"A marca."

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Eu havia convencido a Noora a faltar a aula de história da Magia para ficar comigo na torre de astronomia. No momento ela se encontrava sentada no chão no meio das minhas pernas, enquanto eu depositava beijos nos seus ombros.

Ela tinha um cheiro tão bom, e me fazia ficar automaticamente de bom humor. Eu gostava mais das aulas quando ela estava lá, gostava até mais de mim quando estava com ela.

- Deveria ter conhecido o meu pai, ele iria gostar muito de você. - fala me olhando com um sorriso lindo no rosto.

- Bom, eu tenho certeza que ele iria me odiar. - os grandes olhos escuros dela me deixam sem fala.

- Tenho certeza que não, ele iria te achar forte, corajoso, e carinhoso. - rio com ironia.

- Noora, você é a única pessoa que me acha carinhoso. - beijo a ponta do seu nariz gelado.

- a minha opinião não importa? - sorrio com a pergunta.

- É a única que importa. - a trago mais para mim, me sentia tão culpado por tê-la colocado no meio da merda toda. - Como era o seu pai? - tento mudar de assunto.

- Ele era muito gentil, era carinhoso, não tinha medo de nada, e era muito inteligente. - ela diz impressionada com a própria fala. - Ele era da sonserina, trabalhava no ministério da magia, tinha um amigo que era muito próximo, ele o considerava que quase irmão, mas foi traído, acredita?

Os detalhes da história me deixam completamente sem ar. Não, não, não. Não pode ser, o destino não me castigaria dessa maneira.

- E a sua mãe, hm? Nunca falou da sua mãe. - pergunto nervoso.

- A minha mãe? Ela era muito forte, de verdade, desde criança trabalhava no restaurante de um moço que a considerava sua própria filha. - ela ri. - uma vez, a minha irmã me disse que a mamãe tinha uma irmã gêmea, ela ficou de castigo uma semana naquele dia por estar bêbada.

- Um restaurante? - digo incrédulo. - onde ficava esse restaurante, Noora?

- Em Londres, eu acho, mamãe nunca gostou de falar dessa parte da vida dela. - eu já me tremia como nunca.

Maldito Lúcio.

- Amor, está apertando o meu braço. - ela diz e finalmente noto que apertava o braço dela com força sem ao menos notar, solto rápido.

- Desculpe, eu só lembrei de algo ruim. - tento tirar a maldita história da minha cabeça.

- Está tudo bem? - ela pergunta e eu faço que sim sem deixá-la ver o meu rosto. - Eu gostaria de ter conhecido alguém da minha família, mas os Campbell's e os Walter's infelizmente estão todos mortos, bom... Não todos, eu estou viva, por enquanto. - ela brinca e o sentimento horrível me corrói novamente.

- Não gosto que brinque assim. - aperto o seu rosto risonho e a beijo.

A aperto muito forte contra o meu corpo e tenho certeza, eu preciso matar aquele velho o mais rápido que eu posso. Eu só preciso do momento certo.

Ainda tinha outra coisa que estava entranhada na minha mente.

- Noora, qual era o primeiro nome dos seus pais?

- Victor e Sara, por quê? - me confirma. Lúcio estava falando a verdade, pelo menos aquela parte era verdade.

- Por nada, fiquei curioso, são belos nomes, a propósito. - disfarço como consigo.

- e a sua mãe? - pergunta curiosa. - nunca fala muito dela.

- A Narcisa não é de todo ruim, mas é um pouco controlada pelo meu pai. - digo. - só é contra qualquer coisa que interfira na nossa já prejudicada reputação.

Me recordo do olhar dela de piedade enquanto o meu pai queimava as minhas mãos a ferro por estar brincando com o nosso elfo doméstico. Viro as mãos para olhar as palmas e parecia que eu ainda conseguia ver a carne em vermelho-vivo.

Como se conseguisse ler os meus pensamentos, as mãos macias tocam as minhas passando os dedos pela palma áspera. Fecho a mão entrelaçando nossos dedos.

- Por que tem tantas cicatrizes no peito, Draco? - ela diz se mexendo incomodada.

- Bom, meu pai preferia me bater onde não é visível publicamente, minha mãe ficaria louca se soubessem que o Lúcio espanca o filhinho. - sorrio triste e com vergonha do fato. - me desculpe por você ter visto isso. - peço sinceramente e ela se vira para mim com os olhos arregalados.

- Eu sinto muito, Draco. - se aconchega mais em mim passando o rosto pela minha camisa.

- Não sinta, não dói mais. - nunca doi quando ela está por perto, nem a maldita marca ousa queimar o meu braço quando ela está por perto. - agora são só marcas. Repulsivas. Mas só marcas.

- Eu não as acho repulsivas. - tenta e eu rio da sua boa vontade. - Não ria, todos temos marcas, veja.

Ela se olha para os lados cuidadosa checando se não havia ninguém, logo depois se põe de frente no meu colo e a primeira coisa que os meus olhos focam é o decote da camisa justa que ela puxa um pouco para o lado esquerdo me dando a visão do grande seio com manchas arroxeadas e uma grande marca vermelha da minha mão.

- Noora, isso fui eu, não conta. - digo segurando a sua cintura.

- Não é aí, Draco, seu pervertido. - ela estava revirando os olhos e mostrando uma marca que me parecia uma chama bem ao lado da sua clavícula.

- Como eu nunca notei isso? - arregalo os olhos e ela arruma a camisa novamente.

- Bom, essa eu nunca me importei tanto, está aí desde sempre. - seu rosto fica vermelho. - Bom, a que eu me envergonho um pouco é essa... - sobe um pouco manga do suéter e na sua mão esquerda tinha escrito em letras de forma.

"Não devo ser uma vadia."

Lembro do ano anterior e me sinto automaticamente mal, ela havia sofrido tanto, principalmente nas mãos da Dolores.

Pego sua mão e tiro uma pena da bolsa dela, devagar eu escrevo em sua mão algo que ela não se envergonharia. Passo um risco pela frase anterior.

"Eu amo você."

Ela sorri quando lê o que está escrito enquanto eu guardo a pena novamente. Ela estava tão perto que eu tenho certeza que era capaz de ouvir o meu coração quase explodir enquanto ela me olhava.

Suas mãos puxam a minha cabeça para um beijo amoroso, puxo sua cintura mais para mim como se ela fosse fugir em um instante que eu soltasse. Minha mão esquerda subiu por dentro da sua saia e agarrou a coxa macia.

Ela desabotoava a minha camisa devagar, meu cérebro me mandava parar urgentemente, mas meus instintos me mandavam tirar aquela maldita saia.

Antes que eu possa fazer qualquer coisa, a figura de preto surge quase me matando do coração, afasto a Noora rapidamente e ela parece querer desmaiar quando vê o Snape parado nos observando com uma cara nada boa.

Há quanto tempo ele estava ali?

BE EVIL || DRACO MALFOYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora