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Os olhos negros fitavam o céu se iluminando em flashs embranquecidos dos relâmpagos tímidos na imensidão da abóbada celeste. Aconchegou-se na poltrona, abraçando o próprio joelho, dezembro se aproximava rapidamente e não fazia ideia de como seria passar aquele período totalmente sozinha.

Um suspiro carregado de tristeza para a xícara de chá fumegante sobre a mesa de canto, ao lado do livro estoico, aquelas paginas deixaram de ser interessantes quando seus devaneios tomaram conta de sua concentração.

O som estrondoso do trovão fizera Ji-Hye se afastar da janela, aquela chuva tranquila estava se transformando em uma tempestade descontrolada.

O tinido da sineta viajou até os tímpanos da mulher, que correu para olhar as câmeras. A noites atrás tocaram sua campainha para deixar a ela uma coroa de flores fúnebres!

Conferindo rapidamente, voltara ao corredor abrindo a porta para Hyeon, que continha em uma das mãos flores e na outra um vinho tinto suave.

— Não deveria estar na reunião do Woozie? — pergunta dando espaço para o homem adentrar.

— Ele meio que tá me ignorando desde semana passada, então não faz sentido comparecer, prefiro jantar contigo! — seus passos cessam.

O estalo da porta se trancando foi a resposta. Ji-Hye havia dado uma ordem a Mei-Hui, ordem essa que tinha o prazo vencido as dez da manhã do dia seguinte.

— Uau. Consigo ver no seu rosto o quão feliz se sente em me ver! — decepcionado seguiu até a cozinha, escutando os passos da mais nova o seguindo.

— Para de falar besteira. Foi inesperado só isso! — pegou o buquê de suas mãos, cheirando as flores.

Sua imaginação voltou naquela noite de cinco anos atrás, em Vegas.

— São lindas, obrigada! — sorriu para o homem enquanto caminham até a cozinha.

— Vejo que alguém se adiantou! — aponta para as rosas Julieta.

— Não pensa o que não tem. — sorriu com aquele ciúme estampado no rosto.

— Então não foi Woozie quem mandou?
— pusera sobre a mesa a garrafa de vinho.

— Não. Acho que ele me odeia depois da bofetada que dei nele! — deu uma risada enchendo o vaso de cristal com água.

— Se tá odiando você, imagine eu. — a ajuda a colocá-las dentro do vaso.

— Tem ódio de sobra para nós dois, não há necessidade para brigarmos. — deu uma risada genuína.

Se dirigiu ao armário, sentindo o olhar de Hyeon em suas costas.

— Por que tá me olhando assim? — pusera sobre a mesa duas taças.

— Tô brigando com minha outra personalidade que insiste loucamente em reconquistá-la.

— Me reconquistar? — deu uma risada travessa e provocativa.

— Sim! — cruzou os braços sensualmente enquanto analisava suas pernas.

— Entendi, a personalidade é aquele Hyeon brega do cassino four dragons! — balançou a cabeça dando uma gargalhada.

— Até sua risada soou mais feliz quando se lembrou do meu eu, supostamente brega aos seus olhos. — piscou tentando lançar a ela seu charme.

— Vou confessar que era divertido vê-lo se rastejar atrás de mim com aquelas vestimentas absurdamente ridículas! — se aproximou do homem dando a ele uma taça.

Hyeon a olhava com uma expressão engraçada ainda que exibisse seu descontentamento, parecia sorrir.

Passou dedos pelos cabelos alinhados do homem que fizera um beicinho.

𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Where stories live. Discover now