O grande mal cresce a cada dia. O império teutônico mostra sua verdadeira face de tirania prendendo e torturando todos os supostos membros da rebelião prussiana. Com Marielle e Zorn desaparecidos, Rayd se une aos rebeldes que agora lutam desesperado...
O dia amanhecera com céu límpido e azul, o sol brilhava tanto naquele ar da manhã que chegava a ferir os olhos. À nossa frente a grande floresta de Elk se estendia até onde a vista alcançava, e para dentro do continente emoldurava o rio Neris em quase toda a sua extensão inicial. Olhava para ela embevecido por sua beleza e imponência inigualáveis. Não percebi a chegada de Zig.
- E então, como vai o nosso prisioneiro? Perguntei preocupado.
- Não muito bem! Eles se curam depressa, mas acho que os ferimentos foram demais até mesmo para ele!
O interesse incomum de Zig pelas feras parecia só aumentar. Mesmo correndo extremo perigo, não descuidava dos ferimentos do homem-lobo no porão. Tentou em vão alimentá-lo e se mostrou muito contrariado quando o Capitão Laurent o acorrentou ao pesado catre da cela.
- Venha amigo, vamos falar com o Capitão precisamos definir os passos que devemos tomar ao adentrar a terra dos Lituanos.
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O Neris era largo em sua foz, mas ia se afunilando à medida que avançava pela Lituânia. Era estreito e traiçoeiro até a cidadela de Tepliava, depois, mudava novamente para sua topografia inicial com margens distantes e águas tranquilas. E foi nesse ponto que os barcos surgiram atrás de nós. O primeiro a avistá-los foi o contramestre que se encontrava empoleirado no pequeno cesto da gávea do mastro principal.
- Capitão, temos companhia!
Monsieur Moreau se encontrava no tombadilho junto ao leme. Ao ver as embarcações, mandou imediatamente içar a bandeira lituana junto a uma outra branca. Mesmo com todo esse cuidado, recebemos dois tiros de advertência um à frente da proa e outro logo atrás da popa.
- Erraram feio mestre capitão! Não me parecem ser tão bons artilheiros assim! Declarou Zig.
- Não se engane meu caro!
- Se realmente quisessem nos acertar, já seríamos comidas para os peixes! Tornou Moreau.
Segundo ele, eram duas canhoneiras leves de guerra. O Sofija e o Regina exibiam seus nomes em grandes letras douradas nas laterais do casco. Abaixo delas, duas fileiras de oito canhões guarneciam bombordo e estibordo. Rapidamente nos alcançaram e lançaram os cabos de abordagem estendendo a prancha em seguida. Já nos econtraram todos no convés com as mãos para o alto. Aquele que deveria ser o capitão desceu logo atrás de seu pelotão.
- Pois bem prussianos, quem é o comandante?
- Bem-vindos a bordo, comandante Laurent Moreau, ao seu dispor! Monsieur Moreau se esforçou na mesura, mas o homem permaneceu reticente.
- Vossas mercês bem sabem que embarcações prussianas estão proibidas de navegar em nossas águas!?
- Qual o motivo de tamanha imprudência? Estão navegando em uma de nossas principais rotas para o Mar Báltico, e, se não tivessem sabiamente desfraldado as bandeiras daquela maneira, já estariam no fundo do Neris! Trovejou o homem.