"Chance."

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Quando não estava lecionando em Hogwarts, Minerva vivia numa pequena casa em Londres. os cômodos estavam empoeirados, e com cheiro de mofo.

- Faz anos que não venho aqui.

Os quilos de poeira me fazem tossir generosamente, a professora McGonagall enfeitiça os utensílios de limpeza, e gira sua varinha diversas vezes para reorganizar os móveis.

Em questão de minutos, a casa estava habitável novamente, o piso de madeira escura parecia novinho em folha.

Havia uma estante de livros imensa na sala, recheada de clássicos da literatura na prateleira de cima, e títulos que reconheci como obras do mundo bruxo.

- São leituras incríveis. - digo me aproximando da estante bem organizada.

- Era do Doug, ele adorava literatura. - sorri nostálgica.

- Era o seu namorado?

- Era o meu noivo. - Ela se senta na poltrona da sala, decido não me meter mais, afinal, não era da minha conta.

Mas não posso negar a curiosidade gritando na minha mente, não sabia que ela já havia tido um noivo chamado Doug, não sabia nem que ela já tivera um noivo.

- Se quiser, pode fazer perguntas antes que exploda tentando disfarçar a curiosidade. - acredito que eu não tenha sido muito discreta.

- Como ele era? - Pergunto animada me sentando no sofá ao lado da poltrona que ela estava acomodada.

- Era trouxa, muito inteligente, muito gentil, sonhava em formar uma família e viver nessa casa. - Ela observa cada detalhe da casa como se fosse a primeira vez que a via.

- Ele era bonito? - ela segura o riso com a minha pergunta boba.

- Ele era lindo. - responde envergonhada.

- O amava?

- Muito, ainda amo. - seu foco volta para a casa. - todos os dias me pergunto como teria sido se eu tivesse me casado com ele.

- Se arrepende?

- As vezes sim, as vezes não. Não sei se valeria a pena abrir mão de tudo que eu construí no mundo bruxo, do meu emprego, dos meus sonhos, por ele. - ela me olha nos olhos. - No fim, eu estaria infeliz, teria o mesmo destino da minha mãe, omitindo quem eu sou todos os dias.

- Nunca conseguiu esquecê-lo?

- Nunca, me casei novamente, mas nunca o tirei da cabeça. Você mais do que ninguém deve saber que não existe magia que controle seus sentimentos quando se está apaixonando, não sabe?

- está tão na cara assim?

- Querida, o hospital inteiro ouviu os seus gritos, não é exatamente uma pessoa discreta, não sei se já percebeu.

Coro violentamente ao lembrar do circo que armei no hospital.

- Bom, eu não sei se já percebeu, mas todo mundo que eu amo vai embora, não importa como, eu só estou cansada disso sempre.

- Apenas abra as portas para outras pessoas entrarem na sua vida, Leonoora, o Draco não é o único que pode ter acesso ao seu coração. - ela sorri me reconfortando. - Agora eu vou fazer chá para nós, vamos entrar em depressão se continuarmos falando de amor, convenhamos que não temos boas histórias.

Assinto sorrindo e a seguindo em direção à cozinha. Tomamos chá de amora com biscoitos de aveia. Fico feliz por não estar naquele quarto imundo no caldeirão furado que quase sempre estava cheirando a rato morto.

BE EVIL || DRACO MALFOYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora