"Cair em tentação."

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Viro para aumentar meu campo de visão, ele estava encostado na parede comendo uma maçã muito vermelha.

- Não acredito que estava bisbilhotando, fofoqueiro. - Limpo as lágrimas rapidamente para não dar a impressão de que estava chorando. - O que procura aqui?

- Você. - Senta ao meu lado. - Por que está com esse idiota, Noora?

- Me perguntavam a mesma coisa quando eu estava com você. - Debocho e ele me dá um pequeno empurrão.

- Não sabia que o santo Potter era capaz de gritar tanto, ainda mais com você. - sinto seu corpo se aproximar mais de mim.

- Ele só está apaixonado pela pessoa errada, eu o entendo perfeitamente. - Lanço um olhar triste para o loiro ao meu lado.

- Por que está com ele, Bonequinha, se é a mim que você ama?

Controlo a vontade que sinto de voar no pescoço daquele cínico.

- Ele me pediu uma chance, e falou que poderia me ajudar a esquecer você. - seu rosto, que antes estava com expressões suaves, agora estava tenso.

- E pressuponho que a maneira que ele quer fazê-la esquecer de mim não é com um feitiço. Potter nojento. - Ele aperta a maçã com força. - odeio ver aquele idiota todo cheio de mãos perto de você, e eu não vou nem falar sobre os olhares dele, porque eu já estou perdendo a cabeça só de lembrar.

Dou um tapa forte no seu braço e ele pula de susto com o meu movimento inesperado, ficando de pé imediatamente, faço o mesmo.

- Você não tem direito de sentir nada, foi você que quis me deixar, não lembra? - Seus olhos me fitavam arregalados. - Eu tinha acabado de perder praticamente metade do sangue que eu tinha no corpo, por causa do seu pai e dos amiguinhos comensais dele, e no mesmo dia que você acende uma fagulha de alegria na minha vida miserável, dizendo que me amava; e aí, você apaga e me pisoteia terminando comigo! - Grito deferindo tapas no seu corpo e rosto.

- Terminar com você foi a coisa mais dolorosa que eu já fiz, Noora, eu não queria isso, eu me senti muito mal.

Sorrio irônica para ele fazendo uma falsa expressão de culpa.

- Sinto muito se o meu peito machucou a sua adaga.

Ele segura meus braços com uma das mãos me colocando contra o parapeito da torre. Posso sentir sua respiração ficar ofegante e minha garganta ardia devido ao volume da minha voz anteriormente. Eu segurava o choro o máximo que conseguia.

- Terminei porque precisei, e não porque deixei de amar você. - Foi o suficiente para as lágrimas rolarem pelo meu rosto. - Por Merlin, Leonoora, eu ainda amo tanto você que não me iludo em achar que algo me faria esquecê-la, ou alguém.

- Mas foi muito rápido em encontrar uma noiva, para preencher o espaço vazio, Aurora, não? - tento me livrar do seu aperto, mas o meu corpo não me obedece, qualquer toque dele meu corpo estúpido acha prazeroso.

- Oras, Noora, não seja boba, não é como se eu ao menos tocasse na Astoria. É uma exigência da minha mãe, só isso. Não achava que teria ciúmes da garota fantasma, não tem motivos para sentir ciúmes de garota alguma, é considerada a mais bonita de toda Hogwarts, é uma opinião quase unânime. - ele revira os olhos. - É a primeira na classificação.

- Não sinto ciúmes disso, e sim porque ela ocupa a posição que eu queria realmente ocupar. - o empurro. - e sobre a classificação, vocês são nojentos.

Dou as costas para ir embora e sinto suas mãos se encaixarem nos meus quadris como se tivessem sido feitas sob medida para estarem ali. Ele aperta com força, juntando o seu corpo ao meu.

- Eu discordo, você não é a garota mais bonita de Hogwarts.

Sua mão adentra pela minha nuca e fecha apertando o meu cabelo com força. Já não havia mais espaço algum entre nós.

- Na minha opinião, você é a garota mais bonita de todo o mundo. - deposita um beijo no meu pescoço. - e também a mais adorável.

Sua respiração pesada entra em contato com a pele sensível do meu pescoço, ele me vira de frente para si pelos cabelos. Ele raspa a sua boca na minha, o empurro de leve.

- Eu ainda estou com o Harry, não posso fazer isso com ele.

Apesar de nós nunca termos presumido relacionamento algum, pude deduzir que ele nos via como namorados e não apenas ficantes. Os surtos constantes de ciúmes deixaram claro como ele se sente a respeito da hipótese de eu estar com mais uma pessoa.

- Ele aguentou uma maldição da morte, não é uma noite que vai matá-lo.

O que?

- Uma noite? Me queria apenas por uma noite? - digo incrédula.

- Noora, nós não podemos ficar juntos, eu já expliquei. - ele fala calmamente, me fazendo lamentar não ter acertado aquele copo na cara dele naquele dia do hospital.

- Quer saber? Está proibido de gostar de mim, está proibido de pensar em mim, está proibido também de ser tão ciumento.

- você não manda em mim, posso gostar de quem eu quiser, inclusive de você, posso pensar em você o tempo que eu quiser do jeito que eu quiser e não me chame assim, talvez eu não tivesse ficado tão bravo se por acaso você não voltasse para Hogwarts engolindo o cara que eu mais odeio na vida. - Rio irônica. - Não são ciúmes, eu só não gosto dele de maneira alguma.

- Agora está querendo controlar as pessoas que eu fico? Quer dizer que devo me relacionar com os seus amigos para que você não ande tendo surtos de ciúmes por aí e não queira agredir o meu namorado?

- É, eu não me importaria. - ele tenta mentir, mas sua voz sai mais fina e baixa do que o normal.

- Então, devo supor que não importaria se por acaso eu namorasse o Blasio, por exemplo. - ele dá de ombros com uma cara de poucos amigos, e eu intensifico mais a provocação. - Não sentiria ciúmes mesmo que soubesse que ele estava me beijando todos os dias, me fazendo sentir como só você tinha feito até...- ele me interrompe explodindo como eu previa.

- Tá legal, você ganhou, provou o seu ponto, eu realmente tenho ciúmes de qualquer pessoa que você fique ou até mesmo pense em ficar.

Decido provocar um pouco mais.

- Sabe, Draco, eu tenho uma dica para você. - me aproximo do seu corpo diminuindo meu tom de voz. - Quando você for implorar para que eu seja sua namorada novamente... o que diga-se de passagem, sabemos que você vai. - passo minhas unhas pelo seu peitoral. - Faça isso de joelhos, talvez haja uma remota possibilidade de eu dizer sim.

Me aproximo do seu corpo, ele continuava calado como nunca esteve por tanto tempo.

- Bom, mas como talvez isso não aconteça, levando em consideração a sua resistência e força de vontade. - ajeito a gravata dele enquanto falava, Draco engolia em seco e observava cada centímetro do meu corpo. - Eu desejo sorte no seu noivado... - aproximo o meu rosto do dele. - Boa sorte, principalmente na parte de não cair em tentação.

Dou as costas para ele e saio, tento parecer o mais provocativa possível, não é como se fosse um dos meus dons naturais, ele era bom nisso, eu não.

- Não vai querer jogar comigo, Leonoora, você vai perder, sempre perde.

- Eu acredito que eu tenha grandes chances dessa vez, sabemos que autocontrole não é uma das suas qualidades, não é, Malfoy?

BE EVIL || DRACO MALFOYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora