18. Sob o céu de São Caetano

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Estão prontos?? Porque a autora não...🥰

Continuação Jogo de despedida da Fofão
Maio de 2015

—"Eu vou com a Mari". Não, não houve erro na audição de ninguém, foi isso mesmo que a oposta disse. A Terra certamente deu uma freada brusca nos seus movimentos de rotação e translação.

De branca, a loira passou a ser transparente. Dava para ver todo o seu sistema nervoso funcionando, todos os capilares desembocando sangue em seu coração, que de gelo nada tinha principalmente nesse dia. Ainda assim, Mari ficou de pé, calada. Sem conseguir raciocinar. Só sabia olhar com ternura para aquela mulher.

—Espera, só pegar minha mochila ali Mar.
Não eram apenas mochilas. Levava muitos presentes de fãs e de Fofão para sua avó. O esposo de Fofão ajudava-a, carregar.

Sheilla voltou, e ela se encaminhou para o visível estacionamento lado a lado com a surpreendida Marianne Steinbrecher, essa que pegou e carregou quase todas as sacolas que Sheilla levava.

Sob tantos pares de olhos espantadissimos, Mari não disse nada, nenhuma amiga ousou dizer que iria junto com elas. Nenhum cérebro ali funcionou para isso também. Também quem em sã consciência ousaria entrar num carro junto com O CASAL do vôlei?

Enquanto elas andavam devagar, as jogadoras chocadas se entreolhavam ninguém verbalizava nada...mas era comum o pensamento de todas quando voltaram a si:

O relacionamento voltou? Se perdoaram e retomaram a amizade? Sheilla ficou maluca em nem tentar encobrir aquilo? Sheilla não inventou desculpas, nem mentiu nada?...Puta que pariu...e o lindinho que Sheilla rasgava amores na internet? O triângulo estava ativo? E os fotógrafos lá fora? Fãs espreitando. Todo mundo seguia-as com os olhos com o queixo caído.

Fofão falou baixo para a dupla não ouvir:

—Vou dar uma resposta para servir a todas as dúvidas de vocês.
Elas se amam. Sempre se amaram e sempre se amarão. Deixem-as em paz para se curarem. E se ferirem de novo. E repetirem isso até completar o ciclo necessário.

Mari, estava chocada com a atitude de Sheilla. Não sabia nem como agir, embora por fora demonstrou normalidade. Não queria constranger Sheilla perto das meninas, Já mais próximas do carro, ela busca falar algo baixinho, teria de dizer, e logo.

—She, espera. —Ela disse sem jeito.

Cada vez mais próximas do carro de Mari, a morena e a loira se olharam por uns minutos. Mari com medo do que ia falar, Sheilla com medo do que ia ouvir. Nenhuma das duas queria estragar o dia lindo que estavam tendo.

De repente, Sheilla saiu correndo de volta até às meninas, e entregou algo pequeno a Fabizona, que colocou no bolso, Fabizona beijou a amiga na testa como quem concedia uma bênção pedida. Mari olhou a cena intrigada.

A morena voltou correndo igual uma criança saltitante, num movimento parecido com seu aquecimento lateral em quadra. Mari riu de leve.

Os cabelos de Sheilla agora soltos se sacudiam e davam nela um ar realmente feliz e alegre. Seus grandes olhos castanhos sorriam colados em Mari.

O rosto Moreno e sereno de Sheilla em nada se alterou com a hesitação de Mari que continuava precisando falar algo.

—She, é o seguinte, —Ela repete.

Ser chamada de "She" ao invés de "Sheilinha" deixou os olhos da oposta ainda mais brilhantes e felizes. Ela sorriu, e falou baixinho como se tentasse tranquilizar a loira.

—Não precisa nem dizer, eu sei Mar, é claro que eu sei, como eu não saberia?Abre logo o carro, vai?

A morena disse, dengosa, fazendo biquinho, olhando dentro dos olhos da ponteira pensando se Mari ainda conseguia ler seu olhar . E ela leu sim.

Between Us - SHARIWhere stories live. Discover now