Capítulo 55

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2 coisas:
The Webb Orphanage: é um orfanato na cidade de Crewe (Sul da vila de Holmes Chapel)
o ask da Evelyn: http://ask.fm/EvelynDreams

Não sabia ao certo como reagir, mas acho que deixar-me levar pelas emoções seria a única solução. Harry acolheu-me nos seus braços, rindo da minha felicidade e, mais uma vez, senti o coração palpitar-me com tamanha força ao ouvi-lo. Acho que nunca me vou habituar a isto.

Beijei-lhe a face e ele pareceu surpreendido pela minha iniciativa, mas não me deixei ficar, estava demasiado feliz e espontânea para me deixar envergonhar. Tomei-lhe a mão, cruzando os nossos dedos e puxei-o para o interior do edifício.

O barulho intenso propagava-se por todo o espaço, as reações das pequenas crianças preenchiam o ambiente assim como o barulho das encarregadas e dos voluntários. A grande árvore de Natal estava exposta bem no centro da sala dos brinquedos e admirei a quantidade de presentes espalhados por baixo desta.

“Evelyn!” Ouvi aquela voz caraterística chamar por mim e voltei-me, sorrindo para o rapaz que se aproximava no seu andar exuberante. Os seus braços vieram ao meu redor e eu correspondi ao seu abraço. “Ai que saudades!” Ele continuou a agarrar-me com força e eu ri-me das suas figuras.

Depois de nos afastarmos as mãos de Leeroy emolduraram-me o rosto e os seus lábios foram pressionados contra os meus de forma rápida. Ri-me, já habituada às suas atitudes demasiado afetuosas.

“Hey!” Harry grunhiu atrás de mim e só então me voltei a lembrar das horas anteriores. O meu estômago torceu-se ao ponderar na hipótese de que ele estaria com ciúmes. Não, isso é impossível, como poderia? Simplesmente está a tentar proteger-me, só isso.

Ri-me ligeiramente e virei-me para os apresentar.

“M-Marcel?” Leeroy questionou aproximando-se de Harry com os olhos esbugalhados. Eu compreendia o seu espanto, na verdade, ambos são muito parecidos. “Finalmente meteste juízo nessa cabeça e começas a vestir-te como deve de ser, já não era sem tempo!” O primo de Liam atirou com pequenas palmas feliz com a situação e eu comecei a rir-me.

“Esse não é o Marcel,” Interrompi-os vendo a felicidade de Leeroy desaparecer em dois segundos, erguendo o sobrolho confuso. “Lee, este é o Harry, Harry este é o Leeroy, primo do Liam.” Acabei por dizer e ambos entreolharam-se, desconfiados e repletos de perguntas.

“Logo vi.” O mais novo acabou por suspirar enfiando as mãos nos bolsos das calças e eu ergui o sobrolho com a sua pergunta. Ele limitou-se a encolher os ombros e a divagar o olhar pelas crianças que brincavam animadamente.

“Bem,” voltei-me para o outro, entrelaçando o meu braço no seu e começando a caminhar até à cozinha. “o que fazes aqui? Pensei que estivesses em Londres…” Questionei meigamente, recordando-me que era sempre o Leeroy, o Marcel ou o Niall quem fazia voluntariado comigo nos orfanatos. Mas tinha tomado como certo que esses tempos haviam acabado. “O Marcel também está cá?” Acabei por acrescentar, esperançosa.

“Não,” Ele respondeu com um suspiro. “Bem que eu queria, mas acho que andam uns problemas na família dele, sabes que depois do que aconteceu aquilo nunca mais voltou a ser o mesmo e acho que estão a piorar. A tia dele está a entrar numa depressão porque a prima anda a dar problemas, não percebi bem.” Explicou-me enquanto entrávamos na divisão pretendida.

Harry seguia atrás de nós no seu silêncio e, embora quisesse puxá-lo para perto de nós, recolher-me nos seus braços, sabia que isso não seria agradável para nenhum deles os dois.

“Devia ir visitá-la, ela tem sido sempre tão gentil comigo.” Acabei por admitir num pequeno murmúrio.

“Não, não devias.” Respondeu-me, soltando o meu braço e olhando-me de frente, tão sério que nunca o vira assim. “Eles têm passado momentos horríveis e nem eu tenho coragem de me meter entre eles.”

Save Yoυ  △ |h.s|Onde as histórias ganham vida. Descobre agora