CAPÍTULO 7 - A DOCA DOS RATOS

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Optamos pela rota mais improvável e segura até a Doca dos Ratos, a do rio Passarge. Foram dois dias penosos de navegação em uma volta gigantesca na pequena embarcação conseguida por Gudruk. Apesar de tudo, estávamos todos bem-dispostos.

As águas do Vístula no desembarque eram calmas. As marolas da laguna batiam nas estruturas do porto, produzindo um som monótono e sonolento. Ao longe era possível ver as luzes do píer de Honeda. A Doca, como era chamada, na verdade era um grande porto, com várias embarcações ancoradas. Algumas próximas, outras fundeadas ao longe. O lugar possuía um cais de grossas tábuas que servia como a principal via de circulação. Seguimos por ela até o que seria o centro do lugar. Naquele ponto, a Doca dos Ratos parecia um mundo à parte. Salpicada de pequenas tabernas, e com um grande mercado de peixes, frutas, legumes e especiarias. Não conseguia acreditar que estávamos a apenas a alguns quilômetros da cidadela, e todo um mundo novo se descortinava.

Um sistema de postes com lamparinas à gordura deixava tudo com uma cor mágica, apesar do avançado da hora o lugar estava fervilhando. Prostitutas, marinheiros, contrabandistas e soldados, perambulavam pelo cais e por suas ruas adjacentes. Zig ia à frente, caminhava rápido como só quem conhece o lugar, poderia caminhar. Parecia saber exatamente aonde ir, tive a certeza disso quando paramos em frente à uma movimentada taberna que, à luz do dia deveria ter uma bela vista da laguna. Na placa da entrada, um peixe bizarro mordia uma caneca de cerveja.

- Aqui amigos, o Esturjão Vermelho é um dos pontos mais movimentados de toda a Doca. Se quisermos encontrar alguém que possa nos ajudar, vai ser aqui! Disse Zig com uma expressão séria.

Sentamos eu, Zatik e Gudruk em uma das mesas livres, enquanto Zig circulava pelo lugar. Com o capuz da roupa abaixado, não provocava nenhuma comoção, todos pareciam estar acostumados à figura exótica e simpática de nosso amigo. Sumia e reaparecia no ambiente pesado e fumacento como os golfinhos da laguna. Após um tempo, retornou à mesa decepcionado.

- Não há ninguém nesse lugar com colhões suficientes para nos levar nessa empreitada! Disse baixinho, olhando para todos os lados.

- Não os culpo! Não é uma empreitada, é uma sentença de morte! Falou Zatik, enquanto virava a caneca de cerveja.

- Quanto estamos oferecendo aos que vierem a se interessar pela missão? Perguntei.

- Trezentos táleres de prata! Respondeu Gudruk.

- Pois dobremos então. Seiscentos táleres de prata, é dinheiro para uma vida toda! Respondi, mais alto do que deveria.

- Seiscentos táleres? Quem eu devo matar? Respondeu uma voz que vinha da mesa logo atrás. Os ocupantes estavam ocultos pela penumbra.

O sujeito levantou-se e se pôs diante de nós

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O sujeito levantou-se e se pôs diante de nós.

- Boa noite senhores, Laurent Moreau ao seu dispor! Disse numa mesura para depois correr os olhos lentamente por toda a mesa parando em Zig. E então disparou.

Rayd e a lua do caçador Volume 2 - O NecromanteWhere stories live. Discover now