Capítulo 64

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[Harry]

De todas as maneiras que podia ter pensado acabar esta noite, nunca me atrevi a pensar que teria estas proporções monstruosas nas minhas emoções. Não que nunca tivesse pensado em fazê-lo mas nunca tive ideia de que me iria saber desta forma. Era como se fosse a minha primeira vez de novo, existia algo mais, algo novo que eu nunca experienciara antes. De todas as mulheres com quem já tive relações, nunca nenhuma delas me fez sentir o que senti hoje.

“Foi preciso fazê-lo para perceber que esperei a minha vida inteira por isto.” Acabei por lhe revelar, sem saber o porquê de o ter dito. Mas eu sentia necessidade de o dizer, de lho garantir, de lho demonstrar. Vi o brilho crescer-lhe nos olhos e chocou os seus lábios nos meus.

Em resposta, puxei-a ainda mais para me e abracei o seu corpo despido, podendo sentir a sua pele em contacto com a minha, enquanto dançava entre o sabor dos seus lábios. Entrelacei as minhas pernas na dela e, quando nos separámos fiquei apenas a olhá-la, com os seus olhos fechados e um sorriso pintado nos lábios.

Não sabia o que eramos um ao outro, ou em que estado estaria a nossa relação, mas eu sentia-a como minha, mesmo sem alguma vez lhe ter pedido nada. Sinceramente, sempre achei ridículo essa coisas de pedir em namoro, fazia-me lembrar os adolescentes que pensam que aquilo vai durar para sempre. E agora não era diferente, recusava-me a pedir para ser minha namorada quando, na verdade, agimos como se já fosse. Não que o sexo fosse o que marca um namoro, mas sim tudo o resto. Aquele sentido de a proteger, de a ter só para mim, de fazê-la feliz e desejar todos os dias, de todas as formas, ver-lhe os lábios puxados num sorriso sincero.

Ao fim de algum tempo voltámos a adormecer e só acordámos de manhã, quando o sol já raiava e inundava o quarto. O relógio marcava o meio dia e poucos minutos quando nos levantámos para arrumarmos o pouco que tínhamos. Relembrei-me então do cão que havia ficado a noite inteira dentro do meu carro e corri para o vir buscar, esperando que ainda estivesse bem.

“Hatchi!” Evelyn gritou feliz quando o pequeno animal correu pelo apartamento, na sua direção. Saltou-lhe para as pernas e ela pegou-lhe no colo deixando-o lamber-lhe o rosto em felicidade. “Ai credo, para.” Pediu afastando a cara do seu focinho e fez-lhe festas. “Obrigada por trazeres o Hatchi contigo.” Disse-me com uma risada enquanto o cachorro saltava do seu colo para o chão, correndo até mim.

Não lhe respondi, pois estava demasiado absorto nos meus pensamentos para me dar conta de que ela continuava a falar comigo. Ao repensar em toda aquela noite, em tudo o que temos passado, os remorsos envenenavam a minha sanidade. Tinha intenções de lhe dizer, de lhe contar tudo de uma vez antes que fosse tarde de mais, mas nunca havia oportunidade ou, simplesmente, perdia a coragem para fazê-lo. Evelyn nunca mais conseguiria olhar-me nos olhos depois de descobrir todos aqueles segredos que têm sido mantidos, toda a porcaria que todos escondemos dela. Pior do que isso, seria ver o quebrar do seu coração mesmo refletido nos seus olhos azuis, seria como se me desfizessem por inteiro, ver a mágoa e a tristeza assombra-la, ver o seu mundo se destruído de uma vez só.

Um grunhido captou finalmente a minha atenção e, quando olhei, Evelyn deixou-se cair no sofá, levando as mãos à cabeça e cerrando os olhos com força. Sem sequer pensar nisso, sentei-me do seu lado e tentei perceber o que se estava a passar.

“Nada, desculpa, não te preocupes…” Esboçou um pequeno sorriso, tentando tranquilizar-me, mas sem efeito algum. Já a vira queixar-se quando estava sozinha e sabia que a febre estava a voltar, por isso não existia forma de não me preocupar.

