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— Deixa o papai entrar, por favor! — bateu na porta carinhosamente.

— Vai embora! — Yu-mi gritou do outro lado da porta.

— É injusto da sua parte ficar brava comigo sem eu nem saber o que fiz! — se sentou a espreita da porta.

— Você mentiu sobre a morte da mamãe! — gritou furiosa.

— Não quis te deixar pior do que já se sente. — olhou para os próprios pés.
— Eu sei que se sentiu enganada, mas agora vejo que estava certo em omitir.

— O que aconteceu com o desgraçado? — abriu a porta, olhando para o pai sentado no chão.

— Podemos conversar com calma? — pediu se levantando.

— Me desculpa ter gritado, não tem culpa pelo que aconteceu com a mamãe. — encarou o chão.

— Eu posso afirmar com toda certeza que sua mãe era a mulher mais doce que esse mundo já conheceu, e que ninguém teria motivo para fazê-la mal. — enxugou com o dedão a lágrima do rosto de Yu-mi.

— Então por que?

— A culpa é minha, em algum momento pensei estar sobre um cálice seguro, quando na verdade abaixei a guarda. Mas eu me vinguei, por mim, por sua mãe, por você!

— O que aconteceu no dia da morte da minha mãe?

— Eu vou contar tudo que quiser saber, não é como se eu pudesse mentir pra sempre! — fechou a porta atrás de si.

O homem se sentou sobre a cama, chamando Yu-mi para acompanhá-lo, Ji-Hye se pusera a ouvi-los por trás da porta, não era elegante mas os detalhes da vida do Woozie do passado nunca foram revelado a ela.

O jovem ajeita o cabelo, desabotoa os dois botões da camisa social branca mediana em qualidade, com leves desfiados em seu acabamento.

Mastigava um chiclete, enquanto andava confiante pelas ruas num dia agradável de sol acolhedor, até esbarrar no ombro delicado, levando a menina ao chão.

— Ei, você não olha por onde anda não é? — Woozie reclamou oferecendo a mão para a menina, que a pegou ainda tentando ver qual o dano que o café teria feito a seu vestido esverdeado.

— Mas foi você quem esbarrou em mim sabia?
— dissera com humor, finalmente revelando seu rosto arredondado, de nariz levemente arrebitado, os lábios pintados em cereja, assim com o cheiro de seu perfume.

Woozie ao tentar responder acabou engolindo o chiclete, fazendo a menina cair na risada.

— Me desculpa, por isso, mas não pode sair por aí confiando que todos olham por onde anda, por conta disso acabou esbarrando num desastrado, ou seja, eu! — apontou para si mesmo.

— Me deve um café! — inclinou a cabeça com um sorriso tímido.

— É, eu devo sim! — concordou entendendo o recado, levara as mãos ao bolso procurando por dinheiro, mas tudo que tinham eram alguns poucos wones — Caramba, isso não dá pra pagar nem o copo descartável do café. — reclamou baixinho.

A menina cruza os braços com um sorriso no rosto, era o jovem mais desastrado e carismático que havia conhecido.

— É, sabe o que é, vai chover. Outro dia tomamos um café, o que acha? — propôs envergonhado.

— Tudo bem! — sorriu levando a mão a bolsa, anotou rapidamente sobre o papel de seda, arranca a folha e entrega a Woozie — Esse é meu número, pra marcamos de devolver meu café.

— Ah claro, eu ligo assim que der! — sorriu concordando.

— É melhor correr para não pegar chuva! — aponta para o céu nitidamente limpo.

𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Where stories live. Discover now