52. Descompressão ❄️🌡️

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—De novo She. Nem queria te falar, mas...
Pela dor, estou com muito medo de ser lesão. É tão frustrante. Talvez já chegue para mim. —Mari secava os olhos com força.

—Amor, é só uma contratura tenho certeza. Olha pra mim, atleta é isso Mar, e você sabe. Calma tá bom? Olha tudo que já enfrentou, isso é fichinha para você!

—Eu sei She, detesto me vitimizar, mas é que é cansativo, sabe? A gente carrega o peso da medalha, somos cobradas, temos de mostrar serviço e isso vai e acontece.

—Mari, eu só estou inteira porque nem me comparo com você. Você é atacante de força Mar, ofensiva demais. Porradeira. Eu morro de medo de bolada, eu não passo bola, eu defendo pouco, nunca saí da saída( de rede). Você ataca de todas as posições possíveis desde antes os 15 anos. Claro que o corpo cobra.

Ajoelhada, ao lado da cama, a morena beijava a barriga de Mari. —Será se uma cesárea dói assim? Ela riu. —Vai se acostumando, hein?

Mari não se animou. —Poderia ser até uma coceira, mas se me impede de jogar, é terrível, entende? Eu nem treino com bola ainda, She.

—Amor, se não está nem na bola ainda, não podem já te cobrar estreia em quadra. Dá tempo você se recuperar.

—Isso é verdade. —Mari apertou a mão de Sheilla e sorriu, agradecendo o apoio.

—Vou me arrumar e ligar pra alguém vir dar uma olhada em você Mar. Antes que a vovó grite comigo. Por favor, não faça esforço. É sério. Já fez muito.

—Dá um beijinho de novo She!? Me alivia bem mais que repouso.

—Você hein Marianne!?

—Amor, pode vazar isso de lesão. Bauru me mata. E você sabe que pelo DM de lá não posso ser medicada aqui. Não adianta trazer alguém aqui. —Mari tentou parar Sheilla.

—Mari, eles são de casa. Esqueceu de quando minha cama velha de solteiro caiu com a gente transando e você azulou o quadril, fez até um edema ósseo? E eu um arranhão na bunda que inflamou horrores. Mancamos, as duas, por dias em São Caetano. Ninguém daqui vazou nada.

Mari riu ao lembrar. —Eu te avisei tanto que aquela cama estava estranha.

—Avisou, mas não parou.—Sheilla tirava a roupa para tomar banho.—Que raiva daquela cama. —Sheilla sorria lembrando da vergonha da família. Foi um barulho terrível, e a sensação de todos saberem o motivo dela ter caído acabou com ela.

—Vem cá, vem She. —Olhos azuis grudados nos seios morenos.

—Minha saia apagou o fogo para você Marianne! Acha que esqueci? Você cheia de gracinha, me entregando pra vovó.

Sheilla passou sorrindo para o banheiro, Mari lhes segurou o pulso. Bastou um pequeno torque e o corpo leve de Sheilla girou em seu próprio eixo, caindo sobre a loira.

—Senta aqui, assim She.

—Mari...

—É só um beijo. Você é linda demais. Só um. Assim, amor.

Não foi só um beijo, foram muitos. E não só beijos.

Sheilla assistiu ao banho rápido de Mari.

—Tererê deve estar furiosa, agiliza, amor. —A loira sorria torto para a morena em um leve deboche do estado cansado de Sheilla.

—E a culpa do atraso é de quem hein Marianne?

—E você não reclamou porque She? Se estava gemendo, tinha voz.

Mari ganhou uma palmada, que na sua pele molhada, soou num estampido engraçado que foi abafado pelas risadas da oposta do Baurú.

A loira terminou e saiu rapidamente. Sheilla se atrasou com o cabelo emaranhado. Ouvia Mari soltar palavrões enquanto se vestia lá no quarto.

Between Us - SHARIWhere stories live. Discover now