CAPÍTULO 21 - O TERCEIRO COMBATE

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Os gritos vinhamabafados, longínquos e desesperados. Um zumbido persistente e estalidospipocavam em meus ouvidos. A visão turva me impedia de ver com clareza, mas aspessoas pareciam correr de um lado para o outro. Usei a parede como apoio, e decostas fui me arrastando para cima. O mundo girava num turbilhão de dor econfusão e as lembranças então me vieram, a fera me atingira primeiro, ospunhos fechados foram como uma marreta em meu rosto. Sentia os dentes frouxosnas gengivas enquanto o sangue escorria. Recuperei-me como pude, não tinhatempo para conferir os ferimentos e parti em velocidade na direção dos gritos. Osalão estava quase vazio, alguns corpos jaziam espalhados pelo chão. Procureipelos outros, mas nem sinal deles. Mais gritos vieram danave colateral à minha direita junto com rosnados e uivos. Corri até lá

Os generais e o Rei Casemiro empunhavam suas espadas protegidos por uma coluna de soldados com escudos e lanças. O lobisomem circulava a uma distância segura das pontas agudas. Emitia rosnados graves enquanto estudava o melhor momento para o ataque. Minhas suposições sobre sua inteligência só se confirmavam. Saquei as gêmeas e gritei chamando o monstro para o combate. Ele virou-se. Nossos olhos se encontraram emitindo centelhas de tensão e fúria por todo o ambiente. Ele partiu em minha direção com as enormes patas em posição de ataque. Aproveitando o momento certo saltei sobre ele usando uma das saliências da parede. Apanhado de surpresa, a fera golpeou o ar em vão. Caí a alguns metros atrás e aproveitando a distração fui em sua direção desferindo uma série de golpes com as espadas. O maldito desviava-se habilmente e revidava com suas garras duras como lâminas bloqueando-os. As gêmeas tilintavam em suas unhas, mas sem surtir efeito. Voltei-me para os guardas esperando ajuda. Nada. Assistiam a tudo absortos e incrédulos. Os golpes do lobo buscavam sempre meu pescoço e meu torso e a velocidade parecia aumentar. Em certo momento ele ameaçou um golpe à minha esquerda, desviando minha atenção para aquele lado, mas o golpe principal veio da direita em direção às minhas têmporas. Bloqueei com o antebraço e a proteção nele fez o seu trabalho cortando os quatro dedos da pata do monstro. A coisa se afastou ganindo, e perplexo olhou para os cotos dos dedos decepados. Um sangue escuro jorrou em profusão, a criatura cambaleou para trás procurando algo pelo chão. Então o impensável aconteceu, ele apanhou um escudo caído e encaixou-o na mão ferida e em seguida olhou-me diretamente nos olhos transmitindo uma determinação redobrada. Não havia mais dúvidas eles pensavam como gente, havia ali no fundo daquele animal uma alma humana. Me recompus do choque e ataquei. A coisa barrou minha carga com o escudo e me empurrou de volta jogando-me no chão. Levantei-me rápido e corri em sua direção. O monstro fechou-se no escudo e usou a garra sã para o ataque. Afastei-me rapidamente e voltei a estudar meu oponente circundando-o, enquanto balançava as gêmeas brilhantes na frente dos seus olhos que emanavam o mesmo brilho vermelho, mas com uma nuance diferente, o temor parecia esmaecer o rubro. Chocamo-nos num baque surdo, mas agora não me deixei afastar enterrando uma das gêmeas em seu escudo travando o braço esquerdo já enfraquecido pela dor. O braço livre desferiu um arco com a nítida intenção de golpear a minha cabeça, mas decepei-o na altura do cotovelo. A coisa urrou tentando se afastar, mas não permiti. Com a espada ainda presa ao escudo, puxei-o para mim e enterrei a outra gêmea em seu queixo, a ponta da lâmina varou o topo da cabeça e ali ficou presa. A espada calou a fera, que caiu pesadamente para trás. Fiquei ali de pé, parado, incrédulo e aliviado, assistindo o sangue escuro do volkodlak manchar o brilhante mármore branco do piso do salão real.

 Fiquei ali de pé, parado, incrédulo e aliviado, assistindo o sangue escuro do volkodlak manchar o brilhante mármore branco do piso do salão real

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Rayd e a lua do caçador Volume 2 - O NecromanteKde žijí příběhy. Začni objevovat