50. O pulo da gata 🐈👱‍♀️

276 19 36
                                    


Prestes a comprar sua passagem, Sheilla caiu em si.

Sem contato com Mari, ela não poderia se arriscar a voar para Rolândia. Tinha medo de Mari ainda não ter aparecido por lá, e encarar Dona Gisela sozinha, era assustador para a morena.

Sheilla e Dona Terezinha conversaram bastante. Sheilla contou com calma os últimos acontecimentos, a conversa com Breno e os planos que tinha e amadurecia sobre o divórcio.

Dona Terezinha ficou um tanto preocupada com a neta. Ela não conseguia ver aquilo dando certo. Sheilla sentiu medo em sua avó. Elas duas eram confidentes e muito ligadas uma à outra.

A morena enfim resolveu aproveitar com a avó o jantar na Lagoa reservado por Breno. Era o tempo em que Mari chegava à Rolândia e dava as caras, já que estava na estrada.

O restaurante com vista para a lagoa era lindo. O estilo do local e cardápio que Breno tinha reservado era extremamente romântico. Dona Terezinha, assim que viu tudo, fez uso de seu leve virar de olhos. Sheilla deu risada.

Rosas vermelhas, velas perfumadas, carta de vinhos caríssimos, e música instrumental, indicavam que ele tinha pensado em impressionar a morena com aquele jantar. A configuração da mesa foi rapidamente modificada para a avó e a neta. Dona Terezinha retomou o assunto das duas em casa, de horas antes.

—Bom, acho que ele não vai desistir fácil de você minha filha.

—Desde que não me encha o saco, isso aqui é o de menos vó.—Ela se referiu ao jantar romântico. — Não é minha vontade brigar com ele, sabe? Na verdade, eu queria que...

—Filha, nem continue. Não poderá ficar com os dois em banho Maria, Sheilla. Ela não vai ficar. Essa era sua ideia inicial, meu amor, e a Mari descartou. Como pretende mostrar a ela que você mudou e errou na escolha do casamento, se ainda pensa igual?

—Vó, me ajuda com a Mari, pelo que vi ele a aceitaria, sabe.

—É a Mari. Você a conhece mais que eu. Ele sempre aceitou. Ela quem não quis. E no lugar dela, eu também não ficaria minha filha. Eram casadas Sheilla. Na verdade são. Pois se amam.

—O que a senhora quer dizer?

—Não foi você quem pediu a ela uma chance de fazer um caminho diferente para vocês duas? Se o caminho não for novo, ela vai seguir o dela.

—No meu lugar, a senhora arriscava o litigioso?

—Não posso te falar o que deve fazer. Mas como conselho, se não for adiante no divórcio, libera a Mari. Vê-la sofrer é como a morte para mim Shillinha. Te ver sofrer possivelmente exposta ou sem ela também vai me matar.

—Não vou perdê-la de novo vovó. Mas para a senhora eu posso pelo menos desabafar?

—Claro, filha.

—É que é pesado, vó. Eu vou jogar tudo para o alto, correndo risco de destruir a nós duas, nossas carreiras, tudo que tenho, e ela não pode se dispor a ficar comigo assim, por um tempo vovó?

Não tem mais nada acontecendo entre eu e ele. Será que eu sou um monstro cruel ao me questionar isso? O que ela faz por mim, por nós duas, vó?

—Ela te perdoou filha. Te deu outra chance. Não estava na pele dela para saber do que ela passou e passa por cima para te dar uma chance.

—Eu sou uma pessoa ruim, vó? Eu a amo, mas parece que para ficar com ela eu terei de destruir a nós duas.

—Nao filha! Não pensa isso. Não é nada fácil sua situação. Já pensou em se abrir com ela?

—Não posso vó. Tenho medo dela surtar e me deixar. Já deu indícios, já me disse que dessa vez ela está preparada. Eu não tenho dúvidas de que eu a quero! Farei o que for preciso. Além disso, ainda posso tentar convencer o Breno.

Between Us - SHARIWhere stories live. Discover now