CAPÍTULO 18 - DO BRANDENBURGO A VILNIUS

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O dia amanhecera com céu límpido e azul, o sol brilhava tanto naquele ar da manhã que chegava a ferir os olhos. À nossa frente a grande floresta de Elk se estendia até onde a vista alcançava, e para dentro do continente emoldurava o rio Neris em quase toda a sua extensão inicial. Olhava para ela embevecido por sua beleza e imponência inigualáveis. Não percebi a chegada de Zig.

- E então, como vai o nosso prisioneiro? Perguntei preocupado.

- Não muito bem! Eles se curam depressa, mas acho que os ferimentos foram demais até mesmo para ele!

O interesse incomum de Zig pelas feras parecia só aumentar. Mesmo correndo extremo perigo, não descuidava dos ferimentos do homem-lobo no porão. Tentou em vão alimentá-lo e se mostrou muito contrariado quando o Capitão Laurent o acorrentou ao pesado catre da cela.

- Venha amigo, vamos falar com o Capitão precisamos definir os passos que devemos tomar ao adentrar a terra dos Lituanos.

O Neris era largo em sua foz, mas ia se afunilando à medida que avançava pela Lituânia

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O Neris era largo em sua foz, mas ia se afunilando à medida que avançava pela Lituânia. Era estreito e traiçoeiro até a cidadela de Tepliava, depois, mudava novamente para sua topografia inicial com margens distantes e águas tranquilas. E foi nesse ponto que os barcos surgiram atrás de nós. O primeiro a avistá-los foi o contramestre que se encontrava empoleirado no pequeno cesto da gávea do mastro principal.

- Capitão, temos companhia!

Monsieur Moreau se encontrava no tombadilho junto ao leme. Ao ver as embarcações, mandou imediatamente içar a bandeira lituana junto a uma outra branca. Mesmo com todo esse cuidado, recebemos dois tiros de advertência um à frente da proa e outro logo atrás da popa.

- Erraram feio mestre capitão! Não me parecem ser tão bons artilheiros assim! Declarou Zig.

- Não se engane meu caro!

- Se realmente quisessem nos acertar, já seríamos comidas para os peixes! Tornou Moreau.

Segundo ele, eram duas canhoneiras leves de guerra. O Sofija e o Regina exibiam seus nomes em grandes letras douradas nas laterais do casco. Abaixo delas, duas fileiras de oito canhões guarneciam bombordo e estibordo. Rapidamente nos alcançaram e lançaram os cabos de abordagem estendendo a prancha em seguida. Já nos econtraram todos no convés com as mãos para o alto. Aquele que deveria ser o capitão desceu logo atrás de seu pelotão.

- Pois bem prussianos, quem é o comandante?

- Bem-vindos a bordo, comandante Laurent Moreau, ao seu dispor! Monsieur Moreau se esforçou na mesura, mas o homem permaneceu reticente.

- Vossas mercês bem sabem que embarcações prussianas estão proibidas de navegar em nossas águas!?

- Qual o motivo de tamanha imprudência? Estão navegando em uma de nossas principais rotas para o Mar Báltico, e, se não tivessem sabiamente desfraldado as bandeiras daquela maneira, já estariam no fundo do Neris! Trovejou o homem.

Rayd e a lua do caçador Volume 2 - O NecromanteOnde histórias criam vida. Descubra agora