– Eu vou entender se não quiser assumir. Não estou lhe obrigando a nada, só achei que... Que gostaria de saber. É um direito seu, afinal, e...

Minha voz simplesmente desaparece e é tomada por soluços altos e um choro mais alto ainda, quando sou acolhida por seus braços tão fortes e amáveis.
Choro, choro e choro. Me permito chorar o quanto preciso, encostada em seu peito e encharcando a sua camiseta, depois me preocupo em culpar os hormônios por isso.

– Me desculpe, me desculpe, me desculpe.

– Por que está pedindo desculpas?

– Porque...

– Se você acaba de me fazer o cara mais feliz do mundo?!

Olho-o por trás das lágrimas, sem poder acreditar. Meu coração se revira no peito.

– O que disse? – indago, quase num sussurro.

– Que eu estou feliz. Infinitamente feliz.

– Então, por que você não... Não falou nada? Eu achei que iria nos abando...

– Jamais diga isso! – me corta, nervoso – Eu nunca faria isso, especialmente agora.

Bailey suspira longa e profundamente, e segura o meu rosto entre as suas mãos quentes e carinhosas. Eu continuo agarrada a si e sem pretensão alguma de soltá-lo.

Seus olhos encontram os meus, suaves e cheios de um brilho que nunca vi antes. Minha pulsação acelera quando sinto a maciez dos seus lábios, num beijo repleto de significado e amor, e não há nada nesse mundo que me faça pensar o contrário.

– Me perdoe. Não foi a minha intenção fazer com que imaginasse essas coisas desagradáveis. Eu só estava assustado, chocado e... Bem, nem preciso comentar sobre o episódio vergonhoso que foi o meu desmaio, pois acho que ele explica o bastante do que eu estava sentindo com a notícia.

– Não está chateado?

– Eu, chateado? Mas é claro que não! – sorri, deixando a mostra suas covinhas – Com medo? Talvez. Afinal de contas, tanto você como eu sabemos o que teremos que enfrentar daqui para a frente, mas estou igualmente feliz.

– Sério?

– Com certeza.

– Eu já amo tanto esse bebê, assim como eu amo você. Ainda que tenha sido um acidente, eu estou feliz porque... Porque foi feito com amor. – levo sua mão até a minha barriga e sinto os seus dedos tremerem de leve. Sorrio – Apesar de tudo, é uma parte nossa. Um pedacinho seu e meu, crescendo bem aqui.

– Antes de mais nada, não diga que a culpa foi sua e muito menos que foi um acidente. Acho que sou grande o suficiente para assumir as minhas responsabilidades e, veja bem, todo aquele sexo sem camisinha não foi lá a coisa mais sensata que já fizemos.

– Você sabe que eu estava tomando a pílula, por isso não me preocupei.

– Bom, nada é cem por cento, não é?! Nosso bebê aqui dentro é a prova viva disso.

Sou incapaz de segurar uma risada. Não há prova maior do que essa, sem dúvida.

– Está realmente feliz?

– Muito, muito, muito feliz!

Permanecemos agarradinhos, trocando carinhos e palavras doces, o verdadeiro sonho de qualquer mulher grávida e carente (e o meu sonho como a boa manhosa que sou).

De repente, Bay me pega no colo e sorrio ao sentir como me embala suavemente, como se dessa forma também estivesse embalando o nosso bebê que ainda está na minha barriga.

𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃Where stories live. Discover now