remembering - last

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Preparem os lencinhos..🙁

7 anos atrás.

Eu estava ansiosa para espalhar aos quatro ventos que eu seria mãe. Mas Lana pediu para guardamos a informação, ainda estava muito cedo e ela queria esperar mais um pouco. Contaríamos primeiro à nossa família quando voltássemos  juntas.

Estávamos na semana que seguia o Natal no dia vinte e nove de dezembro. e eu permaneceria em Nova York com a minha noiva até que as minhas férias acabassem.

Noiva, Como eu amava aquela palavra! Ela soava como música aos meus ouvidos, e eu a cantava sempre que podia, como em “replay”. Essa felicidade, porém, eu não manteria em segredo. Logo eu avisaria aos meus pais e minha melhor amiga, eu só estava aguardando o momento certo.

Mal podia acreditar na minha sorte grande. Eu teria a minha própria família! Logo tomaria Lana como minha esposa e já tínhamos um bebê a caminho. Esse era o meu sonho, eu só não imaginava que ele se realizaria tão cedo.

Sentada no sofá de três lugares da pequena sala do apartamento, eu lia um livro enquanto esperava o tempo passar. Já era de noitinha e Lana ainda não voltara da rua com sasha. Nevava muito naquela semana, e eu me preocupava com ela saindo naquele frio, mas Lana teimou em fazer algumas compras. Derreti-me toda quando soube que ela queria comprar artigos para o nosso bebê e cedi.

Eu sempre cedia.

Ergui relutante o meu olhar da página, a história sobre as guerras dos tronos prendia minha atenção — mas quando pus os olhos nela adentrando o lugar, pálida e trêmula, larguei o livro de qualquer jeito sobre a mesinha e fui até ela.

— Oi — disse para Lana. E então olhei de relance para sasha que ainda tinha seu braço enroscado na minha noiva.

— O que aconteceu?

— Nada, só estou cansada e com muito frio. Preciso me deitar. — Até a voz de Lana fraquejava.

Ela segurava uma bolsa de compra na frente do corpo e, assim que se desvencilhou de sua amiga, entregou-me o objeto com um pequeno sorriso molhado. Reprimia as lágrimas, mas eu podia vê-las inundando seus olhos.

Suas íris estavam mais monocromáticas hoje, tendendo para o cinza escuro. Sasha suspirou baixinho e eu notei o leve balançar de sua cabeça enquanto ela olhava com pesar para a bolsa na minha mão. Deixei aquele gesto dela passar batido, e me virei para Lana que parecia com dificuldades para caminhar. Franzi o cenho e a envolvi com o meu braço livre, sentindo a textura arrepiada de sua pele gelada.

— Você está congelando, flor. Venha, vou te aquecer na cama.

Circundei a cintura dela com a minha mão livre, andando devagar até o quarto. Assim que a depositei no colchão macio, ela se encolheu de lado e cerrou as pálpebras enquanto batia o queixo. Deus! Ela estava tremendo muito!. Peguei a grossa coberta, puxando-a por seu corpo até a altura do pescoço. E me acomodei ao lado dela, mas fiquei sentada com as costas apoiadas na cabeceira.

Ao ver que Lana não estava muito a fim de conversar, eu a deixei quieta no seu canto do colchão e abri a sacola de compras. Ela revelava um par de sapatinhos de camurça branca, o tamanho era tão pequeno que sobrava na palma da minha mão.

Um sorriso largo rasgou meus lábios enquanto eu imaginava nosso neném usando aquilo, ele ou ela teria muito estilo se dependesse da mamãe. Lana soltou um gemido de dor que reverberou alto pelo cômodo, arrancando o sorriso bobo da minha cara.

T h e  B e a s tWhere stories live. Discover now