"Escolhas."

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A face do homem que eu pude supor ser o pai do Draco treme de ódio ao me ver encarando o garoto loiro. Me surpreendo ao ver o como eram semelhantes.

- Então é por "isso" que você quer abdicar da sua vida e do respeito da sua família?

Quando ele fala "isso" se referindo a mim, não posso evitar me sentir ofendida, oras, não é um dos melhores dias da minha aparência, meu cabelo não acordou bem, minhas roupas estavam um pouco desarrumadas e sem falar da minha falta de sapatos exibindo meias listradas que sem dúvidas não passam credibilidade alguma. Draco passa a mão no rosto e nega.

- Não estou com essa garota. - seu rosto fica avermelhado e o constrangimento já está instaurado.

- Cala a boca. - o homem diz, de alguma maneira o seu sussurro ecoa pelo corredor vazio. - Suma da minha frente, Draco, preciso ter uma conversa com... ela. - diz com nojo.

- Não acho que seja necessário, pai. - fica entre nós, me fazendo recuar um passo.

- Eu acho extremamente necessário, Draco, eu já mandei você sair.

Sua voz cruel é o suficiente para um Draco hesitante sair do corretor cabisbaixo. Seus olhos focavam em mim e pareciam nem piscar, noto suas semelhanças com uma cobra, o que me faz arrepiar.

- Então, o que quer comigo? Eu realmente estava ocupada. - minto.

- Seus afazeres podem esperar.

- Acredito que você também possa.

- Aí que você se engana, querida, não posso. - sorri frio.

- O que quer comigo? - pergunto de novo visivelmente alterada.

- Quero que afaste-se do meu filho.

- Não estou com o seu filho.

- Não pedi a sua opinião, vou ser bem claro com você aqui, minha querida. - abaixa afim de ficar cara a cara comigo. - ou você se afasta do meu filho, ou você irá se arrepender do dia que enganou a morte de esgueirando pelos cantos naquela noite.

- O que você quis dizer com isso? - pergunto incrédula e sua expressão torna-se ainda mais sombria, no gesto de trocar a mão da varinha, vejo de relance a tinta preta marcada no antebraço do loiro.

Meu estômago parece se contorcer enquanto lembro da Hermione me mostrando a marca dos comensais da morte.

Mas é claro que a hipótese de eu ter visto coisas está de pé, posso ter me enganado, mas meus corpo reage como se eu tivesse levado inúmeras facadas.

- Como estão os seus pais? - tentou parecer educado, mas o sarcasmo dançava em seu tom.

Meu corpo parece derreter quando finalmente a minha ficha cai e percebo o que acaba de acontecer. Meus dedos estão frios e trêmulos, não noto que havia pego a varinha e apertava ela contra minha mão. Todos os momentos com o Draco me passam pela cabeça, como ele me fez de idiota, como ele me viu abalada pelo que houve com meus pais e não me disse nada.

Piso tão forte enquanto procuro o Malfoy que agradeço mentalmente por ter posto minhas botas. Eu queria mata-lo naquele momento, minhas mãos estavam formigando. Me sentia traída.

Após percorrer praticamente toda Hogwarts, o encontro na torre de astronomia, as lembranças daquele lugar parecem estapear meu rosto. Eu sou uma idiota. Ele nota a minha presença e se vira para mim, ainda sem esboçar reação alguma.

- Você é podre. - a raiva na minha voz era palpável.

- Me desculpe.

A pele clara do rosto do garoto ruboriza e suas mãos estão em punhos, as veias parecem estar prestes a explodir e traçam um caminho visível nos braços dele.

BE EVIL || DRACO MALFOYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora