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Capítulo 81

- Desculpem os erros mas o capitulo foi escrito no tablet e nao no computador -

[Harry]

“O senhor tem o direito de permanecer em silêncio, tudo aquilo que disser, pode ser usado contra si” O homem ditava enquanto algemava as minhas mãos mesmo atrás das minhas costas. Tentei libertar-me várias vezes com safanões, não porque tivesse hipóteses de escapar, mas simplesmente para ter a certeza de que conseguiria chegar à sala e verificar se Evelyn estava realmente bem.

Terá sido isto uma armadilha dela? Será que tudo isto foi tudo um esquema seu para me conseguir apanhar? Não, recusava-me a aceitar isso. Os seus olhos eram sempre tão transparentes, toda ela era um espelho daquilo que sentia, nunca poderia ter sido enganado dessa forma, não estava dessa forma cego.

Ouvi os agentes conversarem entre si, referindo que não existia mais ninguém no interior do apartamento e que a vítima estava segura.

“Teremos de a transportar de regresso a casa, a família está à espera dela.” Uma mulher referiu com um ligeiro esgar e eu senti o fundo do meu peito ser apertado com força. A sua família estava à sua espera. Por muitos sentimentos que tenha por Evelyn, por muito que a queira apenas para mim, não posso obrigá-la a passar por isto, seria demasiado egoista faze-la abandonar aqueles que ama por mim. Talvez ate fosse melhor assim, cada um ser guiado para o seu verdadeiro caminho, evitando cada vez mais sofrimento da sua parte.

"Nossa, ele parece-se mesmo com o outro." A mulher comentou analisando o meu rosto e fazendo uma careta. Ergui o sobrolho sem entender as suas palavras, mas ela apenas suspirou sem se pronunciar mais. "Vamos, vá, não queremos deixar o senhor Malik à espera." Ela falou para o colega que se riu da ironia no seu comentario e, por meros momentos, tambem eu tive vontade de rir. Afinal eu nao era o unico com problemas com Zayn Malik.

Assim que os restantes agentes de intervensao prepararam as barreiras para me levarem, alguns gritos se ouviram do exterior do quarto. A mulher saiu da correr na direcção do som. Senti o peito apertar-se ao distinguir a sua voz no meio da confusão, criando um safanão para me tentar soltar, em vão.

"Esteja quieto, não me obrigue a pô-lo inconsciente." O homem que permanecia a segurar o meu braço,  apesar das minhas mãos algemadas, ordenou.

"Tente." Desafiei com um sorriso. O agente limitou-se a revirar os olhos, mas antes que pudesse fazer algo, a mulher estava de volta.

"Já está tudo controlado. Credo, aquela miúda é um diabinho." voltou a comentar com esgar. Senti um grunhido formar-se no fundo da minha garganta e ambos olharam para mim, ignorando-me logo depois. "Deve ser da convivencia." A sua cabeça indicou a minha figura e eu tive vontade de a pontapear. Quem pensa ela que é?

"Vá,  vamos mas é embora. Ela já está fora do apartamento?" O homem questionou, recebendo um acenar por parte dela e depressa me transportaram para o exterior daquela casa.

Ao passarmos pela sala dei conta de um rapaz sentado no sofá. O cabelo puxado com gel, trajava um plover castanho e uma camisa aos xadrez por baixo. Geek . No entanto, quando a enfermeira se moveu da sua frente, vi-lhe o rosto ensaguentado. Será que a Evelyn fez aquilo ?

Os seus voltaram-se para mim e demorei algum tempo a aperceber-me das suas feições.  Senti-me intrigado por elas me parecerem terrivelmente familiares, Quem seria aquele rapaz? Tinha a sensação arrebatadora de que já o teria visto em algum lado, mas não conseguia entender de onde, como se fosse um puzzle e me faltassem as peças mais importantes do mesmo. Conseguia perceber a forma espantada como ele também me olhava, como se também ele procurasse respostas, tentando entender se me conhecia.