Capítulo 111

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– No banheiro de um McDonalds? – Carlos e eu soltamos juntos, surpresos.
Porém, diferente de mim, Carlos dá uma gargalhada.

– Essa criança vai gostar muito de hambúrguer. – ele comenta, risonho.

Noah reprime um sorriso e eu apenas balanço a cabeça, voltando a trocar de roupas; meu amigo some porta à fora enquanto amarro os cadarços dos tênis e enfio celular e carteira nos bolsos. Minutos depois, ele reaparece juntamente com a nossa gerente. Essa que se aproxima de mim e indaga, ansiosa:

– É verdade que o bebê vai nascer?

– Sim. – respondo, e só então noto a tensão em minha voz.

Ela me abraça apertado e, apesar de um pouco desconcertado, retribuo.

– Vai ficar tudo bem. – sussurra – Tudo correrá bem.

– Obrigado.

Dando um passo para trás, segura os meus ombros e sorri. Desde que entrei aqui, ainda como um trabalho de férias, expliquei qual era a minha situação a gerente, que logo seria pai e precisava de dinheiro para as despesas do bebê e também da minha namorada.

Claro que eu fiz um bom trabalho para que tivesse uma chance de entrar na equipe permanente do karaokê, mas admito que fui um tanto quanto sacana ao "deixar escapar" metade da minha condição atual. Poderia não ter dado certo e o tiro ter saido pela culatra.

Porém, no final, deu tudo mais certo do que eu esperava.

O que posso fazer? O lugar é bom e paga mais do que os outros empregos que eu tinha visto. E é como dizem por aí: "quem não chora, não mama."
E por falar em chorar e mamar...

– Sei que foi inesperado, mas eu preciso sair...

– Ei, ei! Não precisa nem pedir, é claro que vou deixá-lo sair mais cedo. Você e o Noah. – olha para ele do outro lado – Está liberado para levar o Bailey ao hospital, querido. Certifique-se de que ele não vai surtar no meio do caminho, ok?!

Bom, eventualmente ela também ficou sabendo do meu épico e inesquecível desmaio.

– Pode deixar.

Nós dois saímos a procura de um táxi assim que batemos o ponto. Por ser um dia movimentado, não demora para que um apareça. Com o celular em mãos, disco o número da Any enquanto entro no carro e Noah orienta o motorista a aguardar.

Chama uma, duas, três, quatro... E apenas no quinto toque que ela atende.

"Bailey?!"

– Sim, sou eu.

De fundo, ouço nitidamente o característico som da ambulância. No entanto, com certeza eu não estava pronto para ouvir também o grito doloroso da minha namorada.

Minha perna, como se criasse vida própria, sobe e desce freneticamente.

– Any, está tudo bem? Diga que sim!

"Não se preocupe, Bailey. Está tudo bem sim. Apesar de ser um pouco desesperador, os gritos dela são normais, levando em consideração que um bebê está prestes a sair."

Tento rir da sua tentativa de aliviar a situação. Pena que os meus níveis de agonia e ansiedade já ultrapassaram o aceitável e eu não saiba mais o que é tranquilidade.

– Para qual hospital vocês estão indo?

"Na realidade, eu não sei. Espere um segundo." – a ligação fica muda repentinamente – "O enfermeiro disse que acabamos de chegar ao Immaculate Heart Hospital. É o único hospital próximo que tem maternidade."

𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃Onde as histórias ganham vida. Descobre agora