55. Não fui eu

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🎶(...)Não fui eu quem desistiu dos nossos sonhos

Não fui eu quem destruiu nossa esperança

Não fui eu quem fez meus olhos mergulhados por mentiras

Vai dizer que era isso que eu queria

Eu sei o que dirá

Vai me culpar

Por um erro seu

Se alguém me perguntar

Irei dizer que não fui eu

Não fui eu"(...)🎶

A loira ficou puta. Não pelo banho gelado intencional que tomou da morena , e sim com o ciúme agressivo de Sheilla  com aquelas alfinetadas hostis sobre ela possuir vasta "clientela" e o trocadilho pejorativo com a palavra "comida" numa situação que fugia do controle das duas.

A reunião ainda se prolongou por conversas triviais mesmo. Depois passou pela carreira de Mari, seu retorno ao Brasil, essas coisas. Assim que pôde, ela se despediu. Teria de ir lidar com a gata selvagem solta.

Na saída, Mari destravou o carro na chave que trazia consigo. Parecia ter feito xixi. A blusa molhada grudada à barriga esguia chamava a atenção de quem a via.

Sheilla seguiu na frente, evitando que a loira abrisse a porta para ela, como era rotineiro. A morena entrou sozinha e fechou o carro numa pancada que estremeceu tudo, arrepiando qualquer amante automotivo nas imediações do grande edifício comercial. A morena queria confusão.

Mari não tinha sacado ainda a proporção da fúria de Sheilla.

—Amor, me bate, mas não bate o carro assim, chega doer. —Mari deu um sorriso leve, e, se estendendo, tocou com carinho o queixo de Sheilla.—Você é lind...

A morena arrancou a mão da loira de si Imediatamente.

—Amor, é sério isso? O que eu fiz?

—O que você pode vir a fazer de novo né? Porque já o fez. A Shelfo. E você sabe bem o motivo. Feche a sociedade com aquela mocreia e veja o que acontece com a gente.

—She, eu nem sabia de interesse de ninguém em negócio nenhum. Já saímos daquela sala. Cê já macetou meu pé, já me deixou molhada e nem foi da maneira que eu gosto. —Marianne sorriu. —Vamos embora, vamos?

—Como você menospreza meus sentimentos não é Mari? Se tivesse um guizo em todas as piranhas que se conectam a você, ninguém dormia mais de tanto barulho.

—She? Não estou te entendendo...

—Então eu te explico direitinho, Marianne. Assim, você não se faz para mim. Não foi essa piranha que te deu inúmeras aulas de pilotagem, inglês aeronáutico e o diabo a quatro? Vocês duas batiam de helicóptero para cima e para baixo, em tempo de derrubarem aquela coisa e você morrer pelada, queimada, abraçada a ela. Lembra disso?

Mari esboçou um leve sorriso, pensando no absurdo desastre aéreo com alguém fazendo sexo. Sheilla era maluca. Mas, como num relâmpago, a loira retirou o sorriso do rosto. Viu que a morena estava realmente possessa.

—E qual o problema nisso, She? Essa é uma das áreas profissionais dela, e aprendi coisas que eu gosto muito, cê sabe disso.

—Você fodeu com ela. Essa é a questão. É mentira?

Between Us - SHARIWhere stories live. Discover now