CAPÍTULO 17 - OS IMPIEDOSOS CANINOS LONGOS

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Os quatro cavalgaram praticamente sem parar por três dias e três noites. Usaram uma rota já conhecida pelos Carcaju que margeava o Nogat. Apesar de um pouco acidentada, reduzia a viagem em quase trinta quilômetros em relação à rota do Passarge. Chegaram nos arredores de Zantyr no cair da noite. Decidiram acampar em algum ponto da imensa floresta longe da estrada. Pelos cálculos de Darik, já tinham ganho cerca de dois dias em relação ao comboio de Marielle.

A floresta de Zantyr dava nome ao vilarejo que se formara à beira da estrada que levava a Malbork. Era sombria e antiga, formada em sua maioria por pinheiros, faias e carvalhos seculares. Eles cavalgavam lentamente pela floresta debilmente iluminada pela luz da lua crescente, e com uma suave névoa entremeando as árvores. Iam em silencio, ouvindo o pio das corujas ao longe. Todos estavam cansados e famintos e os cavalos já não tinham mais condições de continuar. Procuravam agora apenas um bom lugar para acampar. Darik indo à frente, deteve a todos, Tynus parou ao seu lado confuso.

- O que houve? Por que paramos rapaz?

Ele não falou nada apenas apontou logo à frente para o totem que os aguardava. Mestre Kulim acompanhou o braço e se deparou com o bizarro achado.

- Pela Dama da Luz!

Logo à frente um esqueleto humano sem a cabeça estava pregado em uma estrutura de galhos entrelaçados de uma forma bem peculiar. No lugar da cabeça uma máscara de pele seca lembrava um lobo com longos caninos embranquecidos. Sangue coagulado escorria de suas mandíbulas. O mais velho dos carcaju então declarou em um tom satisfeito.

- Parece que chegamos senhores, é aqui que devemos acampar!

- Aqui, como....não, por favor! Jovem Carcaju...isto não é uma apenas uma marca de território significa...! Tynus foi interrompido por Darik

- Sim eu sei mestre Tynus, eu bem sei o que isso significa! Respondeu num tom irônico e sombrio.

Arik mexia os grandes nacos de carne de cervo tirado da carga do Javali Caolho que jamais seria comida

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Arik mexia os grandes nacos de carne de cervo tirado da carga do Javali Caolho que jamais seria comida. O caldo era saborosamente engrossado pelo amido dos estranhos tubérculos que Tynus havia colhido na beira do rio. Raízes de uma planta com folhas grandes de um verde muito escuro que acrescentavam um sabor especial ao cozido. As ervas aromáticas que ajudavam na composição do cheiro da comida, eram achados do carcaju do meio, fruto de uma rápida busca pelas redondezas. Era incrível como a natureza podia suprir tudo que um bom cozinheiro poderia precisar, bastava apenas para isso um pouco de faro e sensibilidade. Arik, após encher o seu prato passou a concha aos demais para que se servissem. Foi Tynus quem quebrou o silêncio.

- Bem amigos, se tudo correr conforme o planejado estaremos interceptando o comboio em Christburgo!

E depois? Alguém aqui sabe como iremos derrotar os vinte ou trinta teutões da escolta? Disse o taberneiro de boca cheia, enquanto limpava o caldo grosso que escorria da boca.

Rayd e a lua do caçador Volume 2 - O NecromanteDonde viven las historias. Descúbrelo ahora