65. Feitiço e Feiticeira - Parte 1 ⚠️ 🧞‍♂️

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"Cuidado com o que você deseja.
Não pelo fato de não conseguir, mas pelo fato de não querer mais quando conseguir".(A Vida de David Gale)

-Meu Deus, eu dormi ou desmaiei?
Mari apareceu de rosto amassado, abraçando Sheilla pelas costas. Beijou de leve o início da coluna da morena. Olhou-a pelo reflexo do espelho onde Sheilla fazia uma maquiagem.

Iriam confraternizar com as meninas do Bauru em poucos minutos.

-Que olhinhos inchados, amor! Soninho bom demais da conta, hein? -A morena disse carinhosa, recebendo um abraço ainda mais apertado de Mari em sua fina cintura.

Mari apoiou o queixo sobre o ombro de Sheilla olhando-a rendida, refletida no espelho.
A morena abriu um sorriso.

-Fui nocauteada, eu acho. Que cheirosa! Você é tão linda, She.
Cabelo esvoaçante, volumoso como eu amo.
Como eu te amo, She. Mari pensou.

Sheilla sentiu a atmosfera romântica e apaixonada de Mari. Geralmente, com a loira assim, Sheilla conseguia tudo o que queria dela.

Por que não arriscar?

A morena virou-se para Mari. Manteve o corpo colado nela, mãos no bumbum esculpido.
-Mar, faria uma coisa para mim, se eu pedisse?
Mari sentia sua circulação sanguínea trabalhar em urgente agitação com a proximidade tão íntima de Sheilla.

-Quem sabe? Você quer o mundo, Sheilla Castro? Eu te dou, peça. Porra, Sheilla! Que isso? Que gostosa...por que faz assim comigo? Quero você, agora, aqui.

Mari sussurrou no ouvido da mulher.

Com seu próprio corpo, Sheilla provocava o corpo de Mari. Ela serpenteava, tirando Mari de qualquer raciocínio consciente.

O cérebro ciumento de Mari emitiu o pensamento alerta quase de imediato:
Peça TUDO. Desde que não seja dividir você com aquele pateta...a gente até vê.

A loira ignorou o pensamento e beijou-a empurrando-a com suavidade contra a pia. -Diga, amor...o que quer, peça.
Com as mãos, Mari subia o robe acetinado rosa que Sheilla usava, assim como subiu a perna da oposta. A loira ofegava.
-E isso aqui, She?

-Quero saber detalhes de uma mensagem que recebeu...

Mari reposicionou a peça íntima que ela puxava, de volta ao local e desceu suavemente a perna de Sheilla, que ela já havia suspendido contra a pia, para o chão. Arrumou o robe também. Sheilla prendeu a respiração.

A loira deu um passo para trás. Seu semblante mudou bruscamente.

-Mari, o que houve? Por que "cê" reagiu assim?

Sheilla perguntou baixinho e bastante surpresa. Na boca, o amargo do ciúme, nos olhos, a iminente nascente cristalina.

-Não pode invadir minha privacidade, Sheilla. Não pode me controlar.
Sou complacente, mas algumas coisas para mim são extremas. Achei que da última vez em São Paulo, você tinha refletido, She.

-Senti ciúme... Me pareceu íntimo demais. Só isso.

-Se viu esse raio de mensagem, que eu mesma nem vi, cago e ando para o que tenha nela. Não faz diferença nenhuma para mim. O que deseja de mim, amor? Não estou entendendo.

-O contato não está salvo...

Sheilla já tinha se arrependido por não ter agido à sua própria maneira para resolver esse pequeno impasse, mas, ainda restava essa possibilidade. Mari se aproximou. Olhos azuis nos castanhos.

-Escuta, She. -A loira segurou o rosto moreno e magro entre suas mãos. -Eu não saio com ninguém, além de você, há tempos. Não quero outra pessoa. É difícil entender isso?

Between Us - SHARIWhere stories live. Discover now