1° Degustação...

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Lembrando que quando LML acabou já tinham se passado 6 anos. No Love na Rocinha ainda estamos naquela época, e o livro continua do momento em que Marreco se entrega e Aline entra praticamente sem vida para o hospital.

Marreco,

(Comunidade do PPG, 15 anos atrás...)

— Vem, pô... Cheinha de marra, tu... — enquanto puxo a Aline pela mão, para dentro do meu quarto, tento, ao mesmo tempo, abraçar, beijar, apalpar.

Tô maluco de saudade! Ela me tira do eixo, me deixa taradão. Quero ela a todo momento, e isso está cada vez mais forte.

No começo eu pensava que nem iria dar em nada. A Aline sempre foi de igreja, toda certinha, andava pela favela pra cima e pra baixo com aqueles vestidos longos e feios para um caralho. Sempre tive ciência de que o pai dela iria enguiçar meu lado, que seria um empecilho entre a gente. Por essas e outras, nem botei fé no nosso lance. Me preparei para quando ela viesse de caozada, me dando um pé.

Essa hora não chegou, pelo contrário, ela sempre arruma um jeitinho maneiro pra vir me ver. Hoje também foi assim. Mandei recado e ela esperou os pais irem pro culto para fugir.

Praticamente esmago ela inteira com as mãos, galudão, cheio de tesão.

Até tento respeitar a imposição dela, de que sexo é só depois do casamento, mas o papo é que não aguento mais esperar.
Sou pirado no corpo dela, na boca, em tudo!

— Quero você pra mim... — enquanto beijo ansiosamente seu pescoço e aperto sua bunda, fazendo seu corpo vir ao encontro do meu, pressionando minha pica em sua perna, sussurro, sentindo o ar faltar.

— Mas Hud... — ela tenta falar, e por já saber o que vai dizer, eu impeço com um beijo.

É sempre a mesma parada: "Isso não é certo. Não podemos. É pecado e blá-blá-blá… ".

Saco cheio dessa mironguinha, na moral!

O beijo a cala.

A viro de uma vez, e num empurrão estratégico a jogo sobre a cama de solteiro do meu quarto humilde, que divido com meu irmão.

Ele tá ligado que quando a Aline vem ele tem que dar área, não pode entrar. Algumas moedas fazem ele ficar de bico calado, e na atividade em frente a igreja para correr e nos avisar caso o pai dela saia mais cedo do culto. Raramente isso acontece, porque ele é o pastor. Só deixo meu irmão vigiando para a Aline não se preocupar. Geral sai ganhando. Heliton, a grana; eu, um tempo com a minha gostosa; e ela, tranquilidade.

— Tamô junto mó tempão, pô, ja deu desse papinho de esperar! Tu não me ama? Não quer me agradar? — tiro minhas roupas, peça por peça, enquanto ela fica me olhando deitada na cama.

Ela me olha como se eu fosse o rei da razão, minha palavra é lei para ela. Me vê muito além do que realmente sou.

Me sinto o cara quando seu olhar está rendido assim para mim. Isso é um bagulho que eu jamais vou esquecer na vida, essa devoção que ela demonstra.

Ela se sente protegida comigo, escuta com veneração cada palavra que eu digo, como se eu fosse o centro de seu mundo. Me amarro muito nisso, ela me ganha fácil agindo assim.

Faz eu me sentir foda, me causa mais desejo ainda de cuidar dela, de manter ela bem, tá ligado? Eu faria qualquer porra por ela! Tudo! Daria minha vida!

Se ela me pedir qualquer coisa, vou atrás, roubo, mato, faço o que for preciso. Não há explicação para o que a gente tem.

Nunca tive motivos para querer ser alguém na vida, até conhecer ela. Ela me desperta essa ambição.

Love na Rocinha( DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now