“Vou buscar um com-“ Evelyn não me deixou tempo de terminar a frase, erguendo-se do assento e correndo na direção da casa de banho. Fui atrás dela e vi-a debruçada sobre a sanita, deixando toda a comida que ainda lhe restasse no estomago, sair de uma vez só. Não sabia como ela teria comida, pois não devia comer nada desde o dia anterior ao almoço.

Agachei-me ao seu lado e puxei-lhe os cabelos para trás e pousando a mão na sua testa, tentando ajudá-la de alguma forma. Senti-lhe a temperatura escaldar-me na pele e o pânico assaltar-me. Depois de ter terminado, deixou-se cair para trás, encostando-se à parte exterior da banheira e a cabeça caiu-lhe para trás. A respiração entrecortada e a palidez no rosto.

“Temos de ir ao médico.” Informei-a enquanto a ajudava a levantar-se.

“Não.” Respondeu de imediato abrindo o armário e retirando a escova, para lavar os dentes. “Nada de médicos. Vamos para casa e se eu continuar assim ou piorar, pode ser.”

Revirei os olhos com a sua infantilidade e fui ao quarto buscar as suas malas e levei-as para o carro, junto com o Hatchi, e esperei por ela.

-:-:-

Abrimos a porta de casa e deixámos o pequeno cão entrar primeiro, que começou a correr de um lado para o outro, alegremente. Evelyn riu-se das suas figuras e tentou tirar-me uma das malas, mas em vão. Além de que em qualquer outra situação não a deixaria carrega-las, agora muito menos.

Depois de arrumarmos tudo, obriguei-a a ir-se deitar enquanto lhe preparava o jantar. Procurei na internet os alimentos que menos lhe pudesse irritar o estomago – já que ela vomitou o almoço todo – e fiz o meu melhor no cozinhado.

Sabia que não devia de perder tempo e já deveria ter-lhe dito tudo o que sei, mas não consigo fazê-lo, muito menos com ela neste estado. Já o deveria ter feito, talvez, mas nunca consegui. E agora, de alguma forma, sentia que o meu tempo estava aa escassear. Troy sabia onde ela morava, seria uma questão de tempo até vir aqui. Teria de arranjar um sítio seguro para ficarmos, mas como lhe iria explicar a mudança?

Entrei no quarto com o tabuleiro na mão e obriguei-a a comer, mesmo que a fome não existisse. Partilhámos o comer para que lhe fosse mais fácil e depois vi-a adormecer. Não fui capaz de abandonar a beira da sua cama até sentir a sua temperatura crescer em demasia. Com uma toalha húmida e um pequeno balde com água, fui passando no seu rosto, tentando diminuir a temperatura e limpar-lhe o suor. Toda a noite, com pequenos intervalos para trocar a água e para lhe medir a temperatura.

“Z-zayn…” Murmurou mexendo a mão e procurando algo pela cama. Agarrei-a sentindo-a apertar a minha com alguma força. “Harry... “ Os seus olhos abriram-se ligeiramente e eu senti o estômago remexer no seu sítio.

“Estou aqui, Evy.” Sussurrei-lhe vendo o seu sorriso fraco surgir.

“Obrigada.” Pronunciou com a tosse a interromper-lhe. Subiu a mão até ao meu rosto e acariciou-o levemente. “Nem sei o que seria de mim sem ti aqui.” Acrescentou. E naquele momento parecia que o mundo tinha desabado por completo mesmo por cima de mim.

Desculpem se é secante este capítulo, mas eu precisava de algumas coisas que aqui estão(:
Cheira-me que o próximo capitulo vai ser um pouco... interessante. Bem, ainda nao sei. ahah
Obrigada por tudo meus amores
votem e comentem 
xx


P.s. BENFICAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA (CAMPEÕES CAMPEÕES CAMPEÕES!!) Pronto. acebou. (aa)

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