64.Todo mundo sabe

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A vermelhidão na região tracionada por Sheilla um tempinho antes, ainda era bem visível no pescoço de Mari. Por sorte, o clima estava quente, o que fazia parecer alguma reação de sua sensível pele ao "fogo" do clima de Bauru.

Mari não teve tempo para identificar se a morena estava ou não chateada por não ter conseguido o que quis, na hora em queria, do jeito que exigiu, e depois suplicou de si.

Marianne divagou pensando naquela mulher nua, subindo pelas paredes, com a qual se deparou naquele banheiro. sorriu torto. Torcia para que a morena mantivesse aquela vibe, mais tarde  já fora do seu ambiente de trabalho.

O jeitinho de sacudir a cabeça e sorrir de Marianne demonstrava para quem a via, que ela, possivelmente, se lembrava de algo bom e engraçado.

Marianne Steinbrecher sorria torto desde que se entendia por gente. Talvez, essa sua irresistível característica física tenha lhes sido agraciada, na verdade, ainda na infância em decorrência de uma mini plástica que precisou fazer, após um tombo bem feio que levou. Arteira, escorregava de pé, em área de piso molhado, quando o tombo aconteceu. Na ocasião teve o lábio parcialmente aberto.

Pelo sim e pelo não, seu sorriso torto, adornado pelos sinais ao lado da boca e nariz, além dos sulcos das covinhas, nunca deixaram sua dona sorrir e passar despercebida em qualquer situação e local.

No ginásio, pouco antes, não teve como Mari não ir ao encontro de Loff, que já distraía Kiwiek há um tempo, afinal, Mari só entrou na cabine, de fato, para dar um beijo em Sheilla. Apesar de que por muito pouco, não cedeu às vontades da loba morena selvagem que lá se encontrava.

Já no restaurante, local onde Kiwiek programou o encerramento dos trabalhos matutinos do time, e por isso berrava chamando a loira no ginásio, para convidá-las. Mari, sentada à mesa com as colegas, observava de longe Sheilla fazendo umas fotos com os donos do estabelecimento. 

Via Sheilla cordial e gentil. Parecia nem ser real ela estar ali com ela em Bauru. Pensou se deveria intervir para Sheilla retornar logo ao seu lugar, esse, ao lado dela.
Meus Deus, Sheilla, o que temos pela frente? Tá tudo tão bem, e ao mesmo tempo tão escuro. 

Mari pensou. 

Cê virou minha cabeça. De novo.

Raquel Loff vendo a loira em outro planeta, chutou de leve a canela dela, para lhes chamar a atenção na tentativa que Mari captasse o que ela mostraria . Perca de tempo.

—Porra Loff, ái  minha canela.

—Mari…fala baixo, deixa de sonsura.

A loira finalmente focou a atenção no ambiente em que estava. De novo, encontrou os olhos escuros da garota Bruna em si. "Oh meu Jesuzinho, o que é agora"? Mari resolveu desviar. Se Sheilla aparecesse ali… 

—Oh Sis, o que é que está rolando mesmo?—Loff, que  sentava do lado de Mari, inquiriu. —Eu perdi alguma coisa?

Era sobre os olhares da jovem morena para Mari.

—Meu, e eu vou saber? Sou inocente, garanto.

—"Quem tem fama, deita na cama, Marianne".

—Raquel sorriu.

—To fugindo de fama e cama, Sis.

— E se não estivesse fugindo, rolaria?

—Nossa, não tinha mais nem graça, de tanto tempo já.

Raquel Loff arregalou os olhos. 

—Piá, faz seu pedido, deixa de espanto, que não tem nada demais no que eu disse.

Between Us - SHARIWhere stories live. Discover now