"Calcanhar de Aquiles."

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P.O.V Draco Malfoy

Ao ouvir um "eu te amo" sair dos lábios com pouca cor da Noora, sinto meu coração congelar, ninguém nunca havia o dito antes para mim. Controlo a vontade de fugir, como se deve agir quando alguém fala que ama você?

"Amor é equivalente ao calcanhar de Aquiles, é ruína." - A voz do meu pai surge na minha cabeça.

Encaro o Mar Negro e inquieto que havia nos seus olhos, esvaindo qualquer tensão que eu tivesse, é a Noora, ela tem dentro de si sentimentos bons o bastante para entregar, até mesmo para mim.

- Obrigado por ser você. - digo por fim observando o seu sorriso doce.

Sua boca roçava na pele do meu rosto, e me vejo agradecendo por um momento o calor que o seu hálito transferia para as minhas bochechas.

A afasto um pouco e vou desabotoando sem pressa a sua camisa impecavelmente branca, passando os dedos por dentro do tecido grosso. As mãos surpreendentemente quentes da Noora acariciavam o meu abdômen, me fazendo arfar quando os dedos trêmulos aproximavam-se minimamente da minha virilha.

Afasto seus cabelos dos seios desnudos e firmes, a fim de ter uma visão melhor. Uma das minhas mãos agarra o seio esquerdo enquanto a outra invadia a saia escura por baixo, e retirando logo depois jogando para um lado qualquer.

A pressiono contra mim e deito em cima dela no chão, beijando do seu pescoço até a sua barriga, ela me puxa pelos ombros e me beija com paixão, tirando qualquer resquício de sanidade que ainda restava em mim, invertendo a posição e ficando por cima.

Ela desabotoou com tanta agilidade a minha calça que fiquei surpreso, observo descaradamente o seu corpo vestindo apenas uma pequena calcinha vermelho escuro.

Troco de posição novamente retirando o pequeno tecido enquanto mordia com força cada extensão do seu corpo.

(...)

Acariciava os cabelos escuros da Noora, que lutava para manter os olhos abertos, devido ao sono.

- Deveríamos voltar. - o olhar dela acompanha o meu até o relógio prateado na parede.

- Não sei se quero.

- O que a incomoda?

- Você, tenho medo de que se me mexer, tudo comece a dar errado de novo e você comece a me tratar mal novamente. - meu coração aperta com a culpa.

- E-eu... - tento me explicar, mas ela me interrompe, eu não teria mesmo o que falar.

- Só fique calado, sim? - pede me deixando um pouco chateado.

- Tem medo de que eu vire sapo? - simplesmente escapa da minha boca, um pouco mais rude do que eu esperava. - Não precisa ser tão dependente.

Ela se veste brusca e rapidamente, e antes que eu possa piscar, já havia abotoado toda a sua camisa.

Por que diabos eu continuo abrindo a minha maldita boca? Não deveriam dar a capacidade da fala para pessoas como eu.

- Noora, volta aqui! - peço e a angústia cresce conforme seus passos vão ficando inaudíveis.

Levanto rapidamente puxando o tecido da cueca pelo corpo, corro atrás da Noora que andava em passos largos, eu não lembrava que ela era tão rápida.

- Volta aqui agora! - Ordeno e paro quando ela se vira para mim, cessando os passos. - Isso, bonequinha. - sorrio um pouco.

Ela vinha até mim em passos firmes, meu sorriso se desfaz quando ela empunha a varinha, apontando para mim, dou passos para trás a fim de fugir dela.

- Noora, não faça isso! - grito. - ou você vai se arrepender.

- Cara de lesma! - ela fala e o feixe de luz por uns instantes me deixa atordoado e o impulso me faz cair sentado na grama úmida.

Um enjoo enorme me corrói, antes que eu possa conter, a ânsia de vômito me faz por uma enorme e gosmenta lesma para fora. Maldita Noora.

Acho que eu passo mais tempo no chão úmido do que percebo, pois logo a voz da Parkinson chama a minha atenção.

- O que diabos você está fazendo aqui semi-nu? - A respondo vomitando outra lesma, a adrenalina que estava no meu corpo se esvai, me fazendo sentir o frio cortando o meu peito. - onde você estava esse tempo todo?

- eu estava resolvendo um problema. - digo enxugando o suor da testa com as costas da mão.

- Estava resolvendo um problema? Sem roupas? - Pansy tenta me erguer com receio, mas me curvo para colocar outro animal para fora. - dê a sua capa a ele, Blasio.

- A minha o que? Ele vai deixar a minha capa nojenta, cheia de gosta de lesma. - só de mencionar, coloco outra lesma para fora.

- Quem fez isso com você? - Pansy pergunta curiosa ao mesmo tempo que obriga Crabbe a tirar a capa para me entregar.

- Eu não quero dizer. - outra lesma escapa da minha boca enquanto me enrolo na capa escura do Crabbe, que me coloca de pé ao seu lado.

- Estava agarrando a namorada de alguém? - pergunta Blasio.

- Cala a porra da boca. - digo com dificuldade fechando os olhos. Oh, a Noora me paga.

Pansy afasta os meus cabelos molhados da testa, me fazendo lembrar da Noora, novamente, se eu não tivesse colocando outra lesma para fora, eu teria sorrido.

- Foi a sua grifinoria gostosa, não foi? - abro os olhos devagar tentando parecer o mais intimidador possível.

- Por que você ainda tá aqui? - pergunto grosseiro enquanto sou carregado até o salão comunal da sonserina, ser arrastado até as masmorras não foi de longe uma situação confortável, e eu já sentia saudades da Noora, não queria ter sido um idiota com ela, eu até mereci.

- Vocês transaram ao ar livre? - Blasio abre a maldita boca novamente e eu suspiro com decepção, não tinha forças para entrar em uma discussão agora.

- Blasio, não seja deselegante. - Pansy cutuca o sonserino com o cotovelo, agradeço a ela com as mãos, mas cedo demais. - mas vocês transaram ou não?

- Não é da conta de vocês. - me recuso a partilhar as minhas intimidades. - Bando de desocupados.

- Draco, sabe o que eu penso sobre isso, não deveria ser tão egoísta, pela enésima vez, deixa a garota em paz. - coloco uma almofada ao redor dos meus ouvidos, que garota irritante.

- Ja está ficando repetitiva, Parkinson. - Crabbe ironiza e posso ouvir uma risada.

Eu não sou egoista, ela gosta de mim, eu gosto dela, eu não vou terminar com ela apenas porque a Pansy acha que eu devo terminar, bom, a Pansy e todos meus outros amigos.

Eu deveria ficar longe dela, eu sei que eu deveria, mas eu não consigo. Ela vai se machucar por minha causa, é algo indiscutível; eu sei que vai acontecer, mas não posso me afastar.

- Está apaixonado por ela, não está?  - voz da Pansy soa como um sussurro, me dou conta de que estamos sozinhos no dormitório. Um suspiro escapa dos meus lábios e eu aperto mais a almofada contra o rosto.

- Eu acho que sim, Pansy. - suspiro.

BE EVIL || DRACO MALFOYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora