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Ji-Hye encarava as possibilidades dadas à ela, uma garrafa de aguardente boliviana, linha de pesca e um tecido duvidoso, pensou por alguns segundos entregando a garrafa a Hyeon.

— Beba o máximo que conseguir, vai doer pra caralho. — avisou.

Hyeon pegara a garrafa sem pestanejar, bebendo seu conteúdo com voracidade.

Despeja o álcool em uma tigela de vidro, jogando a agulha pequenina no recipiente, higieniza as mãos, quando Hyeon da um silvo desesperado despejando a bebida sobre o ferimento.

— Hyeon, para de tentar me ajudar, você está piorando tudo! — advertiu vendo aquela atitude equivocada.

As mãos trêmulas finalmente conseguem colocar sobre o furo da agulha a linha de pesca, introduziu o objeto na borda ferida, fazendo o homem socar o colchão, mordendo com força o pedaço de pano entre os dentes.

Envolveu o outro lado, juntando uma borda a outra, dando um pequeno nó, cortando a linha, nó após nó repetindo o processo até fechar o buraco por completo, Hyeon ao que parecia havia desmaido. Por alguns minutos Ji-Hye agradeceu a síncope, só assim para homem não reclamar como um animal ferido.

Ji-Hye pega a toalha mais próxima, indo ao banheiro, encharcando, limpando o ferimento do homem que agora parecia dormir, se levantou ajuntando a bagunça do chão do quarto.

— Achei que ia terminar de me matar! — provocou com a voz baixa, soltando o ar aliviado do peito, parecia delirar.

— Eu fui uma excelente enfermeira seu idiota!
— olhou para o homem, sorrindo com os olhos marejados, por alguns minutos pensou em contar a verdade a ele.

— Sabia que você era você! — dera uma risada débil.

Ji-Hye fora ao banheiro, encarando o rosto pintado das manchas de sangue, observou a clavícula, a lingerie também machada.

Uma cena típica de decepção própria, enquanto cai a ficha de que nunca fora melhor que ninguém, abandonou seu juramento, seus bons princípios.

A mulher lava o rosto retirando de sua face a marca daquele brutamontes. Um vibrar quase imperceptível que aumentava gradativamente, o que seria uma ligação, talvez Hyeon estivesse mesmo encrencado?

A mulher sem secar o rosto fora até o celular, que para de tocar segundos antes da mesma atender, revelando ao fundo uma fotografia, do qual a mais nova não fazia ideia que Hyeon possuía.

Lucy abraçada a Ji-Hye em frente a uma árvore de Natal, aquela fotografia era a capa do Facebook da amiga desde do ano de dois mil e dezoito.

Um sentimento avassalador de culpa e saudade inundou seu coração, a mulher encarou aquela fotografia por alguns minutos.
Hyeon se sentia mesmo culpado por Lucy?

Mais a frente, o borrão de tristeza aos olhos de Ji-Hye permitira ver uma fotografia, a mulher larga o celular, e pega o primeiro de dois porta retratos, Hyeon mais jovem sendo envolvido aos braços de um menino que facilmente seria confundido com uma criança, ao lado direito uma mulher mais velha.

— Provavelmente são os parentes que havia mencionado! — tocou o pequeno rosto de Hyeon na fotografia. Vestia uma camisa em tom vinho com mandalas em prata e dourado.

— Você sempre foi brega! — Ji-Hye deu uma risada um tanto apaixonada.

Tentou não ceder a curiosidade. Mas não se segurou, sabia que Hyeon havia se mudado de frente a Woozie para vigiar, bagunça pós mudança, trás respostas.

Observou o quarto pouco iluminado, tons de preto e cinza, pinturas sensuais nas paredes e cheiro do perfume de Hyeon, se assemlha a café que sumia devagar. Ji-Hye definitivamente amava aquele perfume!

𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Where stories live. Discover now