30. Caleidoscópio sem lógica 🌈◻️◽▫️

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Saquarema/Rolândia 2016

Sheilla finalmente se apresentou em Saquarema. De excelente trazia a bela pele, resultado dos dias de amor com Mari, ademais, estava fora de ritmo e forma. José Elias, preparador físico da seleção brasileira, e Zé Roberto técnico ficaram desesperados com o estado de Sheilla. Principalmente porque ela era a única convocada para oposta.

Nesta edição haviam sido cortadas Camila Brait e Tandara. O time para a Rio 2016 contava com as seguintes jogadoras: Levantadoras: Fabíola e Dani Lins, Ponteiras: Fernanda Garay, Natália, Jaqueline e Gabriela Guimarães, Centrais: Thaisa, Fabizona, Juciely e Adenízia, líbero: Léia oposta: Sheilla Castro.

Sheilla acordou em Saquarema contrariada às 8:20 da manhã. Contrariada pois detestava atrasos. Tinha perdido o sono quando chegou de madrugada e, dormindo muito tempo depois, perdeu a hora, nocauteada pelo fuso horário.

Acordou, sentiu falta de Mari ao seu lado, do cheiro do atual longo, cabelo loiro.

Maricota parecia ter jogado até o celular fora. Não respondeu ao bom dia da morena.
"Já começou mal isso" pensou Sheilla, suspirando pesado. Tomou banho e se arrumou. Ficou sozinha num quarto de madrugada. E que bom, pois era o tempo necessário para que o dna da loira saísse dela, pois Thaisa, a amiga "perdigueira" como sempre farejava.

Sheilla foi a última a se apresentar. Louros da fama e também por ser muito querida por Zé Roberto, já que era de conhecimento de todos que ela já estava livre do Vakif há dias e não chegava ao Brasil. O que não sabiam era que ela estava "presa" numa certa pessoa, velha conhecida da seleção brasileira.

Antes de sair do quarto, mandou mensagem também para os familiares, incluindo lindinho. Esses, meio que não entenderam a agenda de Sheilla. No entanto, como era comum correria na vida da atleta, entenderam. Sabiam da pressão em cima da oposta.

Sheilla andou pelo CT em direção ao refeitório. Impossível não reviver as lembranças de tudo vivido naquele lugar. Dos dias iniciais do amor com a loira, das inseguranças de ambas, dos campeonatos e lesões, dela e Mari com os cachorros da loira, no caso, delas, correndo no gramado como uma família feliz. E infelizmente lembrava de Mari fora de si, possessa de ódio de Breno.

Não era a sua primeira concentração sem Mari, mas era a primeira concentração dela buscando se acertar com a loira depois de tudo, e era a despedida de Sheilla da seleção. Ali a morena tinha muitas memórias. Boas e ruins. Teria de optar racionalmente pelas boas. Seu emocional precisava de tudo, menos mexer em velhas feridas.

A oposta chegou ao refeitório bem tímida e sem jeito à procura das amigas Thaisa e Fabizona, que, por sorte não seriam difíceis de serem vistas, pois eram duas imensas centrais. Não precisou nem ser procuradas.

—Bandidaaaaa! —Berrou Thaisa, quase fazendo quem ainda comia se engasgar pelo grito.

—Amiga!!!!! —Fabizona, correu de braços abertos ao encontro de Sheilla.

—Olha se não é ela, a Sheilla Castro! —Gabi reverenciava Sheilla com os braços.

-—Agora o Tri é nosso! —Adenizia sorria.

Um clima de muita alegria tomou conta de todos os presentes. Muitos abraços de boas vindas, afinal a estrela mais brilhante da seleção brasileira havia chegado.

Sheilla disfarçou um pouco, e após parabenizar Gabi e Léia pela convocação, olhou de canto de olhos para a central loira de quase 2 metros, Thaisa apertava os olhos reparando nela. —Mas que porra, ali está me escaneando por completo.—Pensou a oposta.

Por sorte, assim que ela se alimentou, Zé chegou e chamou-a para uma conversa particular rápida. Mas ela sabia que Thaisa teria todo o tempo do mundo para inquiri-la. Sabia também que ia tomar dois sermões, um da comissão pela sua condição física, outro da amiga por esconder dela os últimos acontecimentos.

Between Us - SHARIWhere stories live. Discover now