Capítulo 104

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                                                               . não me mate, please ._. .

O meu corpo foi puxado para cima e alguém me carregou a correr para fora do sítio onde me encontrava. Não conseguia abrir os olhos, não conseguia mexer-me, esperava apenas que a morte viesse buscar-me, que viesse tirar-me tudo de uma vez, incluindo a dor. 

Mas isso não aconteceu

“Evelyn! Evelyn!” A voz do meu irmão gritava ao longe, o que me deu a pouca coragem para abrir os olhos e poder observá-lo correr na minha direção. Foi quando me dei conta que estava a ser transportada por uma paramédica e, em poucos segundos, fui sentada na parte de trás da ambulância.

“Zayn” Chamei, embora soubesse que ninguém me estava a ouvir. O meu irmão correu na minha direção e lançou os seus braços ao meu redor com bastante força, sem pensar duas vezes. Correspondi ao abraço com o mesmo fervor, feliz por vê-lo ali ao meu lado.

“O Ashton!” Lembrei-me imediatamente. “Por favor, alguém que o vá buscar, ele…” Não consegui terminar a frase ao aperceber-me da pior possibilidade de todas. Tentei sair dali e correr para o interior do edifício de novo mas ninguém me deixou, dizendo que tinham de me examinar e tinha de descansar.

“A policia já esta la dentro, se alguém estiver la dentro eles trazem ca para fora, tem calma maninha” Zayn tentou acalmar-me sentando-se ao meu lado enquanto os enfermeiros iniciavam os exames.

Pouco tempo depois um dos homens fardados aproximou-se e questionou-me se o rapaz de bandana era meu conhecido. Senti o meu corpo exaltar-se emerso em esperança.

“Lamento.” Foi tudo o que bastou para me deixar cair de novo, deixar que os meus olhos rebentassem em lágrimas ferozes, mergulhando no peito do meu irmão e sentindo-me protegida por ele.

Como podia o mundo ser tão injusto assim? Se eu tivesse corrido mais, talvez se eu tivesse sido mais rápida, talvez se eu tivesse vindo assim que ele disse, talvez ainda estivesse aqui. A vida é feita de destruições e trassejados num caminho incerto, as curvas e contra curvas abanam os nossos eres e detonam as nossas esperanças. É injusto, é injusto, injusto. Injusto que sejam os bons a partir, injusto que tomem como certo o que de menos garantido temos. É injusto que nos roubem o que mais amemos e que, por questões de sobrevivência, sejamos obrigados a fazer o que odiemos e passemos a vida desta forma ruidosa e sofredora. Talvez ele até estivesse melhor agora, do lado daquela que sempre amou, talvez estivessem mesmo agora os dois, de mãos dadas e felizes, mas como poderia eu saber? Também eles merecem a sua chance. 

Save Yoυ  △ |h.s|Onde as histórias ganham vida. Descobre agora