10. Aqueles Olhos...

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Depois de duas semanas em Rolândia, no Paraná, Mari seguiu na fisio e na academia

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Depois de duas semanas em Rolândia, no Paraná, Mari seguiu na fisio e na academia. Descansou bastante, curtindo os cachorros e a família.

Lidou constantemente com perguntas insistentes de muitos sobre onde estava Sheilla e se o marido dela era boa pessoa. Isso porquê, Sheilla já tinha ido com ela à Rolândia quando juntas, milhares de vezes, além claro de terem vivido "grudadas" longos anos.

As duas eram vistas constantemente em Rolândia sempre com terceiros. Davam autógrafos, tomavam sorvete, levavam os dogs na praça, brincavam com crianças e atendiam fãs.

Naquela tarde Mari conversou com Anna por telefone:

—Bom, que maravilha que tudo deu certo Anna! Não apenas estude, curta suas férias também! Você vai amar a Itália! Continuaremos trabalhando quando você voltar, se desejar.

—Sim, Mari! Essa viagem é tudo para mim. Não pelas férias em si, mas pelo curso sabe?
Ah, já fiz contato com o setor de fisioterapia de Uberlândia e passei todos os seus prontuários, assim como já coloquei um programa em seu e-mail, por favor siga.
Como não tenho mais pendências a resolver com você, então o momento de viajar é esse mesmo.

Tem uma pendência sim—pensou Mari. Mas essa parte, seria pessoalmente pela própria loira.

—Escuta Anna, você gostaria de conhecer Rolândia? Tem umas festas tradicionais muito legais aqui nessa época agora. Como está de férias, de repente você se anima e entra num avião pra Londrina e eu te encontro lá.

—Conhecer sua Terra, sua casa e sua família? Mas é claro!!!

—Só preciso que tenha consciência de que sua vinda não é trabalho tá? É livre para vir ou não, assim como é livre o seu arbítrio em tudo aqui...

O coração de Anna disparou com aquela frase sem aviso prévio. Ela ficou confusa, mas não pensou duas vezes.

—Eu já disse! Estarei aí no primeiro avião. Minha ida não é a trabalho Mari. Ela é de sonho de fã.

No mesmo fim de semana, Anna desembarcou. Mari já a aguardava, tinha ido buscá-la numa Caravan bege, toda restaurada, que era um dos xodós de Mari.

Mari estava realmente contente. Descontraída, despojada, de óculos e um cachorro no colo. Ela agitava os braços para Anna.

Rolândia deixava Mari mais moleca, brincalhona e radiante.

Apesar de estar fora há mais de 10 anos, sua família e aquele lugar tinham uma importância imensurável para ela e seu emocional.

Mari tinha muito carinho por Anna. Como visto, a ruiva cuidou dela e de suas coisas num momento terrível para ela.
Tinha ciência que foi Anna quem não a deixou sucumbir em sua dor. E tinha ciência também da ótica da ruiva sobre ela. Isso, se não tivesse entendido errado. Mas nesse aspecto, ela não entendia errado nunca.

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