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Capítulo 87

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“Obrigada por terem vindo.” Agradeci com o meu melhor sorriso, despedindo-me dos meus melhores amigos. Niall colocou a sua mochila às costas e abriu os braços para me receber neles. “Obrigada pela ajuda na música.” Acrescentei, recordando-me das tardes que ambos havíamos passado na sala de música a compor.

“Sabes que qualquer coisa, eu vou ajudar.” Piscou-me o olho e beijou o meu rosto com ternura. Abracei o seu tronco com mais força e pouco depois todos os outros se começaram a juntar.

“Abraço de grupo, yei!” Luke gritou apertando-nos todos, visto que ele era o último. Senti-me apertada no meio deles, mas ao mesmo tempo sentia-me feliz pelo seu carinho. Pouco depois eles abandonaram a mansão na carrinha que os levaria de regresso a Holmes Chapel, alugada pelo meu próprio irmão.

Quando finalmente fechei a porta, suspirei. Estava de novo, sozinha. Não literalmente, pois esta casa estava preenchida de pessoas. No entanto, era como se elas não existissem mais. Uma casa vazia, cheia de pessoas vazias. Talvez eu seja a pessoa mais erma no meio de todos, mas isso não importa mais.

Marcel já havia regressado, mas eu não me atrevera a dirigir-lhe, sequer os olhos. Liam parecia apenas uma decoração, sempre no seu quarto, no escritório ou no ginásio. As únicas pessoas com quem falava eram todos, menos eu. Não tinha mais coragem de dirigir a palavra a Zayn, pois recusava-me a ouvir o que quer que fosse que ele tivesse para me dizer. Eu sei que ele só fez o que fez para me proteger e, de certa forma, já o perdoei, mas ainda assim, existia aquela barreira amarga que me impedia de ter vontade de conviver com ele. Jasmine estava sempre ocupada com Alexander, o único ser com quem eu consigo interagir nesta casa além de Hatchi. Mas até com o pequeno cão é difícil de conviver, visto que todas as vezes que surge perto de mim, ladrando, correndo, crescendo, me faz recordar da pessoa que deveria estar a tomar conta dele, comigo.

“Evelyn…” Ouvi alguém chamar-me antes de iniciar a minha marcha para a sala de música. Marcel mantinha-se hirto, fixando-me por detrás dos seus óculos graduados, sem saber o que dizer quando o olhei. “Podemos falar?”

“Tenho outra opção?” Perguntei retoricamente, seguindo caminho e ouvindo-o correr atrás de mim.

“Há sempre outra opção.” Revelou baixinho, no seu tom tímido e inquieto usual. Nem mesmo depois de entrar na faculdade, Marcel deixava de ser desajeitado, medroso e nerd. Ainda bem.

“Claro que existe, mesmo que os outros façam opções por ti, existem sempre, não é verdade?” Atirei a indireta num tom seco que não esperava algum dia vir a usar. Não existia mais raiva que eu pudesse ter, não me sentia mais revoltada. Gritei bastante naquele dia em que Zayn me revelou que Harry podia sérum vítima no meio de toda esta história.

“O que é que estás a dizer?” Questionei atónita, abandonando a cama e fixando-o de olhos arregalados. O meu irmão fitou as suas próprias mãos e suspirou, ponderando se deveria seguir ou não.

“O Harry… é provável que ele não saiba da história de seres filha do Troy. Ele nunca te contou por se calhar ele próprio não sabia.” As suas pernas foram colocadas para fora do colchão, mas os seus olhos não se atreveram a subir para me olhar.

“Estás a dizer que me mentiste? De todas as pessoas no mundo, tu mentiste-me? Só porque não me querias ver com o Harry?”

“Ele ainda matou o nosso pai, não vai mudar nada o que eu te disse!” Revelou. erguendo-se e gesticulando. “Ele continua a ser um criminoso que te queria matar, que te mentiu e te usou!”

“Cala-te!” As minhas mãos foram dirigidas ao seu peito empurrando-o com toda a força que tinha. Sentia toda a raiva e fúria acomulada surgir agora. O choque da situação com o Liam havia caído por terra e não existia forma alguma de controlar as minhas emoções. A minha pulsação parecia correr à velocidade da luz e o sangue fervilhava-me sob a pele, repleto de adrenalina.