58. 🩹💔 Shades present and ghost past.

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Os olhos castanhos se abriram devagar no quarto ainda escuro. Seus parâmetros de localização, comumente confusos e bagunçados de tanto fuso horário já enfrentado pela profissão, não lhes pregaram peça ali: Mari estava por perto. Sentia seu cheiro e a energia alegre de sua presença. Estava realmente em Bauru.

—Amor? Onde cê tá? Volta...—Ela disse manhosa, ouvindo o movimento de Mari no banheiro.

Mari lhes sorriu da porta. —Bom dia, amore mio! Você não precisava acordar agora. —De roupão, e toalha no cabelo, ela foi até Sheilla.

—Você dormiu bem? —disse, entrando no edredom com Sheilla. Nem esperou resposta, beijou-a na boca apaixonada, abraçando-a forte. Eu te amo, Sheilla—ela pensava.

—Mil vezes bem vinda, minha vida!—Mari disse e levantou-se. —Durma mais, nossa noite foi agitada e hoje será novamente.—Ela sorriu e piscou maliciosa para a morena. —Infelizmente, a Marheanne aqui, precisa ganhar a ração dos filhotes— disse, sorrindo.

—Ah não, loirinha...quero você mais um "cadinho"—Sheilla fez seu biquinho mineiro. Ela sentou-se na cama, puxando o lençol, e, enquanto cobria os seios nus, olhava Mari se arrumar para trabalhar.

—Mar, o que foi aquilo ontem, hein? —a morena mordeu os lábios.

—She! —de costas, não vendo a expressão de Sheilla, Mari falou e sorriu. —Me diz que lembra de tudo por favor! nem foi tanto vinho assim, vai...foi inesquecível.

—Tá maluca? Claro que lembro.

Lembro de cada detalhe seu, da gente...apesar de que, eu devia falar que dei um apagão, para poder repetir tudo igual de novo.—A morena sorriu encabulada.

—Claro que vamos repetir, amor. Você foi ótima.—Mari disse, enquanto aplicava protetor solar no rosto.

Sheilla estranhou um pouco o cuidado pessoal da loira , ainda mais naquela hora tão cedo da manhã. Influências? certamente influências.

O cigarro específico da noite anterior também lhes veio à mente, pois, para Sheilla também indicava proximidade de pessoas "novas" no convívio de Mari.

Longe de Sheilla se enganar que Mari era influenciável, inconsequente ou mesmo "puritana". Conhecia-a intimamente.

Mari era regrada e disciplinada com o esporte, com seu corpo, seus contratos, mas curtia festa sim, e algumas coisas que se tinha acesso nesses meios, principalmente quando mais jovens, as duas juntinhas, ou quando a loira caiu nas noitadas trevosas do colapso com Sheilla em 2011 e 2012.

Sheilla sempre foi muito mais regrada, obviamente. Até o álcool em sua vida, era praticamente zero antes de Mari.

Sheilla acompanhava-a às vezes, juntas, e em situações bastante íntimas. E tudo era bem, mas bem esporádico.

Sheilla acompanhava-a de livre arbítrio, assim como passou a acompanhá-la nas baladas, nos acampamentos, nas viagens, nas trilhas, nos passeios de motos, no skate, no remo, na bike, nas rodas de músicas, onde às vezes apagava-se no colo da loira, cantora, musicista, e tantas outras coisas que Mari, inquieta e versátil, gostava.

A questão ali, era qual seria o meio em que Mari estava circulando atualmente e que ela não sabia, e não estava inclusa?

A loira não estava indo em festas, ou estava? Quais eram os reais contextos da nova vida em Bauru?

Não era essa a vibe dela e de Mari no atual momento.

Não fazia sentido a loira sair, comprar 1 cigarro para uma noite diferente. Isso nunca existiu. Não funcionava assim.

Between Us - SHARIWhere stories live. Discover now