual de sacrifício! — deu uma risada.

— Não diga o nome 'Woozie' e ritual de sacrifício na mesma frase. Tipo, nunca mais! — deu uma risada forçada e preocupada.

— O máximo que ele pode fazer é comer nossa carne! — sorriu para mulher quando observa o conjunto de rubi muito conhecido. — Ele te enviou isso? — aponta para a gargantilha.

— Sim! É uma especificação da lista. — deu de ombros.

— Não sente o peso dela..? Sei lá, eu não sou supersticioso mas isso aí já tá bizarro demais.

— Você é maluco? — se virou para o homem pronta para cortar o assunto.

— Esse conjunto era de Soo-Jin. Usava ele no dia em que morreu! — se aproximou olhando fixamente, se lembrando da fotografia imensa pendurada no escritório daquela mulher graciosa e sorridente vestida de noiva — Se não é o mesmo.. é idêntico!

— Por que ele me daria as joias dela? Vou devolvê-las hoje mesmo. — fitou o rosto curioso do mais velho.

— É ingênua ou se faz? — subiu lentamente seu olhar até o rosto neutro de Ji-Hye. — Woozie não desistiu de ti!

— E você? — rebateu ao passo que o veículo estaciona vagarosamente.

— O que acha? — manteve seus olhos focados em suas pupilas dilatadas.

As laterais do veículo são abertas de súbito, pedindo que se retirassem do veículo para segui-los.

— Mantenham-se em fila indiana, em silêncio, mantendo a cabeça reta. Avisarei quando estiverem no devido ambiente para se expressarem! — a voz grave indicou revistando Hyeon, ao passo que outro homem ignora a presença de Ji-Hye, não fazendo sua revista.

Ainda desconfiado continuou caminhando atrás de Ji-Hye, quando avistam o corredor estreito em colunas altas de luzes fracas avermelhadas que se apagavam após o sensor de movimento desligar-se.

Cabiam uma pessoa naquele espaço, que parecia interminável, desceram escadas, subiram outras e continuam na caminhada, já não haviam colunas, e sim uma passarela da mesma extremidade que se estendia por cima de águas cristalinas.

— Por favor, cessem os passos, peguem seus mantos, usem o capuz, quando o fizerem avise-me! — a volta grave é assustadora soou como um murro nos tímpanos delicados de Ji-Hye.

Olhou a sua esquerda avistando o manto de veludo vermelho que se arrastava no chão a cada passo dado. Os homens se dispersam, o primeiro para esquerda e o último para direita, fazendo com que Hyeon e Ji-Hye seguissem sozinhos, ao centro do local, que consistia em um grande círculo de piso preto, com duas correntes ligadas ao teto.

Antes mesmo de se posicionar sobre o central do salão, que lembrava vagamente o coliseu em sua estrutura grande, mas se perdia facilmente nos detalhes, assemelhando-se com a estrutura das óperas antigas, com acentos acolchoados, cortinas imensas, e portas largas que pareciam abrigar gigantes por de trás delas, as luzes se apagam fazendo Ji-Hye errar um dos passos, e estagnar por medo, seguiu o barulho da água em completa calmaria, deixando o colidir dos saltos ecoarem de forma estrondosa, o mínimo barulho se tornava demasiado alto, devido a estrutura do teto curvo, fazendo o som viajar de uma extremidade a outra sem perder volume.

𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Where stories live. Discover now