06. Broken: O impacto do "Solo" e do "Sim"

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Istambul, Turquia, Fevereiro de 2013

Marianne entrou otimista em quadra. Ainda não sabia, mas enfrentaria mais duas derrotas uma profissional e uma pessoal, uma muito amarga e outra já bem conhecida da loira.

Três minutos de jogo, três pontos marcados, e, quando descia de volta a sua posição no chão, após o bem sucedido ponto de um espetacular ataque na entrada de rede, Mari desceu direto.

A ponteira sentiu o impacto com solo, caindo totalmente desmontada se contorcendo em desespero e dor.

O joelho de Mari fez um barulho que aterrorizou Kim, sua parceira de ponta no jogo. Mari o ouviu também.

A queda ocorreu pela quadra suja, elas haviam inclusive, reclamado já, antes mesmo da partida começar, por tempo e transmissão para televisão, foi alegado que não havia tempo hábil para limpeza.

Mari levava as mãos ao rosto, chorando muito, se contorcia e não era só pela dor excruciante que sentia. Era por saber exatamente o que tinha acontecido.

Dessa vez com seu joelho esquerdo.
O choque e comoção de todos foi total. As companheiras correram em Mari.

Paula também sabia exatamente na pele como era estar naquela posição e dor angustiante da amiga.

Mari voltou a mente ao dia de sua outra lesão de joelho em 2010, via a mesma dor ali, via a situação se repetindo, só que sem ver Sheilla a apoiando em quadra como da outra vez.

Na época, a oposta segurou sua mão no chão amparando-a, a própria transmissão do jogo fez menção a cena.

Aqui é bom deixar claro para alguém que não "shippou" o casal Shari por ser jovem na época, que Mari não poderia lembrar de outra pessoa.

As duas estavam juntas desde quando eram ossudas e pouco conhecidas nos clubes.
Estiveram juntas praticamente 8 anos, atingindo o primeiro ouro olímpico do Brasil e o auge da fama juntas e felizes.

Sheilla foi quem cuidou de Mari em todas as outras lesões. Mari mesmo mulherenga que era, nunca amou alguém antes de Sheilla, o mesmo se aplica a morena.

Seu ligamento cruzado estava rompido de novo.

Ainda que o médico da equipe dissesse para Mari ter calma, que era cedo para dizer o que aconteceu ela sabia.

Não era apenas uma lesão, Pois isso é comum em atletas. Mas era a terceira lesão grave dela.

Como jogadora de alto nível, dois joelhos e o ombro refeitos era frustrante.

Como ficaria seu jogo depois disso?

Mari precisou deixar a quadra carregada sob o olhar preocupado de todos e muitos aplausos e tendo seu nome gritado carinhosamente pela torcida no ginásio.

Saiu com a mão no rosto, frustrada, e mais uma vez pensando no porque que com ela as coisas sempre eram assim, tão difíceis. Chorava de dor e tristeza.

A partida terminou com a derrota do Fenerbahce por 3 sets a 0, mas o resultado nem importou perto da contusão de Mari.

O ocorrido já estava em tempo real na mídia. As imagens da ponteira rolando de dor, na ambulância e o desespero estampado em seu rosto, e as notícias de possível lesão grave já corriam o mundo esportivo, por enquanto, só especuladas.

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