"Problemas no paraíso."

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Draco ao meu lado tamborilava os dedos na mesa me observando da cabeça aos pés com uma atenção cirúrgica.

- Você é tão bonita. - Ele provoca umedecendo os lábios.

Tento não olhar para ele em momento algum mais.

Como eu vou esquecer o idiota mais inesquecível do mundo?

Ao fim da aula do professor Slug, Harry ganha a poção Felix Felicis, fico feliz por ele, mas ele continuava com sua cara de poucos amigos para mim.

Ele passa por mim antes de sair da sala.

- Precisamos conversar. - segura o meu braço e avisa.

Assinto saindo do seu aperto e indo falar com o professor Slughorn, qualquer coisa que atrasasse aquela discussão insuportável vale a pena.

- Olá, professor! - digo tentando me animar.

- Olá, Leonoora. - ele responde sorrindo enquanto organiza algumas poções.

- Precisa de ajuda? - ofereço.

- Claro, seria ótimo. - o ajudo com a bancada.

Ele me encarava sério algumas vezes e parecia se segurar para não falar algo.

- Soube que gosta de abacaxis cristalizados, deveria visitar a cozinha nos dias de quarta, elas fazem bastante, e a maioria dos que restam, elas guardam lá. - indico sorrindo de leve, o que o faz paralisar por um instante me olhando. - algum problema? Eu disse algo errado?

- Não, querida, de maneira alguma, é só que você se parece muito com alguém que eu conheço. - sorri nervoso. - obrigada pela ajuda. - ele ainda me encarava, parecia ponderar algo.

Sorrio para ele, mas assim que dou as costas, ele me chama novamente.

- Eu sempre faço um jantar para os alunos mais destacáveis, aqueles que eu vejo um futuro brilhante pela frente, é bem vinda se quiser.

- Claro, seria uma honra, professor. - agradeço e saio, ele ainda me olhava esquisito.

Agradeço aos céus por não encontrar Harry nem Draco, eles só são ótimos quando não estão no mesmo ambiente ou até na mesma frase.

Os agradecimentos vão para o ralo assim que viro o corredor, lá estava o moreno que não parecia nem um pouco feliz comigo. Ele vem em minha direção me olhando nos olhos.

- A gente precisa conversar. - ele repete o que disse na sala. Assinto.

É. Definitivamente ele iria terminar comigo, eu também terminaria comigo nessa situação, não o culpo.

Andamos até a torre oeste, abaixo do corujal, um dos únicos lugares onde se poderia ter privacidade em hogwarts.

- O que precisa falar? - pergunto querendo acabar logo com essa conversa.

- Precisa se afastar do Malfoy, Noora. - diz firme.

- O que? Eu não estou com ele, achei que soubesse.

- Mas está sempre perto dele, olhando para ele, acha que eu não vejo? - ele passa a mão nos cabelos. - hoje na aula de poções, disse claramente ter sentido o cheiro dele, não se importou nem se eu estava lá. - A revolta ganha vida nos seus olhos verdes.

- Em minha defesa... não tinha como eu saber que estava lá, você não ia fazer poções, tirou "Excede as expectativas".

- Quem sabe se você desviasse os olhos do Malfoy por um segundo se quer, teria me visto ali. - suas mãos apertam seus olhos. - é tudo tão injusto, eu estou apaixonado por você enquanto não consigo nem fazer você esquecer daquele idiota.

- Você sabia disso antes de querer ficar comigo. - aviso. - você sabe que eu ainda o amo. - sou o mais franca possível.

- Eu fiquei tão triste quando você disse que sentiu o cheiro dele, quando o único que consegui sentir foi o seu. - ele aperta os meus braços sem força.

- O que quer que eu faça? Volte no tempo?

- Eu quero que não tenha nenhum tipo de contato com aquele imbecil.

- Nota como soa ridículo? Quer que eu não faça nem as aulas que ele faz também? Nos estamos no mesmo ambiente você querendo ou não. Ele também não gostava de você, mas eu nunca deixei de ser a sua amiga.

- Existe uma grande diferença aí. - ele se aproxima segurando o meu rosto. - você não estava apaixonada por mim. Se não quer sair de perto dele, tudo bem, faça o que achar melhor. Vejo que não quer perder toda atenção que recebe. Só um não satisfaz o que você precisa, não é? - provoca.

- Você está sendo um idiota, toda vez perdendo a cabeça por ciúmes. - tento o afastar. - me deu um sermão de uma hora e gritou comigo porque eu estava conversando com o Rony de madrugada quando só nos dois estávamos acordados. O Rony, Harry, o seu meu melhor amigo, você supôs que eu estava dando em cima dele. - como um roteiro que ele segue em todas as discussões, parece cair em si quando eu já estou chorando.

- Eu fico com medo de perder você, Noora, você me parece tão escorregadia, me sinto inseguro. - o afasto com dificuldade quando ele tenta me beijar. - Por favor, não fique com raiva de mim, eu só gosto demais de você. - ele me rouba um selinho antes que eu possa virar o rosto novamente.

- Harry, eu preciso ficar sozinha. - o afasto pela enésima vez. - falo sério, sai daqui. - Ele sai da torre cabisbaixo, e eu já não tinha mais controle das minhas lágrimas.

Qual é o meu problema? E se ele estiver certo? E se eu realmente não estiver querendo me afastar do Malfoy?

Escuto passos e rosno sem paciência.

- Eu já falei para você sair daqui, Harry Potter! - viro irritada e vejo o loiro apoiado na parede me encarando.

- Problemas no paraíso?

BE EVIL || DRACO MALFOYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora