Save Yoυ △ |h.s|

Capítulo 33

(Eu sei que não estão habituadas à minha demora e peço desculpa. deixei uma nota na minha caixa de mensagens e queria pedir-vos que lessem a nota de autora deste capitulo por favor (: )

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Os dias têm passado fria e lentamente. Deambulo pela minha própria casa e os caminhos para a escola são de novo feitos a pé e da forma solitária que sempre odiei. Sem dar conta já estava habituada a esta rotina de novo e o silêncio tornou-se o meu melhor amigo. Até lá sou obrigada a encarar uma penumbra de angústia e solidão sempre que entro em casa. As empregadas surgem para me fazerem as refeições e terminarem algumas limpezas, mas nada mais do que isso. Não ficam pelo simples facto de que esta casa se tornou um covil dos fantasmas da minha vida. Talvez me mude, talvez me faça bem mudar um pouco de lar e talvez, mas só talvez, a espera de que Harry saia do quarto e caminhe até à sala replicando sobre algo estar errado, desapareça.

Liam tem-se oferecido, sempre que pode para me fazer companhia ou dar-me boleia de volta para casa. Aceito com mais fervor do que pretendo e dou conta que aos poucos ele próprio vai tomando o lugar de Niall e Harry ao mesmo tempo, mesmo que não os substituindo. Sinto-me bem com ele e faz-me esquecer os problemas por largos momentos. Não que esquecesse os outros dois, mas ele tem-se mostrado tão … presente.

“Porque não passas uns tempos lá em casa?”Convidei-o quando ele chegou com os nossos pedidos. A tarde aquecia o espaço e o banco de jardim era inundado pelo som das pessoas mais felizes do que eu e pelos pássaros mais livres do que todos nós. O copo do Starbucks foi pousado na minha mão e imediatamente, dei um travo na bebida quente, sentindo a ponta da língua queimar. Queixei-me e ele riu-se.

“Isso não faz sentido, só te ia dar trabalho e além do mais era um abuso.” Olhei-o espantada e deveras ofendida com as suas palavras. Nunca fora pessoa de rejeitar qualquer oportunidade que pudesse favorecer as pessoas de quem gosto, sempre fiz tudo o que podia para eles estarem bem e dizerem-me que fazê-lo era um abuso colocava a situação num patamar materialista o qual não me agradava. “Pronto, pronto” Ergueu as mãos, sem largar o seu copo de cartão, desistindo das suas ideias. O meu olhar para ele deveria ter sido bem explícito dos meus pensamentos e fiquei surpreendida por ele me conhecer tão bem.

“Este fim de semana.” Sugeri numa obrigação e ele revirou os olhos acabando por concordar comigo dizendo que quando chegasse a casa trataria dos seus pertences para sexta feira à noite dormir em minha casa.

Isto era apenas uma forma de lhe agradecer todo o carinho que ele tem tido comigo. Assim ele poderia ficar livre das tarefas de casa, as contas acabariam por suavizar e a minha casa era muito mais perto do seu trabalho e da escola, pelo que teria mais tempo e disponibilidade.

“A que horas entras na pastelaria?” Questionei enquanto nos erguíamos e começávamos a caminha pelo pequeno jardim. Liam olhou o relógio que portava no pulso e depois para mim.

“Às 4h p.m. Faltam vinte minutos, é melhor ir andando. Queres boleia?” Questionou com o seu sorriso doce e eu respondi-lhe que iria consigo à pastelaria pois falhara completamente na minha promessa de ligar aos pais do Marcel e tinha a certeza que um deles iria estar lá.

Os pais do Marcel têm uma companhia de pastelarias e são bastante conhecidas por todo o Reino Unido, no entanto aquela era a primeira que haviam aberto e por isso davam-lha uma maior importância, além de ser a que está mais perto de casa. Recusaram-se a mudar para Londres uma vez que todos os seus amigos estavam ali, assim como as suas raízes. Algo que sempre apreciei e admirei neles. Embora o meu pai também não se tenha mudado para a capital ele passava a vida a viajar para lá e só não aceitava mudar-se totalmente por causa da minha mãe e, depois da sua morte, por causa de mim e do meu irmão que já tínhamos amigos e tudo estabelecido aqui. Não que fosse muito difícil para duas crianças fazerem novos amigos noutro sítio, mas acho que ao meu próprio pai lhe custava sair daqui.