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Ji-Hye se ergueu no banco tentando transparecer calma, como quem não devia nada.

— Não é nada do que tá pensando! Yu-mi gosta de Lee, e me pediu ajuda, não queria que Woo descobrisse que tô apoiando isso, e então pedi uma amiga, a Báthory para me ajudar com isso.

— Que nobre da sua parte, pena que toda essa atitude soou tão falsa quando descobriu que Woo está abalado com as atitudes rebeldes de Yu-mi. Quero acreditar que não está usando a inocência de Yu-mi na sua vingança.

— E não estou! Ela é importante para mim, estou ajudando ela a ficar com o homem que ama, você espera o pior de mim — cruzou os braços como uma criança birrenta. Suspirou olhando para Hyeon crente de que o homem havia acreditado.

— Mesmo sabendo que Lee-Yeon não pode se aproximar dela, resolveu ajudar?

— Só vocês de posto alto podem escolher com quem podem ficar, Woozie é um hipócrita, impede Yu-mi de viver com essas regras estúpidas, quando ele mesmo não é o anjinho que parece ser.

— Isso não é um problema nosso. Tome cuidado em que terreno quer pisar, pode ser um campo minado. Se Woo souber que está ajudando Yu-mi com isso vai se zangar — olhou para as próprias mãos, fazendo-a imitar o mesmo gesto involuntariamente.

— Hyeon..

— Você não me deve satisfação de nada, vou apoiá-la sem questionar, agora, vamos mudar esse assunto ruim! —  volta a tocar no volante.

— Quando isso veio parar aqui? — parecia confusa.

— Ele já devia estar com você a muito tempo, e eu não quero fazer como todos fazem, apenas conclui que aceitaria.

A mulher lhe sorriu voltando a admirar aquela peça que brilhava de uma forma mágica.

— Eu pensei que esse seria mais um aniversário ruim e triste mas você o tornou inesquecível, obrigada! — fala verdadeiramente.

— Aquele passe para seu coração ainda está de pé? — a olhou com um sorriso.

— Sim, não só para essa vida mas para as próximas. — retribuiu seu sorriso.

— Vou torcer pra essa não ser minha sexta vida! — deu uma risada travessa.

Ji-Hye estava de volta em casa, e precisava deixar tudo pronto para que seus ataques por meio de Mei-Hui soassem de forma tão sutil que Hyeon não poderia desconfiar dela.

Atacar por terceiros, o pilar, até que o resto da estrutura esteja comprometido e venha a baixo com o mínimo tremor.

Tinha muito do que executar e não ter confiança o suficiente que Mei-Hui cumpriria seu papel a deixava angustiada.

— Ji? — Hyeon chama novamente a mulher em transi, ocupada demais pensando em maldades a serem feitas.

— Sim? — fora puxada de seus devaneios, só então percebendo que estavam no estacionamento do residencial.

— Não vai subir comigo? — esperava a alguns minutos.

— Desculpe, tenho a mania de esperar alguns minutos antes de subir, sei lá, toda essa paranoia de ter alguém querendo sua cabeça numa bandeja — saiu do veículo.

— Aqui você está segura! — mentiu, sabia que o todas as consequências de tanta exposição estavam vindo com total força, como um tsunami, engolindo tudo que via pela frente.

Caminham no silêncio até o elevador, quando os pensamentos intrusivos começam a gritar uns com os outros dentro da cabeça de Ji-Hye.

Precisava de respostas.

— Hyeon, eu sei que a segurança da Yakuza está fragilizada. Os homens de Gang-Tae e Woozie estão morrendo de formas horríveis, e não vai demorar chegarem até os protegidos. Nós somos os próximos! — exibiu sua preocupação.

— Não pense assim, fomos apadrinhados a pouco tempo, então estamos mais seguros que Gi-Dae e Lee-Yeon. Vamos resolver o problema antes que cheguem ao topo.

— Me preocupo com eles, a pirâmide de poder da organização tá se dissolvendo aos poucos em meia tanta revolta e tirania.
— se lembra do que Gang-Tae havia lhe dito.

"O maior medo de um tirano, é o conhecimento!"

— Falou como Gang-Tae agora! — estava incomodado.

— Ele tem razão. Se não acordarmos agora para confrontar quem está nos atingindo, vamos desabar e na mão deles vamos ser os brinquedos. Sabe como os oprimidos agem ao mínimo poder concedido?

— Não fica pensando nessas coisas, se Woozie está quieto quanto a isso então não há porque nos preocuparmos.
— saiu do elevador caminhando com a mulher até a porta de seu apartamento.

— Espero que esteja certo quanto a isso, porque consigo sentir o cheiro da morte dos soldadinhos dele. Todos nós merecemos, mas ainda sim tenho medo!

Hyeon sabia que deviam reagir antes que a situação tomasse um rumo desenfreado, o que Ji-Hye temia não estava distante de acontecer.

— Woozie tem que reagir, ou todos nós vamos virar cinzas. — suspirou tristemente.

— Vá descansar, não é hora pra se preocupar, nada vai te acontecer! — puxou a mulher para um abraço.

— Impossível não pensar sobre isso, aquele homem tão perto de nós na ilha, quantos deles existem executando trabalhos corriqueiros, apenas para se camuflar entre nós? — aperta o homem em seus braços.

— Nunca saberemos quem é de mentira e quem é de verdade, viveremos para sempre na dúvida! — olhou no fundo dos seus olhos grandes e castanhos.

— Isso que me apavora, não saber quem quer minha cabeça. — retrucou.

— Não vou deixar com que seja prejudicada, eu já prometi uma vez e retorno a confirmar, que nada vai atingi-la, não vou deixar! Durma tranquila. — afastou a franjinha de sua testa carinhosamente, depositando um beijo terno.

— Vou sim, mas com você ao meu lado, eu me acostumei a dormir de conchinha contigo! — encosta o queixo em seu peito.

— Eu vou subir para tomar um banho e me trocar, e volto para jantarmos juntos — se desprende do seu enlace.

Concordou com a cabeça, vendo o homem voltar para o elevador.

Destranca a porta, adentrando ao passo que joga a bolsa em um canto qualquer, fechando a porta com o pé.

O cheiro de perfume masculino totalmente novo atiçou sua curiosidade, uma fragrância nunca sentida, a teoria de que alguém havia invadido seu apartamento caiu por terra quando encontrou a cozinha arrumada e um bilhete sob uma caixa de macarrons.

"Caramba esse lugar tava uma bagunça, tomei a liberdade de chamar os serviços de limpeza

Gang-Tae "

Sorriu aliviada. Se espreguiça pensando no banho quente que a esperava, apesar da sensação de estar sobre vigia não ter desaparecido.

— Acho que estou impressionada com aquele cretino do motorista — reclamou para si mesma subindo as escadas.

Nas sombras havia uma silhueta em silêncio observando cada detalhe do que seria sua presa.

Aquele perfume novo para Ji-Hye, é bem conhecido entre seus inimigos, o cheiro de um ceifador, descontente e curioso.

Aquele perfume novo para Ji-Hye, é bem conhecido entre seus inimigos, o cheiro de um ceifador, descontente e curioso

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𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Where stories live. Discover now