"A arma."

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P.O.V Draco Malfoy

O ódio estava entalado na minha garganta, seguro a sua roupa preta e faço o que eu queria fazer desde pequeno. Deposito um soco no seu nariz pontudo.

Fiz por cada marca que eu tenho no corpo, por cada queimadura, por cada partida de quadribol que eu perdia, por cada nota baixa e por cada vez que ele me batia simplesmente porque tudo estava errado na vida dele. Mas principalmente, o esmurrava pela Noora, eu poderia aguentar mais dez anos de espancamento e queimaduras, mas não poderia aguentar saber que ele a machucou e a tocou de uma maneira que apenas eu a toco.

Minha mãe me puxava de cima dele em desespero, suas unhas arranhavam a minha pele de tanta força que ela punha.

Sou praticamente arrastado de cima dele e três comensais da morte seguravam os meus braços com força. Eu não queria usar magia, queria matá-lo com as minhas próprias mãos.

- Já chega. O que acham que eu sou, um juiz de algum ringue? - A voz fria do Lorde das trevas soa. - Por que estavam se batendo? - perguntava impaciente. - não que eu me importe, só não deveriam fazer isso na minha frente.

- Deveria perguntar porque o Lúcio estava apanhando, ele não deu um único soco. - Bellatrix constata sorridente, ela adorava ver o circo pegar fogo.

- Ele sabe muito bem o que ele fez! - grito tentando sair do aperto dos outros três, o que é sem sucesso.

- Eu não fiz absolutamente nada, milorde, peço desculpas pelo comportamento do meu filho. - ele diz friamente me olhando.

- Não me chame de filho, seu verme! - grito novamente.

- Já chega, garoto Malfoy, o que aconteceu? - olho para trás e vejo a Leonoora de cabeça baixa.

- Ele abusou da Leonoora, da sua filha. - digo a fim de provocar qualquer sentimento nele.

Mas, ele apenas olha para Lúcio e para a Noora freneticamente com um pequeno sorriso.

- Era exatamente disso que eu precisava. - ele coloca Lúcio no meio da sala na frente da Leonoora, espero que ele faça alguma coisa, mas nem ameaça levantar a varinha. - Você não vai defendê-la, garoto Malfoy. - avisa se afastando de Lúcio e indo para trás dela.

- Faça, Leonoora. - o seu sussurro é capaz de ecoar pela sala silenciosa. - Bom, eu ofereceria a minha varinha, mas acredito que não é preciso.

O Lorde volta a se sentar na sua cadeira, como se estivesse esperando um espetáculo, um sorriso tomava conta do seu rosto oval azulado. Nagini, a cobra, se enrolava na Leonoora, o que me fez tentar escapar novamente, mas não consegui.

Leonoora ergue a cabeça e abre os olhos, não os olhos escuros que me deixavam maluco, os olhos estavam completamente brancos e um sorriso maldoso brinca nos lábios cheios.

Não era ela.

Não era a minha Leonoora.

Lúcio apontou a sua varinha para ela, mas bastou que ela abrisse as mãos para a varinha ir para as mãos da Noora, que a quebra ao meio.

Ela brincava com a língua negando com a cabeça, o sorriso maldoso igual o do lorde das trevas ainda estava lá.

A morena andava em círculos com o Lúcio no meio, como uma predadora caçando.

- Crucio. - o Voldemort sussurra.

- Crucio. - ela repete erguendo a sua mão, um feixe de luz atinge o loiro que se debate no chão.

- Mate. - Voldemort sussurra novamente, mas o meu pai continua a se contorcer de dor.

Ninguém conseguia tirar os olhos do que ela fazia, era incrível, das suas mãos saíam uma luz direcionada ao Lúcio. Ela estava o amaldiçoando.

- Draco. - O Lorde chama, mas não consigo tirar os olhos da Noora, parecia estar se machucando ao fazer aquilo. - Devo parabeniza-lo pela sua lealdade, apesar dela ser uma pequena surpresa, visto que a sua família é composta de grandes abutres que desconhecem o valor da lealdade.

Ele volta a sua atenção para a Noora, de onde a minha nunca havia saído.

- Avada Kedavra. - ele sussurra.

Antes que a minha namorada possa repetir, estava no chão, tão fraca que mal conseguia se levantar. Corro na sua direção me soltando dos três brutamontes que me seguravam.

- Sabe qual é a melhor garantia de lealdade? - escuto a sua voz enquanto seguro o corpo fraco da Noora, ela mal conseguia abrir o olho. - O amor, por isso eu sabia que você não deixaria ela morrer de maneira alguma.

- Noora? - tento e ela abre os lindos olhos escuros.

- Óbvio que o Dumbledore iria querer matar a minha arma, e sobretudo a minha filha, sabendo do poder que ela teria. E os seus sentimentos não o faria pensar duas vezes se soubesse que ela tinha risco de vida. - ele diz, o idiota tem razão.

Noora se apoia no chão sentando-se em seguida.

- você está bem, Noora? - pergunto e ela assente com a mão na cabeça. - Lembra do que fez? - ela assente novamente.

- De cada parte, Draco, de cada parte. - a pressiono contra o meu peito nu em um abraço apertado.

- estão me enjoando. - voz de Bellatrix soa com desprezo.

- Levem ele daqui, amanhã ela continua. - Voldemort diz se referindo ao Lúcio.

Pego a Noora no colo e a levo até o meu quarto novamente, seu rosto estava pálido, ela disse que estava com uma dor de cabeça incômoda.

A Noora era a arma dele, e se transformava em outra criatura quando ele estava por perto, ou ele ou aquela maldita cobra.

Tudo que ele disse, saía pela boca dela como algo controlado, quando me ameaçaram para matar o velho, ou a Noora morreria, não era porque eles iriam matá-la.

Era porque ele queria matá-la antes, e no tempo certo. Era óbvio que o Snape sabia disso, por isso que cogitou deixar a Noora morrer no banheiro, por que ele faria isso? Se o meu trabalho era proteger a Noora, o dele também era, não era viável para o lorde que ela morresse.

- No que está pensando? - A Noora pergunta me fazendo perder o fio da meada dos meus pensamentos. - está pensando no que aconteceu mais cedo? Não quer mais me ver? - pergunta chorosa.

- Não existem motivos o suficiente no mundo para eu não querer mais ver você. - asseguro a fazendo sorrir.

- nem o fato de que talvez eu não consiga mais transar? - sorrio de canto depositando um beijo terno nos seus lábios. - Nem o fato de que eu viro um demônio de uma hora para outra? - Insiste insegura.

- Nem isso, você é bonita demais para ser um demônio. - falo deitando ao lado dela.

BE EVIL || DRACO MALFOYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora