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Aquele ataque virou uma matéria no noticiário, alguns diziam que a mulher teria reagido a um possível assalto, outros apontavam uma possível briga entre gangues rivais.

Se estava fazendo tudo certo, qual o motivo? Era cruel demais pensar que aquele homem cumpriu sua promessa.

"Quis dar a eles mais tempo... e quem perdeu fora eu"

Seus olhos surfam até ver um homem de pé, segurando um bebê no colo, provavelmente um outro enlutado!

O homem de rosto arredondado e olhos pequenos continua parado observando Hyeon, até os gritos ecoaram pelo corredor "Tire esse bebê daqui, ele estragou a vida da minha filha, ela só tinha vinte e dois anos, assassino", o homem aninha o bebê no colo e se vai.

Hyeon dera de ombros, já tinha perdido tempo demais se preocupando com os outros!

Alguns de seus amigos, seus parceiros de gangue estiveram a seu lado no funeral, Hyeon não tinha como pagar, mas jamais deixaria que fossem enterrados sem a devida honra.

Era um período cinzento, a noite que caiu demorou para passar, o clima frio não ajudava, o casaco não esquentava e estava sem forças, já não aguentava mais os olhares que recebia. O julgavam, culparam e em partes estavam corretos.

Por seu rosto machucado era mais do que óbvio que havia se metido em confusão novamente..

Se lembrou do pedido de sua mãe:

A mulher molha o tecido na água morna, retira o excesso, e limpa a ferida do filho.

—— Hyeon, por favor, tome cuidado, essa vida não lhe trará boas coisas!

—— A senhora sabe que já faz tempo que não consigo um emprego, eu não estou fazendo nada ilegal, eu cobro dívidas, apenas isso! —— acariciou o braço da mãe.

—— Como explica esses machucados? Chang chorou mais cedo porque ficou preocupado, isso vai impactar de forma negativa. Assim me mata de preocupação meu filho. —— seu dedão acariciou ternamente a bochecha do rapaz.

—— Mamãe, eu sei me cuidar, não vou deixar faltar nada! Acha que vou cruzar os braços e deixá-la sozinha? Como aquele cretino.

—— Não fale assim do seu pai, não deve odiá-lo assim! Não se sinta na obrigação de prover, não é o seu papel, mas o meu!

—— Não mamãe! Mesmo que seja desagradável vai ter de me deixar ajudar, ainda vou dar a senhora a vida de rainha que merece.

—— Você é muito nobre, mas estou bem como estou, não conseguiria dormir de preocupação, e nem mesmo viver como a rainha que deseja se isso o põe em perigo!

—— Mamãe. Não precisa se preocupar, eu vou cuidar de tudo. A propósito...
—— se abaixa pegando a caixa debaixo da cama. —— Feliz aniversário!

Entrega a caixa a mãe, seus olhos fundos se iluminaram com o desfazer do laço azul de cetim, retirando da caixa o vestido que tanto namorou na vitrine.

—— Eu vi como gostou dele! —— dissera quando sua mãe lhe abraça empolgada, com um sorriso largo no rosto.

—— Isso deve ter custado caro, não precisava ter se preocupado meu amor. Você e Chang são os meus maiores presentes!

—— Vá se trocar, ainda não acabou! —— sorriu com o lábio ferido.

Chang olhava timidamente para Hyeon, que o chamou para sentar em seu colo.

—— Você também tem um presente para dar a mamãe não é? —— aconchegou o menino, que balançou a cabeça em negativa. —— Tudo bem, agora você tem.

𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Where stories live. Discover now